Capítulo 21 Traição Final

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Meus olhos se abrem e parece que toda minha dor sumiu. Malakai não está mais aqui, me olho melhor e percebo que eu preciso tirar essa roupa. Preciso falar com meus amigos, isso é, se eles ainda forem meus amigos depois do que eu fiz com eles. Olho em volta e acho algumas frutas no cesteiro. Mordo a maça e está doce, muito mesmo. Como mais, acho que nunca tive noção do quão sortuda eu era por ter o que comer, até ficar absolutamente sem. Ouço um ruído. 

  — Malakai? —  ouço mais um ruído. Então ele aparace, Frederico.

— Então é verdade, você ainda está viva. —  ele diz com desgosto. 

— Se você pensa que me tocará mais uma vez, está insano.—  ele gargalha.

— A cobra criou asas? oh, é mesmo, você não tem asas. —  eu levanto minha mão em direção a ele.

Ele voa para fora da casa da árvore, eu desço as escadas correndo, sinto uma pancada forte na cabeça, é uma bola negra, levito uma rocha enorme e a lanço em Frederico, ele desvia. 

— Você está mais forte. —  ele fala entre os dentes.

— Você está mais fraco. —  arranco uma árvore do chão com meus poderes de terra, ergo minha mão em direção a Frederico e o acerto em cheio.

Ele despedaça a árvore com um soco.

— Já brincamos demais. —  ele corre em minha direção.

E lança uma esfera de ferro em minha direção, que me acerta em cheio no ombro, sinto-o se deslocar de lugar, então ele me pega pelos cabelos e fala olhando em meus olhos.

— Última chance. —  ele sorri. —  tic tac, tic tac, olha o seu tempo acabando.

— Eu diria que o seu está acabando. —  eu meto meu joelho na boca de seu estomango, ele larga meu cabelo.

E se encolhe, uma luz branca envolve meus punhos então junto minhas mão e acerto a cabeça dele. Ele levanta seu rosto e posso ver o sangue escorrendo por sua testa até seu queixo. Seu rosto se transfigura, eu corro para a floresta negra, ele corre atrás de mim. Ergo minhas mão e uma árvore nasce ao meu redor, estou invisível para ele.  

  —  Você não tem ideia do que farei com você quando te encontrar. —  ele grita. 

Minha respiração pesa, sinto o sangue descendo por minhas costas. Eu me encolho dentro da árvore. Depois de muitos minutos ouvindo Frederico rasgar sua garganta, ouvindo árvores caindo e algumas explosões, acabo adormecendo em meio a guerra. Segundos, minutos, horas, não faço ideia do tempo que se passou.

— Eleven.—  ouço um grito, é Kai.— onde você está?

  — Aqui. —  eu grito. Ponho minha mão na árvore e ela se desfaz.

Kai corre em minha direção e me abraça forte, quase perco o ar. Passam-se minutos e ele continua me abraçando só assim percebo que ele está chorando.

— Kai? —  não obtenho resposta. Tento me soltar mas ele continua me abraçando. 

— Me perdoe. —  ele me olha nos olhos. —  mas você não pode ter esse poder todo.

— Do que você... —  ele abre sua mão e lá está a relíquia elementar.

Eu já tinha ouvido falar sobre essa relíquia, ela foi forjada para um único propósito, limitar as fadas. Eu me tornei uma fada elementar, uma fada que tem dominado todos os elementos. E se ele ativar a relíquia, que é uma caixinha dourada, ela vai sugar meus poderes e ficarei somente com um dos elementos. 

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