Two

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– Oi, Naruto.– falei com um sorriso de canto.– Senti sua falta.

– Olá, Sasuke.

O tom dele não foi exatamente ríspido, mas não foi gentil ou amigável. Aproveitei aquele momento de silêncio constrangedor para analisá-lo. Ele havia crescido bastante, os cabelos loiros estavam um tanto bagunçados, os olhos azuis não tinham mais o brilho infantil. As marquinhas nas bochechas haviam clareado um pouco e o Uzumaki tinha um pequeno brinco no ouvido.

Ficamos nos encarando por bastante tempo. Não sei bem explicar, senti meu coração parar, um frio na barriga se fazer presente. Minha maior vontade naquele momento era chorar e pedir desculpas, mas o meu orgulho e dignidade me impediam disso. Para meu alívio, um pequeno sorriso se formou nos lábios do loirinho.

– Olha, é bom te ver.– falou.– Você sempre foi alguém responsável, Sasuke, o extremo oposto de mim.– riu. – Mas, acho que você precisa escutar isso.

Naruto se levantou e meu medo aumentou. Ele estava perto, muito perto. Colocou as mão nos meus ombros e, para minha surpresa, começou a me chacoalhar.

– Você não tem juízo não? Vai embora, não fala com ninguém e agora vem na maior cara de pau dizer que sente minha falta? Porra, Sasuke! Não é fácil de lidar! Achei que nós éramos amigos, que você tinha o mínimo de confiança em mim para me contar dos seus problemas!– ele bufou. Podia ver pequenas lágrimas se formarem nos cantos de seus olhos, mas ele não deixou-as cair.– Caramba! Achei que eu era um amigo bom, que era importante para você! Foi seu orgulho que fez isso? Olha, eu sempre soube que você era distante, mas não imaginava que fosse capaz de afastar até mesmo as pessoas que se importavam com você.– ele suspirou novamente e me puxou para perto. Estranhei quando o Uzumaki me abraçou.– Senti sua falta, Teme.– sussurrou.

– Eu também, Dobe.

Ficamos ali por um tempo razoavelmente longo, até que o loiro se afastou e sorriu. Aquele sorriso que só ele sabia dar, algo confortável e caloroso. Com eu pude pensar que Naruto me ignoraria? Ele era bom demais para isso, tinha um coração puro demais. E ao pensar nisso percebi o quão canalha eu havia sido.

Naruto começou a contar sobre o que havia acontecido enquanto eu estive fora. Me disse que havia chegado um menino novo na cidade, chamado Sai, e que ele e Ino estavam namorando. Contou também que Gaara continuava sendo o encrenqueiro de sempre, e que o mesmo tinha admitido que sentia falta das minhas brigas com ele.

– Dá para acreditar?– perguntou meu amigo.– E eu que achava que ele te odiava! Acho que achou um namorado, hein, Sasuke?

Apenas revirei os olhos e lhe dei um empurrãozinho. Continuou com a falação. Temari tinha um quedinha por Shikamaru, que era cu doce demais para tomar alguma atitude. Ele falou que Neji e Tenten também estavam de rolo, mas nenhum dos dois admitia.

Estávamos andando pela cidade, com ele contando sobre o que tinha feito naqueles quatro anos. O clima entre nós dois era agradável, mas eu sabia que ele ainda tinha algum ressentimento. Se eu estivesse em seu lugar também teria.

– E você? O que fez?

Contei que havia conhecido uma galera bem estranha, e uma nova Sakura. Naruto riu. Sakura Haruno era um garota que pintava o cabelo de rosa chiclete e tinha um queda desesperada por mim. Ela não entendia que eu não gostava dela, e aquilo era irritante.

– O nome dela era Karin. Ruiva, óculos, não era tão feia assim. Dava pra pegar, sabe? Mas tinha coisa melhor lá.

– Por Kami-sama, Sasuke! Você continua um grosso mal-educado! Não tem respeito não?

Um lance não verbalizadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora