Tudo em ti

35 9 9
                                    

Respirei fundo.
Ela reparou que alguém estava no quarto. Voltou a vestir a camisola que tinha a meio despir.

Escusas de te vestir.

~Ana~
Senti que alguém estava no meu quarto. Eu estava em roupa íntima! Estava a meio de vestir a minha camisola e coloquei-a no meu corpo de novo.
Ouvi o Daniel. Arrepiei-me.
Olhei para trás e ali estava ele a olhar para mim como uma criança olha para um doce.

Daniel? O que é que estás a fazer no meu quarto? Sai!-disse numa voz tímida e claramente envergonhada.

Estás envergonhada para que Ana? Já te vi mais despida!-disse ele enquanto se aproximava de mim e colocava as mãos na minha anca.
Puxou-me e juntou os nossos corpos. Senti a sua respiração. O meu peito junto ao dele, os seus braços juntos ao meu rabo, os nossos lábios demasiado perto para não se voltarem a juntar.
Não percebi que impulso foi aquele mas descontrolei-me e beijei-o de forma alucinante. Juntei os nosso lábios, o máximo possível. Fui buscar a sua língua e ambas dançavam. A sua saliva não me incomodava. Os seus lábios suaves mantinham um imenso conforto naquele beijo.
Afastei o Daniel de mim como uma louca. Joguei as mãos à cabeça.

Desculpa! Desculpa!

Estás a pedir desculpa porque?

Não sei o que se passa comigo! Eu não te queria beijar!

Claro que querias!-disse enquanto soltava um sorriso maldoso mas ao mesmo tempo sexy. Voltou a agarrar-me e a aproximar o meu corpo do seu.
Deixei as minhas mãos cair e encostei a minha cabeça à sua. Comecei a chorar.
Ele afastou-me lingeiramente para poder verificar se eu estava realmemte a chorar.

Ana? Estás a chorar porque?

Porque? Porque isto me está a deixar maluca! Tu estás a deixar-me maluca! Não percebo o que sinto e mesmo que percebesse; não quero ter sentimentos Daniel!

Eu não vi mas escapou-lhe um sorriso sincero. Acho que também lhe vieram as lágrimas aos olhos.
Ele deixou-me a chorar no seu peito. Aproximações à parte, ele voltou a quebrar o gelo e beijámo-nos de novo. Beijos diferentes. Beijos suaves, ternurentos, carinhosos. Senti-a me bem quando estava com ele. Mas não podia estar com ele! Eu não queria estar com ele!

O clima acabou por, entre beijos, lágrimas, abraços e choros, devolver-nos à cama. Sim, voltámos a fazer sexo. Mas desta vez tudo foi diferente. Ele beijava-me com cuidado e delicadeza. Passava os seus lábios na minha pele e molhava-a com a sua língua. As lágrimas que corriam no meu rosto não sessavam mas a verdade é que eu queria, inconscientemente, aquilo. Ele, com os seus lábios, limpava as minhas lágrimas e desviavasse novamente para os meus lábios. Lá estava ele dentro de mim. Os seus movimentos eram calmos mas bem proporcionados e calculados. Ele mexeu a anca sobre mim.

Ahhh-gami apesar de me ter tentado conter.
Ainda assim ele ouviu e sorriu. Os seus movimentos aumentaram de velociadade e as lágrimas que eu tinha no rosto eram aquelas que já há muito haviam fugido dos meus olhos. As minhas costas arqueram e voltei a gemer, de modo controlado. Percebi que o Daniel estava a chegar ao seu ponto máximo de felicidade. Mas desta vez algo diferente me aconteceu. Senti um frio ou calor, não sei bem, a descer pela minha barriga. A energia libertou-se e eu acho que arranhei as costas do Daniel. Senti o seu líquido em mim e aposto que ele sentiu o meu também no seu corpo.
Eu tinha tido um orgasmo. E ele também.

Pliin!
Não queria sair daquele conforto. Ao lado do Daniel, despida e completamente rendida. Contudo, estiquei o braço e tentei alcançar o telemóvel.

De quem é a mensagem?-perguntou o Daniel com os olhos meio fechados mas com grande felicidade na cara. Ele estava cansado.

A mensagem? Ah...qual mensagem?

A que recebeste agora!-disse ele sem abrir os olhos e apalpando a minha cara com os dedos até chegar ao meus lábios os quais beijou suavemente e entre sorrisos.-Diz lá de quem era a mensagem.

Não lhe podia dizer.

Mostra lá Ana!-não consegui evitar. Ele tirou-me o telemóvel da mão e leu na hora:

Quero estar contigo hoje à noite. Sozinhos ;)
Beijos minha nana.

Marco.

O Daniel jogou o telemóvel para cima da cama e levantou-se apressadamente.

Espera!-disse eu, puxando-o por um braço. Não tive sucessso nesta minha tentativa de manter o Daniel mais tempo junto a mim. Ele pegou nas suas roupas e saiu do meu quarto.

Pelo contrário, eu não me vesti. Fiquei despida na cama e a pensar nele.
Não no Marco, no Daniel.
Embrulhei-me nos lençois e na colcha de verão; encostei-me à parede e por baixo daquele tecido ali estava eu: despida e com um sorriso estúpido e sem sentido a olhar para o vácuo.
Estava apaixonada.
Mas na altura ainda não o sabia.

Almost the sameWhere stories live. Discover now