Felizmente o seu esporte preferido fazia um bom proveito da raiva.

― Eu sei que você quer ter a sua festa, então fica sossegada que eu vou pra outro lugar – respondeu, mais na defensiva do que havia pretendido. Sua cara estava fechada e Lea soube pelos seus olhos blindados que a porta estava se fechando.

Ela franziu a testa.

― Eu não falei nada disso, não estou a te expulsar.

― Mas eu não quero ser um incômodo.

― Você não é – ela riu, se aproximando dele, em uma última tentativa. Pousou as mãos no peito molhado de Matheus e subiu pelo seu pescoço. Ficou na ponta dos pés para dar um beijo no rosto dele, que ainda parecia incomodado, irredutível. Ela suspirou frustrada. – Você podia conversar comigo, é enervante ter que deduzir o tempo todo como estás a se sentir.

Conversar não era exatamente o forte de Matheus Pimenta. Muito menos naquele momento. Havia um bolo na garganta do rapaz que não descia nunca, por mais que ele quisesse. Era como se, mesmo se o desejo dele fosse falar, ele fosse biologicamente incapaz de tal coisa – como naqueles sonhos em que tudo o que se precisa é correr do perigo, mas as pernas não saem do lugar.

Matheus sempre acabava desabafando na academia do time da escola, era muito mais fácil para ele usar a adrenalina do que as palavras. E por mais que isso deixasse Lea louca da vida – porque ela estava sempre tentando entender o que se passava dentro da cabeça dele – também a deixava instigada.

O próprio namorado era uma das poucas coisas que escapavam o seu controle. E ironicamente ela gostava disso.

Mas não o tempo todo.

Lea largou o garoto e cruzou os braços, com o queixo erguido para não demonstrar nenhum abalo ou mágoa. Vinha tentando conversar com ele há oito semanas, tentando entender como é que ele estava lidando com toda a situação e estender a mão, mas Matheus às vezes dificultava as coisas de modo que elas ficavam impossíveis.

E se havia uma coisa que tirava Leandra Ramires completamente do sério era o namorado ficando na defensiva com ela.

Justo com ela!

― Bom, você pode ficar aqui o quanto quiser. Nossos amigos devem vir no fim da tarde pra uma social.

― Isso inclui o Christoffer?

Ela o fitou com cara de paisagem, de jeito nenhum demonstraria fraqueza agora ou o quanto ele a magoava mesmo sem saber. Ele não tem culpa, ela dizia a si mesma. As pessoas são como as pessoas são.

― É claro que sim – respondeu.

É preciso deixar claro desde cedo que Matheus Pimenta podia ser muitas coisas, mas não era nenhum idiota. Ele soube na mesma hora exatamente o que o amigo faria e o que aconteceria se permanecesse na casa de Lea para a tal festinha.

Se Chris achava que podia fazê-lo de otário, estava muito enganado.

― Não conte comigo então, nem com o Vicente – disse ele, novamente mais frio do que Lea merecia. Ele odiava quando entrava nesse modo automático e já estava prestes a pedir desculpa, mas a garota, vermelha como um pimentão prestes a explodir, foi mais rápida.

― Ótimo – disse, pegando seu chapéu e o livro de poesias que estava lendo. – Eu e meu irmão vamos organizar tudo, você pode pegar suas coisas e ir embora na hora que quiser.

Então Leandra empinou o nariz e se virou de costas, contando até dez para não começar a gritar bem na cara do namorado e deixando-o para trás com seu coração de garota canceriana na mão, mas sem dar o braço a torcer. Se ela gostava de brigar com Matheus por qualquer motivo que fosse? De jeito nenhum. Mas havia coisas com as quais ela mesma também não sabia lidar. E, além do mais, havia uma festa para planejar antes que os amigos começassem a aparecer.

Ela se concentrou, então, nas coisas que estavam sob o seu controle.

Hey, Folks! Se vcs não leram a nota lá no início do capítulo, por favor, leiam! Achei melhor reforçar isso outra vez porque muita gente tava confundindo o português de Costa Malva com o de Portugal e não é a mesma coisa

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Hey, Folks! Se vcs não leram a nota lá no início do capítulo, por favor, leiam! Achei melhor reforçar isso outra vez porque muita gente tava confundindo o português de Costa Malva com o de Portugal e não é a mesma coisa. Nem teria como ser, né, já que são países independentes com seus dialetos específicos. Mas entendo a confusão de vcs pq eu uso o pt-pt como base pras construções verbais.

Mas vamos falar sobre a margarida que finalmente apareceu: senhor Matheus Pimenta, mais conhecido como Paola Bracho hahahaha o que acharam dessa primeira impressão do Mat e da menina Lea? Parece que há problemas no paraíso! E o que será que o Matheus sacou que o Chris vai fazer?

A música do capítulo é Santa no soy - RBD simplesmente pq de santo nenhum dos dois nesse casal tem nada hahahaha Vejo vocês semana que vem!

Beijos e queijos, câmbio desligo.

Beijos e queijos, câmbio desligo

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