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Não sei se a viagem foi rápida ou eu que passei ela inteira viajando nos pensamentos.
Quando cheguei no Brasil já estava de dia, peguei minha mala e já fui procurando uma táxi. Mostrei o endereço do hospital que minha tia tinha dado ao taxista e fomos.
Eu estava tão feliz, reveria meu pai. Meu tão amado, pai.
Cheguei no hospital, minha tia me recebeu com abraços, beijos, elogios, tudo de bom. Ela ficou com minha mala e deixou com que eu fosse sozinha até o quarto. Ela me levou até lá e fechou a porta.
Meus olhos começaram a lacrimejar quando meu pai olhou para mim e sorriu.
Pai: Filha! — abriu os braços e eu corri para abraçá-lo.
Lari: Pai! — comecei a chorar contra seu peito — Que saudades!
Ele segurou meu rosto e olhou para cada canto.
Pai: Minha menininha está uma mulher. — sorri em meio às lágrimas — E mora em outro país, como deixei isso? — ri, baixando a cabeça. Ele levantou minha cabeça e secou minhas lágrimas. — Como você está, minha querida? Tanto tempo sem te ver, você está linda.
Lari: Estou ótima, pai. E o senhor?
Pai: Melhor agora, do lado da minha querida filha. Sorri.
Ele deu um beijo na minha testa e me abraçou de novo.
Lari: Eu te amo tanto, pai. Desculpe-me por não ter vindo antes.
Pai: Você está vivendo, e não lhe culpo por isso. Tânia me colocou em dia sobre tudo. Como é Nova York?
Lari: É incrível, quem sabe o senhor não volta pra lá comigo?
Pai: E sair da minha daqui? No. — falou em inglês mesmo.
Ri.
Lari: Já está craque no inglês.
Pai: Sinto muito por sua mãe, Larissa.
Lari: Não foi culpa sua, pai.
Pai: Me desculpe se não fiquei do seu lado nessa época difícil.
Assenti.
Lari: Está tudo bem, todos sofremos, principalmente você.
Pai: Eu deveria ter ficado ao seu lado, o que seria melhor para todos. Eu te amo, filha, muito. E o mais importa é ter você ao meu lado agora.
Sorri, mais lágrimas desciam.
Pai: Venha, — ele fungou, já estava quase chorando — abrace esse velho no seu leito de morte.
Ri.
Lari: Sempre brincando com a morte, pare com isso.
Ele sorriu e me abraçou, forte.
Do nada, seus braços ficaram frouxos e caíram ao redor do meu corpo. E aquela maquininha que monitora os batimentos começou a apitar.

Jolari - Meu Melhor Problema(CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora