1° Parte

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O sol entrava suavemente pela janela do quarto. Não era o maior nem mais luxuoso cômodo, mas era extremamente confortável, aconchegante e com notável bagunça: muitos pergaminhos espalhados sobre uma escrivaninha de aparência gasta, tinteiros que haviam virado e feito uma verdadeira lambança na mesinha e no chão, penas quebradas e inteiras por todos os lados, alguns exemplares jogados de velhos jornais com manchetes e fotos que se moviam sob o título Profeta Diário, estantes cheias de bugigangas que faziam barulhos, uma pequena vassoura jazia largada em um canto e uma outra maior com a inscrição em seu cabo polido dizendo Nimbus 2000 estava cuidadosamente equilibrada ao lado de um pequeno guarda roupas que parecia prestes a explodir roupas e objetos de todos os tipos para fora; ao lado, um suave ronco vinha da cama, que agora absorvia os raios de sol da manhã.

A coberta bordada com estrelas azuis se remexeu enquanto um garoto magricela e com cabelos despenteados ia acordando aos poucos.

Harry abriu seus olhos muito verdes, e se espreguiçou sonolentamente, estendendo sua mão em um gesto automático para o criado mudo ao lado da cama, onde estavam seus óculos arredondados.

Enquanto se esforçava para acordar, e tentava trocar o pijama em uma luta contra suas pálpebras, ele pode ouvir uma risada rouca e saudosa no andar de baixo. Isso fez Harry despertar quase que instantâneamente.

Correndo para vestir de uma vez a roupa, e depois lutando contra a maçaneta rebelde com formato de uma cabeça de leão que rugia ferozmente, ele finalmente conseguia descer as escadas em uma corrida desabalada.

Quando entrou pela porta da sala, pode ver um homem de cabelos escuros e aparentemente muito à vontade esparramado no sofá, que ria junto com seu pai quase se dobrando.

- Sirius! - Harry correu para ele, que se levantou muito rápido com um enorme sorriso em seu rosto bonito.

- Veja só, Harry! - ele abraçou Harry fortemente, - como você cresceu. Praticamente um homem!

- Não é todo dia que se faz onze, - disse um Tiago muito sorridente do sofá.

Com um agradável sentimento de choque, Harry se lembrou que hoje era 31 de julho: dia de seu aniversário.

- É mesmo! - ele mal podia conter sua excitação - minha carta já chegou pai?

Tiago trocou um sorriso com Sirius.

- Ainda não, mas aposto quantos galeões você quiser que ela esta à caminho.

- Mas você disse isso ontem... - ele não conseguiu conter o tom de frustração em sua voz.

Harry ficou um pouco decepcionado. Ele tinha esperança que desta vez a carta de Hogwarts iria estar esperando por ele logo que acordasse. Ele contava os dias para recebê-la; até mesmo seu vizinho já havia recebido! Ele lembrava como, a algumas semanas, Neville tinha corrido ao seu encontro largando suas plantas, e lhe dito que tinha finalmente recebido a carta de Hogwarts. Dolorosamente, ele perguntara a Harry se havia recebido a sua, e ainda pior quando teve que responder que não; Neville tinha tentado tranquilizá-lo como seu pai, dizendo que logo a carta chegaria, mas não exatamente ajudava ele ficar lhe perguntando todos os dias se ela já havia chegado.

O desejo de estudar na escola de magia e bruxaria da qual seu pai e seu padrinho tanto falavam queimava dentro dele em uma expectativa que ele não ousava falar a ninguém.

Mas não iria se deixar abater: a carta estava à caminho, tinha que estar. E também tinha a maravilhosa pessoa à sua frente, que continuava a sorrir animado, Sirius Black, seu padrinho e grande cúmplice de manobras na vassoura. Tanto que, Harry se lembrou com um sorriso, havia sido ele quem lhe dera a primeira vassoura quando tinha apenas 1 ano de idade. Os vasos e o gato bem sabiam como tinham sido aqueles dias. E então, na semana passada Sirius lhe mandara uma vassoura novinha em folha, que ele andava olhando desejoso pela vitrine da Artigos de Qualidade para Quadribol no beco diagonal: sua amada Nimbus 2000.

Harry Potter - 31 de JulhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora