30 Dias (Em pausa)

✿Dia 8✿

*Thomas na multimídia*

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Acordei com o claro da janela pegando em meu rosto, em seguida a porta do meu quarto se abriu e era a minha enfermeira me trazendo o café da manhã e os remédios. Mas primeiro eu precisava acordar direito. Então fiz minhas higienes básicas do dia e tomei meus remédios antes de comer.

Eu ainda tinha que ficar na cama e usar o tubo de oxigênio no meu nariz. Os meus pulmões ainda não tinha se estabilizado. E não acho que vai se estabilizar tão fácil. Tinha se passado apenas oito dias e eu já estava neste estado, acho que o médico errou as contas. Fiquei pensando nas viagens que minha mãe me obrigou a fazer... acho que conseguir aproveitar o bastante da minha pequena vida. Por um instante Thomas passou pela a minha cabeça, lembrei dele falando para eu parar de falar na minha doença e esquecer que estou morrendo. Um sorriso se formou em meu rosto e depois olhei para o urso que ele me deu. Meu coração então começou a se acelerar... Será que o tumor estava afetando meu coração? Ou eu estava... estava me apaixonado pelo Thomas? Não! Isso era impossível, eu o conheço a pouco tempo, como isso seria possível? Peguei o meu livro e comecei a ler para poder me distrair um pouco.

O horário do almoço chegou e eu tive um pouco de dificuldade para comer, estava sem apetite. Mas eu era obrigada a comer por causa dos remédios fortes que eu tomava. Fiquei ansiosa esperando o horário de visitas, mas eu fiquei achando que o Thomas não iria me visitar hoje por causa do que eu tinha dito para ele ontem. Mas eu precisava dizer... eu não quero que ele se machuque, ele precisa entender que vou partir, e não vai demorar muito. Ele quis se aproximar de mim, agora terá que arcar com as consequências.

- Boa tarde, Kataryne! Vim te visitar - disse Thomas aparecendo na porta.

- Boa tarde, Thomas - falo fechando meu livro.

- Ainda lendo esse livro? - pergunta Thomas se aproximando e se sentado na poltrona.

- Sim, já estou quase o terminando - falo mostrando onde parei no livro. - É uma boa história.

- Hum... E... Você está melhor? - pergunta Thomas.

- Na medida do impossível - falo. - Mas como você pode ver eu ainda tenho que usar isso no meu nariz.

- Entendo... - disse Thomas mexendo em seu cabelo, então eu percebo que ele o cortou.

- Oh! Você cortou o seu cabelo? - falo.

- Sim! Resolvi mudar um pouco o visual, ficou bom? - pergunta Thomas enquanto sorria.

- Hum... ficou - falo mexendo no meu cabelo. - Mas você não ficou com dó do seu cabelo? Ele estava tão grande.

- Fiquei um pouco, mas eu o usava daquele tamanho à tempos, resolvi mudar um pouco - explicou Thomas. - Mas ele ainda não está tão curto assim.

- Entendo... Thomas, eu... eu fui um pouco fria com você ontem... me desculpe - falo sentindo um peso na consciência. - E que as vezes eu fico muito negativa, bem, estou morrendo.. então... eu fico agindo desse modo e acabo não pensando nas coisas que eu falo. Sabe... pra falar a verdade, eu... eu não quero morrer... 

Thomas percebe que estou prestes a chorar e se levanta da poltrona e se senta em minha cama e me abraça gentilmente - Tudo bem... Não fique triste Kataryne, você vai se sair dessa... temos uma promessa para cumprir lembra? Sair a noite e voltarmos bêbados, e você tem que construir uma grande família... Eu não vou pedir para que pare de chorar, até faz bem tirar esse peso que sentimos no coração as vezes, mas não se preocupe, okay? Você ainda vai viver muitos e muitos anos...

Ficamos assim até que eu me acalmasse, depois ele se afastou, limpou minhas lagrimas e me deu um beijo na testa. Meu coração já estava a mil, depois ele se levantou e voltou para a poltrona, ficamos conversando coisas aleatórias e depois que o horário de visitas acabou ele foi embora. Fiquei o resto do dia pesando nele, eu ainda podia sentir o calor de seu abraço. Isso fez com que eu me sentisse bem. Acho que eu realmente estava me apaixonando por ele... Eu acabei dormindo com um sorriso no rosto.

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