Personal Apocalipse

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Ninguém disse que seria fácil descobrir que era um ômega.

Era o tipo de coisa que Louis nunca achava que iria acontecer com ele. Por que afinal, coisas que são consideradas ruins parecem tão distantes a nossa realidade.

Ser um ômega parecia ser um castigo distante, já que diariamente os noticiários falavam sobre quantos ômegas foram usados por alfas nos últimos dias, por terem entrado no cio quando menos esperavam em lugar público e serem violentamente fodidos por alfas de má índole que se aproveitavam da situação.

Mas Louis não podia ser um ômega, seu pai era um alfa e sua mãe era uma beta. Não tinha nenhuma possibilidade sequer que ele fosse ômega.

Ou pelo menos era assim que ele pensava.

Em uma das aulas do ensino médio, Louis descobriu a grandeza da biologia e ainda a possibilidade de calcular probabilidades genéticas. Foi assim que sua garganta apertou pela primeira vez e seu estômago pareceu estar se digerindo no próprio ácido.

Porque sim, a vida era extremamente sacana e Louis podia ser um ômega, por mais baixa que fosse essa possibilidade.

Seis por cento, na verdade. Era menos que doze, isso era bom, não era?

Seis.

Naquele dia, Tomlinson correu até chegar casa o mais rápido que pode, as lágrimas correndo por seu rosto na mesma velocidade que suas pernas, porque alguma coisa em sua cabeça o fazia pensar que se ele fosse realmente um ômega, ele poderia entrar no cio a qualquer momento e ter o mesmo destino do que os infortúnios ômegas sem identidade na televisão. Não porque os jornais não sabiam quem eles eram, mas na maioria das vezes, a família tinha vergonha de ter mais um ômega na família.

Um ômega que entrava no cio de dois em dois meses se não tomasse supressores. Um ômega que lubricava tanto sua entrada que sua cueca e calças empapavam pelo melado pegajoso do lubrificante natural, que ainda por cima, tinha um cheiro e um gosto extremamente doce para alfas, o que aumentava o desejo de devorar necessitados ômegas com a língua até que eles estivessem praticamente chorando e implorando para serem fodidos.

Então, depois de uma semana inteira no cio, chorando por um pau os fodendo e se dilatando na espera da onda de sêmen que chegava a durar minutos e o prendia com seu alfa – Louis achava essa parte realmente estranha, o ômega e o alfa deviam ter um silencio esquisito enquanto o orgasmo não acabava - como se seu corpo estivesse implorando e agindo com tudo que tinha para engravidar... O ômega finalmente saía do cio.

Atores e atrizes ômegas, cantores e cantoras, ou ainda celebridades em geral, precisavam de seguranças alfas já com parceiros marcados. Até porque a única coisa que impossibilitava um alfa de enlouquecer com a essência de um ômega, era se o mesmo já tivesse um parceiro fixo, um vínculo de alma, exatamente a mesma coisa que almas gêmea – que faziam os parceiros quase tinir de tão felizes de finalmente encontrar alguém pra vida – ao mesmo tempo em que ômegas eram poupados de um destino degradante se não tivessem alguém para os proteger.

A pressão psicológica era simplesmente demais. Louis não teria condições de aguentar tudo isso sozinho, embora soubesse que sua família ia arranjar um jeito de ajuda-lo. Mas ele não tinha dinheiro para seguranças, ou era famoso, ou era algo realmente importante para sociedade.

Se Louis fosse um ômega, ele não teria coragem de suspirar fundo com medo de ser ouvido, e, de muito menos, sair de casa.

Louis não viveria.

Quando sua mãe conseguiu faze-lo parar de chorar depois de horas soluçando e xingando a expansão dos híbridos no mundo como forma de adaptação – porque Louis realmente achava que se a raça humana simplesmente tivesse acabado seria mais fácil pra todo mundo – ele voltou a si e tentou convencer sua mãe que realmente acreditava que era um beta e que não se preocuparia com a puberdade.

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