Melhor

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~Ana~

Saí da escola e fui ter com a Carlota.
A Carlota era a pessoa com quem eu podia sempre contar e que podia garantir que iria estar lá para tudo. Eu conhecia-a desde que me lembro de existir.
Precisava de falar com ela sobre tudo e mais alguma coisa. Contudo, aquilo que eu mais precisava de falar com ela, não podia. Não lhe podia dizer que tinha ido para a cama com o meu próprio irmão.

Alô Carlota? Olha já estou mesmo a chegar à tua porta. Abre logo o portão tá bom?

Sim, não te preocupes, já está tudo tratado.

Beijos, até já.

Assim que desliguei o telemóvel, olhei em direção à continuidade da rua e lá estava a Carlota a beijar um rapaz. Parecia estar a despedir-se dele.
Continuei o meu percurso até à sua casa. O rapaz foi andando e parecia ir um pouco à pressa.
Pareceu-me ser o Marco, mas eu devia estar a confundir.

Aah...ah...Olá Ana! Já chegaste à muito tempo?

Oi Carlota!-disse enquanto lhe dava dois beijos.-Não-prossegui.-cheguei à pouco tempo. Mas hà tempo suficiente para perceber que estiveste a curtir com o Marco. Mas olha, anda que eu quero ir fazer panquecas!

A Carlota ficou chocada a olhar para mim enquanto eu a puxava por um braço para irmos para dentro de casa.
Chegamos à cozinha.

Tu não estás chateada comigo?

Para ser sincera? Não Carlota, eu percebi que não gostava assim tanto do Marco e sei que tu sempres tiveste uma forte paixão por ele. A sério, fico feliz por ti!-disse sorrindo para ela. Os seus olhos brilharam e os seus dentes sugiram entre os seus lábios carnudos.
Ela deu-me um abraço como só ela sabia.-Veste o avental!

Enquanto eu fiz a massa para as panquecas a Carlota fez o chocolate.

Simão! Vai! Tira o dedo de dentro da taça do chocolate!

Nãão! Anaaa! Deixas-me comer um bocadinho de chocolate?

Estar na casa da Carlota era uma agitação constante. Ela tem mais três irmãos. A Carlota tem 16 anos, o Guilherme tem 14, a Sandra tem 10 e o Simão tem 6 anos. É hilariante estar uma tarde naquela casa. O que vale é que a casa é grande e por isso todos acabam por ter espaço para si e para as suas próprias necessidades e/ou maluquices. O Guilherme estaá na puberdade e era ligeiramente obsecado por mim; eu até achava piada a essa situação mas sempre tive um pouco de pena do rapaz, ele era mesmo uma simpatia. A Sandra era muito tímida, educada mas intuitiva. O Simão era um docinho, cheio de energia, andava sempre a correr por todo o lado, parecia que tinha pulgas no rabo! Mas era mesmo simpático e carinhoso. Os país da Carlota eram jovens e efetivamente preocupados e dedicados à família. A mim, apesar da distinta cor de melanina, tratavam-me como mais um dos seus filhos. Todos eles eram quase que uma segunda família. Gostava de ir à casa da Carlota não só pela Carlota. Gostava do ambiente, da sua família e dos momentos que ali passavamos todos juntos.
Fomos para o jardim comer as panquecas enquanto que a Sara e o Simão jogavam às escondidas. Sentámo-nos à sombra, com uma ligeira brisa fresca numa bela tarde de verão a seguir às aulas.

Para tu teres esquecido tão rápido o Marco é porque andas de olho em alguém! Conta lá!

Achas Carlota?-disse eu enquanto tentava a todo o custo não sujar a minha camisola com chocolate.

Acho não. Tenho a certeza! Eu conheço-te Ana! Diz lá quem é o rapaz!

Não é ninguém, a sério.

Ah pois, está bem está!

Cheguei a casa, larguei a mochila no sofá e fui beber àgua à cozinha

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Cheguei a casa, larguei a mochila no sofá e fui beber àgua à cozinha. No frigorífico estava um bilhete:

Queridos, tivemos uma reunião de negócios importante para tratar. Podem encomendar pizzas :)
Desculpem não termos avisado,
até amanhã,
Beijinhos dos país.

O meu cérebro foi direito a uma conclusão: estava em casa sozinha com o Daniel. E era assim que ia-mos passar a noite.
Corri até ao quarto dele. Abri a porta. Ele estava sentado na secretária enquanto mexia no computador. Olhou para a porta. Ele ficou sem saber como reagir. Fui até junto dele. Deixei as minhas mãos sobre o seu peito e sem que ele se levantasse da cadeira, beijei-o. Ele agarrou-me e fez com que eu me senta-se no seu colo. Ele amanhou o meu cabelo e continua-mos entre beijos. Beijos sinceros mas ardentes. Respirei fundo e entre beijos surgiu um sorriso comum. Deixa-mos as nossas testas juntas e olha-mos para o sorriso um do outro. O Daniel fechou os olhos.

O que foi isto Ana?

O que?-perguntei inocentemente. Voltei a beijá-lo. Fui buscar a sua língua com a minha e tal como a Sandra e o Simão brincavam no jardim assim as nossas línguas brincavam entre as nossas bocas. Terminei com um selinho.-Isto?

Sim!

O que se passa é que estamos sozinhos em casa até amanhã de manhã.-não me apercebi bem mas julgo que soltei um sorriso maroto porque o Daniel me retribuiu. Ele esticou o braço e fechou o portátil. Pegou-me ao colo delicadamente e sentou-me na cama. Sentou-se ao pé de mim. Ele hoje estava diferente. Estava calmo, sereno, tranquilo, controlado, não sei bem. Mas ainda me deixava mais exitada porque o queria seduzir. E esta noite era perfeita para isso.

Para que é que estás a olhar assim para mim Daniel?

Estou a perceber como és linda.

Deixa a beleza para outra altura!-voltei a juntar o Daniel a mim. Beijamo-nos. Ele acabou por se deitar e eu sentei-me em cima da sua cintura. Inclinei-me e fiz-lhe um chupão. Lambi o seu pescoço. Mordi o seu lábio. Era impossível ele não estar a ficar excitado, aliás, tal como eu já estava.

Almost the sameWhere stories live. Discover now