Capítulo 8

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A véspera do retiro chegou juntamente com a animação de todos. O último ensaio foi muito produtivo e exaustos como estavam, decidiram ir para a cama mais cedo. A casa era grande e acomodava tranquilamente os amigos. Os pais de Bruno haviam viajado, ficando na responsabilidade do filho cuidar para que todos se acomodassem bem.

Sara e Cris dormiam tranquilamente no quarto de visitas quando a nova integrante teve o sono interrompido pela preocupação de como seria o fim de semana com a banda. Ficou vagando os olhos pelo quarto até que algo na janela chamou a sua atenção. Uma sombra se formou dela e depois sumiu. Alguns minutos depois, três sombras que pareciam com pessoas se formaram. O coração da jovem ficou agitado e sentiu as mãos tremerem. Não tirou os olhos da janela até ver outra sombra com algo parecido com uma arma. Entrou em desespero.

— Cris, acorde! - cutucou o ombro da amiga — Cris, é sério. Tem alguém lá fora.

Ao escutar isso ela levantou-se rapidamente; sabia que Sara não iria brincar com esse assunto.

— Calma Cris, vamos esperar e ver se aparece de novo.

As duas ficaram bem juntinhas debaixo do cobertor. Cinco minutos depois as sombras reapareceram.

— Espere... Será que não são os rapazes? Olhe – apontou — Podem ser eles, Samuel, Bruno, Carlos, o Marcelo e o... - Cris ficou paralisada.

— Não Cris! São cinco vultos.

Quando as duas abriram a porta para ir falar com os rapazes, se assustaram ao dar de cara com eles no corredor. Cris quase pulou em cima do namorado.

— Samuel! Tem gente rondando a casa.

— Mas a casa tem alarme, não é Bruno?

— Sim, qualquer movimento o alarme soa.

As duas se encararam apreensivas sem saber o que fazer e voltaram para o quarto. Haviam combinado que se vissem as sombras novamente iriam sair correndo e ligariam para a polícia. Os olhos ficaram presos na janela e o coração acelerado, quando se assustaram com uma batida leve na porta.

— O que foi? – Cris indagou com os olhos arregalados.

Os rapazes as olharam com compaixão.

— Desculpem garotas, aquelas sombras lá fora... Éramos nós - Samuel revelou ficando sem graça assim como os amigos.

— O quê? - As duas gritaram indignadas.

— Só queríamos assustar um pouco. Desculpe, foi uma brincadeira boba, infantil - Bruno ficou cabisbaixo.

As meninas ficaram tão bravas que fecharam a porta sem dizer uma palavra os deixando com cara de bobos.

— Não acredito que eles fizeram isso com a gente - Sara ficara enfurecida.

— Só temos três horas para dormir e eles aprontam isso. Ai, eu pego o Samuel - Cris se deitou indignada. Demoraram um pouco para voltar a dormir tamanha era a raiva que sentiam. Logo que o sono veio e estavam naquele embalo gostoso alguém bateu na porta, mas como ninguém acordou, a porta foi aberta silenciosamente.

— Cris! - Samuel sussurrou em seu ouvido despertando-a. Havia trazido uma cesta de café da manhã para sua namorada. Ela olhou surpresa e não resistiu quando ele novamente pediu perdão pela brincadeira descabida. Enquanto ele aguardava do lado de fora, rapidamente a jovem trocou de roupa, feliz por tomarem o café da manhã juntos.

Bruno observando o sorriso de contentamento de Cris encarou a porta aberta e respirou fundo. Era a sua vez. Com uma cesta de café da manhã na mão deu um passo naquela direção não sabendo se deveria esperar Sara acordar. Mas quando seus olhos visualizaram aquele rosto angelical dormindo serenamente, seus pés travaram e não pode deixar de contemplá-la por alguns instantes. Abaixou-se e não resistiu ao tocar levemente o seu rosto. Era linda! Tão doce! Se pudesse passaria horas e horas apenas a admirando, mas precisava agir rápido. Tinham horário e um compromisso pela frente.

— Sara! – ele sussurrou e mexeu carinhosamente em seus cabelos chamando-a mais uma vez. Aos poucos ela foi acordando e abriu os lábios num sorriso mudo com o carinho que recebia. Abriu os olhos lentamente e encarou a profundidade daqueles olhos verdes e brilhantes. Estaria sonhando? Ela não se moveu, tão pouco Bruno. Não sabiam o que estava acontecendo, mas de repente, parecia impossível sair daquele transe. Estavam misteriosamente interligados. Deveria estar chateada, mas simplesmente não conseguiu.

— Oi! – sussurrou voltando em si

Ele percebeu a situação e ficou sem graça, e antes que ficasse sem saber o que falar apontou para a cesta. Sara fitou e sorriu emocionada. Ao ver aquele gesto, Bruno tirou a mão dos cabelos e pousou delicadamente sobre o seu rosto. Não sabia o que estava acontecendo, então afastou-se lentamente e sorriu. Definitivamente ela estava virando a sua vida de cabeça para baixo.

O começo de um Legado - Degustação ♥Onde as histórias ganham vida. Descobre agora