CAPÍTULO 05.

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           A cauda batia a toda velocidade quebrando as ondas, um salto para fora d'água e logo mais um, estava apressada para chegar próxima as cavernas subaquáticas onde morava, mas um salto por cima das ondas. Assim que chegou diminui sua velocidade e aproxima tranquilamente da caverna, Sully assim que percebe sua presença vem nadando apressada até ela que a recebe com um abraço gostoso. A pequena a seguia para todos os lados com medo de que ela vá sumir de novo como havia feito. 

— Onde estavas? — a voz saiu em sua mente, tranquila e calma, o que a deixa ainda mais ansiosa, com um olhar em sua direção o chama a segui-la e ele o faz sem demora, adentrando a caverna.

       δεllεηα conhecia muito bem a caverna em que chamava de lar, e a maestria com qual guiava-o por entre os buracos rochosos e estreitos até uma parte mais profunda, onde possuía grandes bolsões de ar. Ao passar por um pequeno buraco, subiu nadando apressada até a superfície de uma grande caverna onde o mar parecia uma piscina termal devido às pedras de magna que havia naquela região mais afastado da superfície. A temperatura mesmo sendo baixa, deixava a água morna, e isso a incomodou de certo modo que preferiu pular e sentar em uma parte rochosa do que permanecer na água, ao contrário do tritão que aprovou ficando mais relaxado na água.

Fui até a parte oestea surpresa de Lükę a faz abrir um sorriso, mas logo ele se esvai ao lembrar da coisa misteriosa que havia visto no fundo do mar, próximo a uma enorme caverna. — Mas vi algo estranho adentrar o fundo do mar — seu semblante tornou-se preocupado. — Ele se aprofundou até a parte escura onde estão adormecidos os Thivăns — a sereia encolheu a cauda da água que parecia esquentar cada vez mais e a colocou sobre as rochas. A cauda azulada  movia-se lentamente, mas seu rosto demonstrava certa surpresa e ao mesmo tempo confusão

Não deverias ter ido, δεllεηα — o semblante da fêmea mudou. Se havia algo que ela conhecia bem era o perigo e se havia algo que ela conhecia ainda mais é o tritão a sua frente. — Mais cedo fomos convocados pela Rainha, a concha foi tocada....

    Um chiado saiu de seus lábios ao entender, rapidamente pulou na água nadando velozmente para fora da caverna. A concha foi tocada.

      Cada Reino possuía cristais de energia para alumiar e proteger a fortaleza. Os cristais simbolizavam a luz, e a luz sempre foi mais forte que qualquer treva, então onde havia os cristais estavam todos protegidos das criaturas sombrias do Reino Rėyd, criaturas carnívoras e completamente sanguinárias, não temiam a morte desde que levassem seres inocentes com eles.

       Os cristais emanavam luz e essa luz protegia o reino, mas eles deviam ser cuidados e abastecidos por seres de luz, seres no qual nasciam com a luz dentro de sí, pois não eram gerados da carne, mas sim dos próprios fragmentos e da luz que emanava das pedras límpidas.
Todo o império possuía um ser peculiar que tinha como missão proteger e zelar por esses cristais, mas quando esse ser era morto um novo Guardião havia de surgir.

A concha foi tocada.

     A frase soava repetidas vezes na cabeça de δεllεηα, o coração batia forte no peito e a adrenalina fazia a cauda bater ainda mais rápido quebrando as moléculas de águas fazendo uma fileira de bolhas por onde nadava.

     Quando um dos seres de luz morria a segurança do reino estava comprometida, pois os cristais ao liberarem o fragmento de luz para a criação de um novo Guardião a sua fonte vital era repassada e com isso, o Guardião tomava a responsabilidade de energizar e manter a luz sempre acessa, mas a concha havia sido tocada e isso indicava que o Guardião havia morrido.

    Assim que se aproximava das ilhas flutuantes observou que diversos seres do mar rondavam-na ansiosos. A guarda marinha já estava a posto cercando a ilha, pois a rainha Άφματτά estava presente no local. δεllεηα se esguiou feito uma enguia  no meio da multidão tentando aproximar-se o máximo possível, a parte detrás da ilha possuía pequenos buracos tão estreitos que era difícil passar sem adquirir alguns ferimentos. δεllεηα segurou na beirada da pedra com as unhas afiadas, observou as pedras pontiagudas do pequeno buraco e em como ele chegava a ser estreito no final, podendo assim conseguir facilmente aranhados feios pelo corpo.

     Com apenas o início da cabeça saindo do pequeno buraco, vislumbrou e observou o lugar. Os fios lilás levantavam-se misturando-se uns com os outros movimentando sutilmente em uma dança perfeita com a água, apesar de está longe dos cristais principais, já era possível ver diversos pequenos espalhados pela ilha brilhando como um vidro refletido pelo sol. A ilha de cristais sempre esteve com o acesso livre para os seres marinhos, mas devido ao acontecimento a preocupando a guarda real protegia o local impedindo que os seres aproximam-se enquanto a Rainha ainda estiver decidindo o que deve ser feito. Em um nado gracioso esticou o corpo e adentrou a ilha nadando tranquilamente sobre as pequeníssima pedras preciosas tentando ao máximo esconder-se entre as pedras, algas e flores exóticas carnívoras, os olhos dirigem-se as algas avermelhadas e ela puxa uma. Eleva até o cabelo e com maestria os ajunta e dando duas voltas com a alga o amarra por inteiro abaixo dos ombros, impedindo que movimentam para que assim possa se esconder com mais precisão.

     Ao esconder por de trás de um grande cristal azul observou a grande Rainha sentada próxima da fonte dos cristais enquanto observava atentamente uma coisa estranha presa entre as pedras. Os olhos arregalaram-se quando viu uma escuridão misturar com a água, o que parecia uma fumaça negra fincada sobre as pedras límpidas, o olhar da rainha estava disperso, mas as mãos movimentavam-se com agilidade marcando sobre a fonte energizada diversas conchas mágicas. δεllεηα arriscou aproximar um pouco mais, e nadando suavemente parou atrás de um pequeno amontoado de pedras grandes de diamante e assim conseguiu ter uma visão melhor.

       A rainha colocava as conchas dentro de pequenas estruturas na fonte principal, ajeitando-as perfeitamente e quando eram colocadas corretamente brilhavam liberando pequenos e luminosos pontos cintilantes os quais eram capturados pelos cristais, tornando-os mais brilhantes conforme absorviam a energia que era liberado das conchas. Quando todas foram alinhadas, um brilho esplêndido iluminou o local e junto com ele todos os cristais aumentaram seu brilho que aos poucos transformou em uma luz forte.

      δεllεηα observou encantada os cristais que antes pareciam apagados devido a quantidade de luz que emanavam, uma luz no qual refletia em todas as pedras preciosas do chão que agora mais pareciam diversas estrelas. A luz iluminou forte e a escuridão que antes estava fincada sobre o chão ao entrar em contato com a luminosidade dos cristais foi consumida por um clarão alaranjado, não sobrando nada a não ser o que parecia uma grande lâmina afiada de uma espada.

      Olhos alaranjados misturados com um vermelho intenso observaram a lâmina e as letras estranhas que estavam escritas sobre ela em prata.

     A Rainha Άφματτά possuía uma beleza surreal. Os cabelos possuiam a raiz branca como a neve, mas que ao decorrer do comprimento tornava-se tão vermelho que lembrava ao fogo impiedoso devastando uma floresta seca,  a pele escura dava um contraste perfeito com as cores fortes da sua cauda brilhante e cintilante, diferentes das sereias a cauda da rainha era múltipla de quatro barbatanas que mais lembravam a parte superior tênue de uma água viva ou o véu mais fino de uma noiva.

       Sua coroa possuia dez pérolas que simbilozavam os dez clãs espalhados pelos mares, divididos em leste, norte, sul e oeste, também possuía um diamante azul, esse no qual representava e afirmava a aliança que havia feito com os seres celestiais e seus Guardiões. Algumas correntes finas de ouro pendiam uma parte a outra da coroa, tendo apenas em seu centro um cristal multicolor onde estava armazenado uma grande quantidade de energia marinha e ele apontava para o seu povo e seu reino.

     Ao terminar de energizar os cristais locais uma luz forte formou uma esfera vital, esfera na qual estava destinada a escolher o próximo Guardião e desperta nele o dom que estava adormecido, ela estava pronta e isso significa que uma próxima virada de mares estava para acontecer.

    

   

A Sereia. (Repostando 01/08/2021)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora