Capítulo 12

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Meus olhos vão se abrindo devagar, devagar demais, é como se o peso das minhas escolhas caíssem sobre mim, e a pergunta que eu mais temo, vem novamente, "você quer mesmo fazer isso?". eu preciso, esse tempo todo tenho lutado contra alguém que não tem nome, nem rosto, e só há um jeito de lidar com um ser que pode entrar na minha mente.

Levanto e sento na beirada da cama, puxo o ar para meus pulmões e expiro, nada será igual após o dia de hoje, absolutamente nada, e me convém sentir todas as dores que minha escolha me provocará, parto meu cabelo ao meio e faço tranças. Visto o único vestido preto que eu tenho. É colado até a cintura, tendo sua parte debaixo solta. Minhas asas estão pouco brilhosas, minha boca está avermelhada, há um misto de inocência com algo mais misterioso. Caroline já está na sala, voo há poucos centímetros de distância do chão, suspiro, meus pais estão conversando sobre como a Caroline é maravilhosa e se calam quando me vêem. 

  — O que é isso? —  minha mãe pergunta.

— Um vestido. —  meu pai ri.

— Cale a boca Jhon. —  apelido do meu pai. 

— Mas eu não falei nada, Tine. —  minha mãe tenta fazer cara de brava, mas ela não consegui fechar a cara para meu pai e logo solta um sorriso. 

— Não me faça ri. Eu estou tentando brigar com sua filha. —  Caroline revira os olhos.

— E eu estou tentando não vomitar. —  Caroline fingi ânsia de vomito.

— Eu estou atrasada. —  tento voar em direção a porta.

— Para onde? hoje não tem aula. —  meu pai voa em minha frente. 

— Amanda. —  penso rápido. —  vou ver como ela está.

— Haha, que amizade improvável. —  Caroline diz.

— Até logo.—  meu pai me deixa.

Para onde combinei com cada um deles. Kai é o primeiro a aparecer. Ele está usando uma calça jeans azul desbotada, um tênis e uma blusa preta. Seus cabelos estão penteados, como eu nunca tinha visto antes.Ele está com uma cara de enterro, que faz todo sentido. Ele se aproxima de mim, me olha no fundo dos olhos e posso ver seus olhos mudando de cor. 

  — Eu não estou pronto para fazer isso. —  ele confessa. Eu olho em seus olhos.

— Eu também não. —  nos seus olhos há tanta compreensão. 

— Você não pode esquecer que eu te amo. —  Kai suplica com o olhar.

— Você sabe que a partir de hoje essa será minha maior dúvida, não é? —  ele morde o lábio.

— Eu sei. —  ele solta minhas mãos e vira de costas.

— Como você sabe de tudo aquilo? —  ele se refere a carta.

— Emília, ela me disse. —  ele suspira.

— Você disse que não tinha entendido o que ela tinha dito. — ele se controla. —  eu não posso fazer isso.

— Sim, você pode e deve.— eu grito. —  você já sabe quando isso acontecerá? 

— Em breve. —  ele está de costas.—  eu não quero te ver sofrer.

— Você não verá. —  Kai vira sorrindo.

— Eu não demorei tanto tempo para encontrar a mulher da minha vida para quando eu encontra-la, deixa-la. — ele manda um beijo.

  — Eu te amo Malakay —  ele sorri. E em seguida ele se aproxima de mim com sua respiração ofegante, mas antes que nossos lábios se toquem duas vozes bem conhecidas me chamam.

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