✿Dia 2✿

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Fui acordada as 8 horas da manhã para tomar meus remédios e tomar o meu café da manhã, mesmo sem apetite fui obrigada a comer por causa dos remédios. No fim acabei perdendo o sono, perguntei para a minha enfermeira se ao menos eu poderia dar algumas voltas pelo hospital, ela foi até o médico e voltou com um sorriso no rosto dizendo que eu estou autorizada a andar em qualquer lugar do hospital, desde que eu não sai-se dele.

Então a minha enfermeira me pós na poopy (minha cadeira de rodas), ela perguntou se eu queria que ela fosse junto eu disse que não precisava, de tanto eu visitar esse hospital eu já sabia andar muito bem por ele.

Como a minha cadeira de rodas era elétrica era fácil para mim sair andando por ai, enquanto eu passava pelos corredores eu via bastantes pacientes, uns eram crianças tomando soro e andando com seus pais, e outros eram idosos ao lado de suas esposas.

Resolvi sair dos corredores e ir para um lugar mais tranquilo, onde não teria ninguém para me perturbar meus pensamentos ou poder ouvir música no meu celular enquanto eu penso na minha vida.

Peguei o elevador e cliquei no ultimo andar, quando as portas se abriram eu sai e para a minha felicidade havia um lugar para deficientes que utilizavam cadeiras de rodas irem até o terraço sem nenhum esforço. E foi isso que eu fiz, percorri todo o trajeto e vi que a porta para o terraço estava aberta então passei por ela, mas ao ver a frente eu vi um garoto encostado nas grades olhando para baixo, vi que sua perna direita estava engessada e suas muletas estavam encostadas na grade perto dele. Ele ouviu o pequeno barulho da minha cadeira de rodas e olhou para traz. Ele tinha cabelos loiros da altura do pescoço e olhos azuis penetrantes. Ao me ver ele sorriu.

- Desculpe, eu não sabia que tinha alguém aqui - falei me afastando.

- Não, está tudo bem - disse o garoto. - Pode ficar se quiser, se é silêncio que você procura pode ficar.

- Okay... então eu vou ficar... e... obrigada - agradeço.

- De nada! - disse o garoto com um lindo sorriso no rosto.

Me aproximei das grades e fiquei alguns metros de distancia do garoto, ele olhava fixamente para frente, ele então deixou de olhar para frente e olhou para mim, rapidamente eu desviei meu olhar e fingi estar mexendo no meu celular.

- E... me desculpe mas eu posso saber o seu nome? O meu é Thomas, Thomas Clark.

- Kataryne Müller - respondi. - O que... o que aconteceu com você?

- Ah! Bem... um idiota bêbado que dirigia um conversível bateu em mim, eu estava de moto. O bom é que ele vai pagar o concerto da minha moto e também pagou as despesas do hospital.

- Entendo.

- E você? Acidente também? - perguntou Thomas.

- Não... é bem mais grave que isso, tenho um tumor enorme no meu cérebro. 

- Nossa... e... tem cura?

- Infelizmente não, estou nos meus últimos dias na terra.

- Eu... eu sinto muito - disse Thomas com uma cara triste.

- Tudo bem... eu já aceitei isso, não tenho mas medo da morte. Afinal, todo mundo morre no final, ninguém é imortal.

- Isso é verdade! Mas não seria o certo ela vir agora para você - disse Thomas se aproximando lentamente.

- Por quê?

- Porque você ainda é jovem, e muito bonita por sinal. 

- Obrigada - falo deixando um sorriso aparecer. - Mas eu não tenho escolha, é meu destino.

- Um destino um tanto quanto cruel. Mas enfim, tenho que ir, minha família já deve ter chegado.

- Está bem.

- Eu... eu posso te ver novamente? - perguntou Thomas perto da porta do terraço.

- Bem, pode... se quiser.

- Ótimo! Até logo, Kataryne!

- Até logo... Thomas.

Fiquei pensando nele quase o dia todo, e por isso o dia acabou bem rápido. Nunca me senti tão normal assim em um dia inteiro. Esqueci completamente da minha doença ou dos meus pensamentos negativos. Aquele garoto despertou algo em mim em que eu não consigo entender, e só trocamos algumas palavras. 

Nunca desejei tanto que o dia acabasse logo, mas no fundo, bem no fundo algo falava "Não arrume mais vitimas". Em poucos dias eu não existiria mais, se ele se acostumasse comigo ele iria ficar triste quando eu deixar de existir. Não quero isso, me arrependo de ter dito que ele poderia me ver outra vez. E foi com esses pensamentos que eu acabei pegando no sono.

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30 Dias (Em pausa)Where stories live. Discover now