6. E eu quero que você a cante de novo

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A fogueira crepitava insistentemente, a lua já estava alta no céu e o grupo de amigos já estava acomodado em torno do fogo. Entre risadas, bebidas, petiscos e música, Caio não conseguia tirar os olhos de Maria Carolina.

Parecia que alguma força magnética o atraía para a direção dela, talvez fosse o efeito dos cabelos ou o sorriso afetuoso que mantinha no rosto. Em alguns momentos foi capaz de flagrá-la observando-o com curiosidade, mas quando os olhares se encontraram ela ruborizou e desviou o olhar.

- Quero que cante outra vez. - Ele disse repentinamente, atraindo a atenção dos demais.

- Quem? - Fabrício acabara de fazer uma performance quase teatral de Renato Russo.

- Maria Carolina e a canção da estação. - Explicou seu ponto brevemente.

A jovem mulher arqueou a sobrancelha em sinal de surpresa, mas sorriu amplamente quando Fabrício lhe estendeu o violão.

- Preciso tomar mais cuidado com você, Hoffman. - Ela disse de um jeito sugestivo.

Caio apenas sorriu pequeno e afirmou com a cabeça, levando a garrafa de cerveja até os lábios e sorvendo um gole enquanto a observava. Maria Carolina acomodou o violão sobre a coxa desnuda e testou alguns acordes antes de mergulhar todos os presentes em seu timbre agradável. Enquanto ela deslizava os dedos pelas cordas num ritual meticuloso, Caio desejou ter aqueles dedos delicados passeando por seu corpo.

- Agora é a minha vez. - Maria Carolina aproximou-se de Caio sorrateiramente após a quarta rodada de músicas, onde o violão passava de mão em mão e diversas vozes misturavam-se.

- Mas eu não sei cantar. - O homem ergueu os ombros, olhando-a com expressão pesarosa.

- Quem disse que você vai cantar?

Maria Carolina puxou-o pela manga da camisa para fora da cadeira de praia em que estivera sentado, e Caio permitiu-se ser conduzido para longe da roda de amigos. Ela passou a andar de costas enquanto o seduzia com um olhar maroto. Caio não resistiu por muito tempo antes de avançar para cima dela num impulso, agarrando-a pela cintura e arrancando alguns gritinhos e gargalhadas de Maria Carolina enquanto a erguia a ponto de tirar os pés da jovem da areia.

- Ele é perigoso... - Maria Carolina provocou, falando em seu ouvido. - Que surpresa.

- Você não imagina o quanto. - Hoffman disse, calando-a com um beijo em seguida.

Posso ser Ele?Where stories live. Discover now