Continuação do livro A Chance. Depois de se divertir muito com a Leth e o Bernardo é hora de se apaixonar pelas loucuras da nossa ruiva Berta e do nosso médico loiro Nicolas.
Para Roberta a liberdade é essencial, dona de suas vontades ela encara a v...
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PRIMEIRA VISTA!
É claro que um homem me fez chorar.
Se eu for contar minha história vai ser assim: Eu nasci... estudei... me mudei com dezoito anos (Por culpa da Leth, que fique claro) atualmente moro em São Paulo e estudo administração. Meu último semestre, graças a Deus! Sou ruiva e tenho um corpo que não é de tudo ruim. Eu não faço muito esporte, só algumas aulas de zumba com a Letícia o que significa que nunca fui uma rata de academia estar em forma ou um pouco acima do peso é lucro de qualquer forma. Tenho os olhos verdes, menos mal e sou virgem. É eu sou. E por opção minha. Não, eu não sou freira. Eu também disse que nenhum homem me faria chorar, e óbvio que aconteceu, depois do meu primeiro e último fracasso, meio que deixei de me preocupar com vida amorosa.
Eu jurei não me envolver com ninguém você deve leu isso, mas então o Victor chegou com seu jeitinho doce e divertido e eu dei uma chance. Leth achava ele delicado demais, mas eu pelo contrário enxergava isso como sensibilidade. Para mim ele era um homem sensível. Namoramos por cinco meses e eu estava completamente apaixonada e pronta para perder minha virgindade. Eu imaginei que éramos alma gêmeas. E Victor era um tipo respeitador que não gostava de muita pegação. Enfim, fui me envolvendo e envolvendo até ele chegar com aquele papo de "não é você sou eu." mas eu descobri da pior forma que realmente era ele mesmo. Victor virou Victória. E ele disse na minha cara que eu fui o macro para sua transformação. Depois de me namorar ele se descobriu como gay. Sim, eu quis matá-lo, mas ele disse que não se importaria em morrer se fosse maquiado com minhas maquiagens. Agora pode até ser engraçado, mas na ocasião eu chorei horrores e por dias.
Por fim essa é minha história de vida. Uma decepção total! Queria poder falar que eu já viajei para muitos lugares, pulei de paraquedas, escalei o Grand Canyon ou cortei fora o pênis do meu ex namorada, mas eu não fiz nada disso. Minha vida agora se resume a estudar, trabalhar, dormir e comer. E eu já estou tão cansada da minha rotina que vou passar as férias com ninguém menos que minha mãe que eu não vejo há cinco anos.
Estou tão ansiosa que nem me reconheço. Não vejo a hora de ver minha mãe. Claro, que isso exigiu muito. Convencer a Leth a voltar foi muito difícil, mas eu consegui. Como sempre!
Arrumei minhas coisas e esperei pacientemente pela minha amiga que não sai do banheiro. Tomei um longo banho e relaxei. Eu não sei como vão ser as coisas agora que minha mãe assumiu seu relacionamento com ninguém mais ninguém menos que a mãe da Letícia. Eu não tenho nada contra, mas quando elas fizeram uma chamada de vídeo para contar eu meio que tive um pequeno surto. Primeiro meu namorado, depois minha mãe. Eu precisei de tempo para absorver, entenda não era preconceito, nem nada do tipo. Eu só lembrei do Vitor e de como ele me fez ficar mal. Com o tempo eu percebo o quanto minha mãe parecia mais feliz nas nossas conversas. Ela finalmente tinha superado o abandono e o luto. Talvez isso tenha aproximado as duas como me aproximou da Leth. Temos experiências parecidas em se tratando de nossos pais. Por isso a Leth precisou de anos de terapia e eu, honestamente também, mas a ideia de me abrir para um estranho me pareceu assustadora. Sem contar que a Leth chegava chorando de todas as sessões. Com tudo isso minha expectativa em ver minha mãe depois de tanto tempo me deixa meio nervosa e tensa.
