Capítulo 17 - Brilho Eterno de uma Mente com Lembranças

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Nota temporária do autor: só digo uma coisa, preparem o coração para esse capítulo. Não estou exagerando.

Léo #17

— Bom dia, recrutas.

Espera. O capitão Hann acabou de nos saudar com um "bom dia"? Não que tenha nada de errado com a expressão. Mas educação vindo por parte dele é, no mínimo, espantoso.

— A nossa missão de hoje não trata-se de uma missão habitual. Também não trata-se de uma missão especial, mas sim de uma missão que nos foi encaminhada diretamente pelo comandante Nantres.

— Quais são os objetivos, capitão? — perguntou Connor.

— Viajar até Noturnia.

— Onde fica, capitão? — perguntou Abim.

— A três sóis de Halcanda. Precisaremos fazer uma viagem longa. Há uma bolsa para cada na Casa sob a Pedra, dentro, há suprimentos e cobertas. Comam e descansem as pernas. Partiremos em duas horas.

"Descansem as pernas"? Eu não estava vendo coisas. O capitão estava mesmo sendo gentil conosco, e a única explicação possível que encontrei é que pessoas amolecem com o tempo. O capitão Hann pode até parecer durão, mas eu sei que depois de todos esses treinos e missões que fez conosco, aposto que somos as pessoas mais próximas que ele já teve em anos.

— Capitão, por que não vamos nos traios da fortaleza? — Yasuko perguntou.

— Estão em uso.

— Capitão, mas as nossas avaliações serão nessa última semana de aula — Eloise lembrou ao capitão.

— Não existem avaliações. Essa será a avaliação. Agora façam o que ordenei.

Deu para ver a cara de decepção de Connor ao saber que todas as suas horas de revisão foram em vão.

Descemos até o quartel, pegamos nossas bolsas, ajustamos os ratadores, mastigamos os pães amarelados e partimos com destino a Noturnia. O capitão Ontonovio já comentou em sala sobre esse lugar, quando abordou as mudanças climáticas do globo.

Noturnia fica consideravelmente abaixo do Trópico de Capricórnio de Terra Dois, aqui é conhecido como o Corte do Urso. Tudo abaixo dessa região é tocada por demoradas e intensas geadas, o que me remete sempre as terras Para Lá da Muralha. Só espero não encontrar gigantes ou Caminhantes Brancos...

Como de costume, Connor e eu fomos os últimos na fila durante a caminhada. — Já se passou um tempão desde a comemoração dos nossos aniversários. Desde lá, você não mais falou no nome de Armina.

— E você falou no de Beiluce?

— Eu... — Connor gaguejou — eu te disse que já a encontrei em idas e vindas pelos corredores, mas ela sempre estava no meio de alguma atividade. O tempo passou e não tive mais coragem de tocar no assunto.

— É... Armina também anda me evitando, mas não vou procurá-la. Quem sabe na próxima festa...

— Acho que foi coisa de "uma noite" para ambas. O pior é não lembrar de nada, ou quase nada.

— Fica tranquilo, danadão. Não temos data para voltar a Terra Um, até lá, a Eloise não vai ser a única namorando.

Merda. Por um segundo eu esqueci que Eloise estava na minha frente e podia me ouvir. — O que você disse?!

— Esquece.

— Eu e Ortani não estamos namorando! E, mesmo se estivéssemos, não seria da sua conta!

Os Outros TerráqueosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora