Fifith Call

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— Desista HanBin. - Bobby deixou sua cabeça cair sobre o couro da cadeira enquanto  dedilhava a mesa de madeira escura, cuja qual era pouco iluminada pela má iluminação do escritório improvisado nos fundos de uma boate no centro da cidade.

HanBin, homem perigoso e de poucas palavras, assim como Bobby. Calculista e frio, dono de  algumas propriedades nas redondezas, competia com Bobby pela dominação das facções escondidas pelos becos de Seul. HanBin vinha ao escritório de Bobby pedir pela devolução do dinheiro que lhe fora tirado na semana passada. Se tratava de um assalto realizado pelos subordinados Bobby, a mando do próprio, à uma das propriedades de HanBin.

— Eu quero cada centavo de volta, Bobby, não aceito que meu dinheiro caia nas mãos da sua facção. - HanBin falou lançando um olhar ácido e ameaçador para o inimigo, que apenas esnobava as ações do outro.

— Ja ouviu aquele ditado que diz que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão? - Bobby sorriu ladino para o homem que semicerrava os olhos. — Eu tenho meu perdão, HanBin. Essa grana é minha, volte para o ninho de ratos de onde você saiu e não pise dentro da minha área outra vez, a não ser que você queria acabar sangrando como da última vez.

HanBin recebeu aquela ameaça, engolindo-a junto com seu próprio veneno. Abaixou a cabeça tendo a próxima fala certeira em sua língua. Ergueu o olhar e olhou com um ar irônico, porém ameaçador para Bobby, que apenas mantinha uma expressão séria.

— Você sabe que não precisa me pagar em dinheiro. - HanBin pigarreou pondo os cotovelos  na mesa e olhando fixamente para Bobby, que semicerrou seus olhos desconfiado do ponto que HanBin queria chegar. — Na verdade, sua garota pegando pelo seu erro já estaria de bom tamanho.

Bobby forçou o maxilar apenas observando HanBin rolar os olhos pelo escritório parando-os no dono do mesmo.

— Encoste um dedo nela e eu não vou ter misericórdia de você, Kim HanBin.

— Crédito, débito ou oral, ela escolhe, Bobby.

Bobby cerrou o cenho terminado de ouvir aquelas palavras que fizeram o veneno do ódio dar largada em suas veias, incrédulo com a audácia de HanBin. Puxou o revólver prateado de sua cintura e puxou-lhe o gatilho apontando-o certeiramente para a testa de HanBin que já tinha as mãos erguidas em sinal de rendimento e um sorriso sacana no rosto.

— Cala a sua boca imunda, minha garota não tem nada a ver com nossos negócios, seu bastardo. Se eu quisesse eu acabava com a sua raça agora mesmo, mas eu tenho misericórdia da sua família que não sobreviveria sem um pai, por mais podre que você seja, sua mulher e sua filha precisam de você. - Bobby se levantou da cadeira e apertou o cano do revolver contra a testa de HanBin. — Entretanto, Kim HanBin, me ouça com atenção. Se eu souber que você tocou nela, chegou perto dela, até mesmo pensou nela da forma que apenas eu posso, eu vou atrás de você, de você e da sua mulher. Já deixei muitas crianças órfãs, não me arrependeria em deixar mais uma.

— Filho da puta. - HanBin grunhiu sabendo que Bobby não blefava. Sabia que não podia fazer mais que isso, pois Bobby era quem tinha o revólver em sua testa.

— Vaza daqui, só não vá para casa, Donghyuk está fodendo sua esposa na sua cama. - Bobby falou encarando intensamente HanBin, que apenas rosnou e se afastou do cano do revólver.

— Isso não acabou, eu quero meu dinheiro até o final do mês. - HanBin caminhou até a porta e Bobby soltou o gatilho atirando, fazendo a bala perfurar a parede há dois centímetros da orelha de HanBin. — Eu não temo você, Kim Bobby.

E assim, ele saiu deixando Bobby sozinho com o peso sobre suas costas e a preocupação com Jay, ávida em seu pensamento. Bobby largou o revólver sobre a mesa e correu as  mãos pelos cabelos direcionando seus pensamentos à ela, com os cotovelos sobre a mesa e a cabeça baixa ele buscava por respostas. Respostas que apenas ela podia dar-lhe. Ela sabe da nossa  situação, mas ela não faria nada sem meu consentimento...

SIRENS 》 BobbyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora