Touch

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Muito obrigada pelos comentários e votos, isso me incentiva e muito a continuar. Continuem dando amor a essa fic

    Ser tímida é a pior coisa, pois querendo ou não você sempre será deixado de lado, ou até mesmo ignorado. Não por você ser diferente nem nada mas por não saber socializar.
    Estou sozinha sentada na sala de aula à espera de algum excluído como eu, para ser meu par no trabalho de química e é nessas horas que tenho raiva de mim mesma por ser tímida. Se fosse igual a Medley, já teria duas ou três amizades e estaria tranquila quanto a isso. Mas como sou a Megan, a garota forever alone, fico a espera de que alguém fale comigo primeiro para depois me aproximar.
    -Abram na página 29 e façam os exercícios 1, 5, 6, 7, 10 e 16 em uma folha separada. Não esqueçam de seus nomes! -disse a professora
    Eu já estava pronta para fazer sozinha quando Jungkook, com todo seu charme, sentou-se ao meu lado.
    -Oi. -sorri
    -Olá! -sorriu abertamente
    -Você... será meu parceiro? -perguntei um pouco envergonhada.
    -Sim, vamos ficar juntos por todo esse semestre.
    Não sei o que deu em mim, mas quando o ouvi, senti um frio estranho no estômago. Corei furiosamente e comecei a copiar os exercícios rapidamente, tentando me esconder por baixo de minha franja.
    -Não é ruim? Seu cabelo tampando sua visão? -perguntou ele colocando o cabelo de trás de minha orelha.
    Me assustei um pouco com sua aproximação, mas logo relaxei quando senti seu toque quente de leve.
    -Não tanto. -sorri
    -Gosto da cor de seu cabelo. É tão diferente das coreanas. -disse pegando uma madeixa e puxando de leve.
    Nunca pensei que meu cabelo castanho- avermelhado seria um alvo de elogios. E sentir Jungkook mexê-lo era tão bom... ele era tão delicado que senti-me arrepiar. Isso sempre acontece quando alguém mexe nos meus fios de cabelo.
    -Obrigada. -sorri -Gosto quando fazem isso. Digo, mexer em meu cabelo. -disse já bastante envergonhada.
    Jungkook sorriu e disse algo sobre me fazer um cafuné quando quisesse e voltamos ao assunto da matéria. Era engraçado vê-lo ficar com raiva quando não sabia algo, e ele não tirava seus olhos de mim quando explicava para ele.
    -Megan, eu desisto. Não consigo decorar isso. -disse ele passando seus dedos nervosamente em seu cabelo.
    -Não diga isso, você vai conseguir! Estamos começando a matéria agora, já já você irá compreender. -falei rindo de sua expressão.
    -Você é muito boa em química. Você me ajudaria? Me daria aulas particulares?
    Fui surpreendida. Em menos de uma hora ele já havia feito contato físico e agora estava pedindo para ajudá-lo em algo que só amigos pediriam um ao outro. Não sei se seria uma boa idéia ficar um tempo sozinha com um garoto, ainda mais quando o garoto em questão era lindo e charmoso. Não sei se seria seguro.
    -Não precisa responder agora, pense sobre isso. E eu posso pagá-la! Só quero entender a porcaria dessa matéria.
    -Tudo bem, darei a resposta depois. -sorri- Agora, voltemos para essa cadeia. Esse grupo funcional, ele é álcool, enol ou fenol?

~○~○~

    -Megan, você não vai acreditar! Tem uma garota na minha sala que é fã de Seventeen! -disse ela empolgada- E o melhor, ela faz parte do fã clube deles. Disse que quando ficar sabendo de alguma apresentação deles irá me avisar. Estou tão feliz...
    -Verdade? Não vejo a hora de ver Wonwoo. -sorri me empolgando.
    -Verdade verdadeira. Prepare-se mana, nossa vida aqui na Coréia está só começando. E mudando de assunto, tenho um trabalho enorme de filosofia, e em grupo! Odeio essas coisas...
    -Não me fale, tenho um de química. Jungkook é meu parceiro.
    -Jungkook? O garoto simpatia de ontem? -disse ela chocada- Você teve coragem de convidá-lo?
    -Não, ele que veio até mim. Até perguntou-me se não queria dar aulas particulares. -disse terminando meu almoço
    -Aulas particulares? -Medley sorriu maliciosa- Acho que sei quais aulas ele quer ter contigo.
    -Medley! -chamei sua atenção corando -Você sabe que não gosto dessas brincadeiras.
    -Desculpe, não consegui me segurar. E você? Aceitou a proposta? Por que mais cedo ou mais tarde você irá precisar de dinheiro...
    -Ainda não. E não sei se deveria, ficar sozinha com ele seria estranho não seria?
    -Claro que não. É só você ser "profissional". -sorriu -E uma oportunidade de ganhar dinheiro não irá aparecer assim novamente aqui na Coréia. Você sabe que eles não gostam muito de estrangeiros.
    -Tem razão. Vou pensar direito e darei a resposta a ele amanhã.
    -Pense bem Megan. Eu quero seu bem e se você não conseguir dinheiro voltará mais cedo para o Brasil. E eu não quero isso. -disse segurando minha mão por cima da mesa. Assim que ouvimos o sinal, levantamos e seguimos para nossa sala.
    Aula de Educação Física era a próxima, e não me alegrei ao saber disso. Não que eu não goste de esportes, mas são os esportes que não gostam de mim. Troquei meu uniforme pelo de educação física e esperei todos os alunos na quadra de esportes.
    Estava sentada na arquibancada quando vi ele saindo do vestiário masculino. Ele usava uma calça de moletom cinza e uma camiseta de frio azul. Com certeza o uniforme masculino era mais adequado do que o feminino; eu usava um short cinza comprometedor com uma camisa de frio vermelha. Ele sorriu ao me ver ali e veio até mim.
    -Você fica bem de vermelho. É minha cor preferida. -disse sentando ao meu lado
    -Você também não está nada mal de azul. Sua cor de cabelo e pele se destacaram. -sorri sincera
    -Essa é a minha aula preferida. Não precisa de cálculos ou fórmulas... -suspirou
Observei-o por algum tempo e sorri. Ele é realmente bonito, e com seu rosto voltado para cima ele poderia ser quase intocável.
    -Posso tocar em você? -perguntei e me arrependi imediatamente.
    -Me tocar? -perguntou surpreso
    -Sim, tocar s-seu cabelo. Ele é tão liso e bonito. -corei
    -Claro. -disse ele pegando minha mão e levando ao seu cabelo.
    Como eu havia pensado nos dias anteriores, seu cabelo era macio ao toque. Era bom sentir seus fios negros entre meus dedos, gelado pelo vento, contrastando com meus dedos pálidos. Olhei para seu rosto, encontrando seus olhos, e corei sentindo a tensão entre nós. Deslizei meus dedos para sua bochecha e acariciei-a sorrindo, vendo seus olhos fecharem devagar enquanto dava um pequeno suspiro. E foi então que decidi.
    -Eu aceito.
    -O que disse? -perguntou confuso
    -Eu aceito ajudá-lo com as aulas particulares.
    Foi então que vi um sorriso lento aparecer em seus lábios. Um sorriso adorável, cheio de gratidão.

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