Capítulo 16 Narrando por Sam

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  A coisa mais fácil que fiz na minha vida foi amar Eleven. Foi uma coisa que não planejei em momento algum, que veio do nada, que me encheu o peito e fez com que eu fosse a pessoa mais boba do mundo, com que meu mundo clichê virasse uma coisa extraordinária, uma montanha russa que nunca tinha fim. Toda vez que eu ouvia seu nome meus olhos brilhavam, um sorriso incontrolável invadia meu rosto. Toda vez que eu a via era como se eu fosse infartar, como poderia existir um ser humano (ou não humano) tão perfeito na minha frente? Como poderia ela sentir algo por mim também? Por que ela teria me escolhido? ... Era um questionamento sem fim, a cada resposta respondida vinha uma incompreendida pelo meu pensamento totalmente insano e meu coração transbordando de amor, sim, foi a melhor sensação que já senti na minha vida, eu me senti tão vivo que não tenho nem explicação sobre como o amor foi na minha vida.. Imaginei tantas vezes ela dizer que também me amava, e quando ela deu a entender que amava, quando ela disse que precisava dizer, eu fiquei muito confuso, muito mesmo, já havia imaginado ela me  dizer que me amava diversas vezes mas ouvir dela não, se um dia eu tiver a sorte de ouvi vai ser como a melhor canção, o mundo ao meu redor  irá parar, o tempo congelar, só haverá eu e ela naquele momento e eu vou querer eternizar aquele momento, só para poder voltar lá, toda vez que precisar de um motivo para viver, pena que nem tudo é verdade. Quando ela começou a me deixar para trás, foi como se tivessem arrancado meu coração comigo ainda vivo, foi a pior sensação que senti na minha vida. O amor é como pular de um precipício, quanto maior ele for pior vai ser a queda, mas ao pularmos nós nos sentimos vivos e torcemos pra nunca chegar a hora de cair. Quando caímos, é como se o mundo ao redor não tivesse mais cor, um vazio dentro de si mesmo, e então morremos por dentro.Confesso que foi literalmente isso que aconteceu, teve dias que eu não ia pra faculdade e ficava deitado o dia inteiro pelo simples fato de ter perdido ela, eu nunca a culpei por nada, apenas me culpei por não ter sido suficiente, por não a fazer ficar comigo, ao meu lado e conseguir consertar essa pessoa tão errada que acabei me tornando. Tentar esquecer ela foi a coisa mais difícil que fiz, tinha dias que eu estava bem, mas eu me lembrava de seu rosto, meu mundo desabava novamente. Não sei se um dia eu vou me recuperar disso, ela me disse que fadas só amam uma vez na vida, doí profundamente em mim imaginar que não sou esse amor, pois para mim ela é, porque depois dela não haverá outra que me faça sentir nem metade do que sentia quando ela sorria, porque nada se compara ao amor que ela me fez sentir, foi a sensação mais maravilhosamente dolorosa que senti, não me arrependo de exatamente nenhuma parte dessa maravilhosa aventura, apenas uma gratidão enorme por ter me feito entender e sentir o amor, não foi recíproco mas foi intenso, cada segundo que passei a amando, foi ótimo. Sinto muito por não termos dado certo e que um dia ela possa sentir o que senti, que por pior que seja é a coisa mais maravilhosa que irá sentir, e é a parte em sua vida que se sentirá mais viva. 

Não me leve a mal, há dias bons para mim, mas hoje não é um deles. Eu evitei muito, mas não há mais como fugir disso, vou reler mais uma vez a carta, cheira-la novamente e aperta-la junto ao meio peito onde o pingente está. Eu guardo rapidamente a carta quando um feixe de luz indica que o véu está sendo aberto. Meu coração se contrai, é a minha vez, eu penso.

 —  Sam. —  é a voz dela.

  — Fadinha? — minha voz sai abalada.

— Eu preciso de você. —  ela começa a chorar.

— Eu estou aqui. —  digo com uma certa dor —  eu sempre estive aqui.

— Todo mundo me deixou. —  ela soluça. —  e minha luz está apagando. Você me deixa entrar?—  ela está toda molhada e tremendo, descalça e com a ponta do nariz vermelha. 

  — Claro. —  meu coração acelera, eu sei que não é certo ficar feliz por o único modo dela chegar até aqui é segurando em mim.

— Você pode fazer isso por mim? —  ela faz cara de choro

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