Capítulo XXXI

77 22 22
                                    



Daniel Orchard não pode ajuda-los. Talvez tivesse feito isso se sua garganta não tivesse sido estraçalhada por garras tão afiadas quanto uma navalha, o sangue escorrendo de seu pescoço e manchando suas vestes.

Desacreditados, Vincent, Lena e Celeste retornaram para a casa. Cabeças baixas. Olhares penosos. A mulher de cabelo negros e quadril largo abriu a porta da casa, deixando que o calor fosse seu anfitrião. Max estava na sala, adormecido num sofá reto e duro, de frente para uma das paredes brancas, na qual havia um quadro com uma pintura de uma floresta ao anoitecer, feita em tons de cinza.

- Chegaram na hora da janta. – Steffan anunciou da cozinha, onde um cheiro salgado emanava de duas panelas, manejadas de forma rápida e direta pelas mãos do mestre dos elixires.

- Acho que não vou comer... – Lena anunciou enquanto acordava Max, avisando-o sobre a comida.

- Más notícias?

Com passos firmes e a voz seca, Vincent respondeu ao entrar na cozinha:

- O que você acha? – O homem jogou seu casaco sobre uma cadeira e sentou-se ao redor da mesa. – Merda! -Ele bateu a mão sob os talheres, vendo-os voar em direção ao chão.

- Acabei de arrumar... – Steffan começou a protestar no momento em que Celeste apareceu.

- Não precisa ficar assim – ela começou tentando acalmá-lo. – Nós...

- Nós não podemos fazer mais nada!

A mulher baixou os olhos, dando espaço para que Lena entrasse com Max.

- Onde está Alice? – Lena indagou, as mãos apoiadas na cintura.

- Está nos fundos com as crianças.

- Por quê? – Vincent indagou com olhos estreitos.

- Porque dentro desta casa ela pode fazer o que quiser fazer, porra! – Steffan apanhou uma das panelas e a colocou sobre a mesa de forma firme. – Qual é o seu problema, cara!?

Vincent se ergueu, a cadeira indo para trás.

- Sente-se, Vincent. – Ordenou Lena. – Deixe isso para depois, Steffan.

- Não! – O homem protestou. – Ele tem sido um cretino desde que chegamos aqui!

Num salto, Vincent o atacou, agarrando suas vestes, sentindo o tecido sob as mãos enquanto o empurrava contra a pia, arrancando um gemido baixo de Steffan.

- Fale logo o que quer dizer, garotinho!

Steffan rangeu os dentes enquanto fitava os olhos entorpecidos por uma raiva nunca antes vista em seus olhos.

- Eu preferia que você tivesse ido para o outro lado e não Knight.

Lena não pode fazer nada a não ser arregalar os olhos e gritar no instante em que vira o punho direito de Vincent acertando o rosto de Steffan, fazendo seu queixo transpassar correntes de dor por todo o seu rosto, contraindo seus músculos.

- Não! – Max tentou pará-lo, mas apenas recebera um empurrão que o lançou contra a parede.

- Pare, Vincent! – Cleeste pediu, tocando seus ombros. – Pare, por favor!

O homem simplesmente ignorava as súplicas da mulher. Sua mente focalizou-se no rosto de Steffan. Arroxeado. Respingos de sangue. Um nariz trincado.

- Vincent! – Alice apareceu na porta da cozinha. Sua voz foi a única coisa que o fizera parar, os olhos perplexos ao vê-la ali.

- Alice... – Ele largou Steffan, deixando-o se recompor, vendo-o tentando recuperar o folego enquanto era acalmado por Max e Celeste. Lena permanecia paralisada em seu lugar.

Voodoo Doll - O Despertarحيث تعيش القصص. اكتشف الآن