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Eu só quero deixar bem claro que odeio o trânsito de Nova Iorque, nem sei aonde eu tava com a cabeça quando decidi vir pra cá. Talvez eu só estivesse tentando fugir da culpa que me consumia cada dia mais por ter deixado o Michael ir, ou pelo simples fato de não conseguir respirar no mesmo espaço que o meu pai. Pra falar a verdade fugir para uma cidade do outro lado do país me pareceu bem certo na época.

Quando cheguei aqui ainda tive que morar em um hotel horrível por quase um mês até achar um apartamento pequeno; que agora é enorme já que Ivan decidiu morar comigo e comprar um apartamento maior no centro.

Me lembro quando encontrei ele na revista, Nicole havia me pedido para levar algumas coisas na sala de reunião, e quando eu estava indo abrir a porta ele abriu e quase me fez derrubar os papéis. O sorriso que ele deu quando reconheceu meu rosto me lembrava um sorriso de alívio, como se tivesse me procurado por muito tempo e finalmente havia me achado.

Ainda acredito que ele está perdendo seu tempo comigo, tanta garota por aí que daria de tudo pra casar com um herdeiro rico e eu aqui, desperdiçando isso. Eu devo ter algum problema, um cara rico, cheio de amor pra dar e mimos querendo me dar seu sobrenome e eu, simplesmente, negando tudo por nada. Com certeza por nada já que quem eu espero nunca mais me verá.

— Moça, não vai atender o telefone?

Olho para o motorista e depois para o celular na minha mão. Balanço a cabeça e atendo o mesmo.

— Mikayla, eu vou ter que fazer uma viagem de negócios e não sei se quando você chegar em casa eu estarei aqui.

— Tudo bem Ivan, me colocaram para fazer uma entrevista e eu estou presa em um engarrafamento horrível.

— Certo, eu te amo, te vejo daqui dois dias.

— Tá, tchau.

Suspiro e desligo o celular.

— Esse hotel fica muito longe?

Termino de editar a entrevista e envio para o email da Nicole.

— Você precisaria dobrar nesta rua e ir até o final dela, depois vira a direita, esquerda e você chegaria lá.

Assinto e fecho o notebook colocando na bolsa. Meu celular vibra em mensagem da Nicole dizendo que estava ótima.

— Eu vou descer aqui mesmo.

Pago o taxista e saio do carro começando a andar para o tal Hotel Sabae. Ótimo dia que decidi usar saltos, perfeito.

Chego no hotel e um homem me aborda com o olhar raivoso.

— Senhorita Gomes? Trabalha para a Pop Magazine?

— Sou eu mesma, você deve ser o assessor da estrela não é?

— Sim e a senhorita está atrasada!

— Primeiro: ninguém me deu horário; Segundo: eu estou aqui não estou? Então me leve logo até o próximo mimado da música.

— Fomos bem claro quanto ao horário e não o chame de mimado, nós temos um horário restrito, sua agenda não pode haver nenhum erro.

Ele diz entrando no elevador e apertando o botão do 15° andar.

— Qual é o seu nome? — pergunto encarando a tela no elevador que indicava o andar em que estamos.

— Pode me chamar de Jacques.

— Hum... Eu estou muito atrasada? — mordo o interior da bochecha.

Jacques sorri fraco e continua olhando para a porta de ferro.

Hi, FriendWhere stories live. Discover now