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A conversa acabou ali. Eu me soltei de seu braço e entrei no carro, ficando o mais longe dele possível. Ele não tentou em momento algum puxar assunto comigo, porque meu rosto estava vidrado na janela, e porque seu pai estava ali.
No avião, esperei eles entrarem para que eu pudesse ficar longe deles. Horas de vôo e não ter como pensar em nada? As palavras não paravam de se repetir, e apesar de lutar contra as lágrimas, elas venceram.
Vi que se eu começasse a soluçar ali, chamaria muita atenção, e eu não conseguiria parar de chorar. Fui para o banheiro, e me tranquei lá, chorando baixinho.
Eu não conseguia segurar as lágrimas. Fiquei um bom tempo ali, e depois me toquei de tamanha humilhação e meu orgulho veio à tona.
Arrumei meu cabelo e segurei os soluços. O que não daria para disfarçar claramente seria os olhos vermelhos, mas ignoraríamos isso.
Voltei para o meu assento. Abri meu notebook e finalizei todos os trabalhos pendentes.
Pousamos. O Sr. Ávila acordou seu pai, e descemos do avião. Peguei minha mala e fui direto para a sala de desembarque, sem olhar para trás.
Sr.Leonardo: Até mais, Larissa!
Lari: Boa noite, Sr.Leonardo.
Me despedi dele e acelerei o passo.
João: Larissa, espere! — ordenou.
Não dei ouvidos.
João: Eu não vou gritar dentro de um aeroporto lotado, Larissa Manoela.
Continuei não dando ouvidos.
Ele agarrou meu braço com brutalidade.
João: Me ouça...
Júlia: Lari! — quase gritou, aparecendo do nada.
Me soltei do braço do meu chefe, soltei minha mala e abracei minha amiga.
Lari: Me tira daqui. — sussurrei no seu ouvido.
Júlia: João Guilherme, foi bom te ver, nos falamos depois. Vamos, Larissa, te deixo em casa.
Ela entrelaçou seu braço do meu e saímos do aeroporto.

Jolari - Meu Melhor Problema(CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora