Capítulo 4 - Revelar

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"O amor e o ódio sempre encontram um meio."

Philipe deu duas voltas na chave, porém deixou-a ali mesmo na fechadura. Saori estava caída no chão com os cabelos negros por cima do rosto. Sentia muita dor, não só devido ao primeiro sexo, como também ao esforço mental na luta contra "sabe-se lá o que". Ela levantou a cabeça e olhou ao redor. Era um quarto comum, estava ao lado da escrivaninha e do guarda-roupa, os quais conseguia ver pelo buraco da fechadura. Ela passou a mão pelo rosto e fitou Philipe, que agora sorria.

"Quer saber, eu tive uma ideia, Pedro. Vamos fazer essa vagabunda assistir nosso showzinho. Talvez depois a gente brinque com ela também." – disse Philipe.

Pedro riu, estava do outro lado do quarto, Saori não tinha percebido sua presença até agora. Philipe com seu um metro e oitenta e cinco, braços fortes, cabelo curto tipo soldado, agarrou Saori pelos braços e a jogou na cadeira da escrivaninha. Ela estava completamente sem forças para tentar se desvencilhar daquele homem, nem conseguiria, seu estado físico a impossibilitava de revidar.

Ele pegou uma fita adesiva e passou pelos punhos de Saori sentada na cadeira com os braços para trás. Amordaçou a sua boca com uma meia e prendeu os pés dela, também com fita, na cadeira.

É incrível como a mente humana é engenhosa para cometer atrocidades contra ela mesma, a verdade é que homens e mulheres são apenas animais contidos numa jaula e, dependendo das variantes da situação, a jaula enfraquece, revelando a natureza humana selvagem e maléfica.

Assim, Saori sentiu a fraqueza dominando seu corpo, estava com a cabeça baixa. Philipe se aproximou novamente a segurando pelo cabelo e disse:

"Não vai apagar agora, garota. Agora que vamos começar o show."

Ele levantou a cabeça e a fez olhar para frente. Havia uma cama de solteiro, pés de madeira, cabeceira de ferro quadrada, formato de grade, em cima da cama uma cruz com Jesus pregado nela.

"Gostou do meu quarto, Saori? Você está tão quieta. O que foi? Jô não cuidou direito de você? Ah, mas você estava linda lá."

"Como assim, linda? Como vocês viram?" – disse Saori quase desmaiando.

"Oh, ela não sabe, Pedro! Coitadinha, acho que esquecemos de contar essa parte. Mas tudo bem, logo saberá, aliás, acho que sua amiga aqui pode contar o que aconteceu, ou será que ela estava muito ocupada todo esse tempo?" – respondeu Philipe apontando para a cama.

Em frente de Saori, estava a cama de madeira com uma mulher em cima, despida. A cabeça caída para o lado esquerdo, os cabelos ruivos por cima dos olhos, a roupa negra caída ao lado da cama, os braços amarrados na cabeceira, na mesma posição que Cristo logo acima, a boca amordaçada pela fita adesiva, o corpo inteiro à mostra, com marcas vermelhas e roxas pelos seios e pernas, no nariz havia um pouco de sangue escorrendo, já seco.

Saori não acreditava. Os dois riam. Pedro estava com uma toalha e volta da cintura, tinha um cigarro na boca e soprava em cima da mulher a fumaça, que não reagia.

"Confesso que ela resistiu muito no começo, mas depois até aceitou, ouvi um gemido dela ou dois, não sei se de dor ou prazer. Será que podemos parar já, ou vamos para o segundo round, Philipe?"

"Ah, eu quero ir para o primeiro! Você já se divertiu bastante, não acha?"

"Você é um filho da puta safado mesmo, né? Não pode ver os outros se divertindo. Tá bom, vai lá, deixa que eu filmo dessa vez."

"Onde estão as camisinhas? Não quero um filho com essa maluca aí."

"Do lado da cama, já usei uma."

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⏰ Last updated: May 09, 2017 ⏰

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SaoriWhere stories live. Discover now