Epílogo

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Nada está perdido.
Há sempre uma segunda ou terceira chance se necessário.
À maior dica é aproveitar cada segundo que se passa.
Pois não sabemos o que vem à seguir.
Se tiver que mudar, mude.
Se tiver que desculpar, desculpe.
Claro, se achar preciso.
Só não despedisse seu tempo com rancor.
Porque à melhor forma é viver e ser feliz.
Os dois andando lado a lado.
Balance com a gente.
Entre neste ritmo.

*****

Emma

Quinze dias se passaram e a certeza de que cheguei à beira da loucura, só fortalece. Nunca fui de me deixar levar por homem algum. Talvez o meu encanto pelo Marcos, junto com o momento carência tenha influenciado em minhas atitudes. Até a Carolina que nada tem a ver com os meus problemas, foi de certa forma prejudicada por mim. E é algo que me arrependo profundamente, com toda sinceridade do meu ser. Por isso resolvi procurá-la para pedi desculpa por tudo. É o mínimo que posso fazer agora.

Estou até pensando em passar a visitar um psicólogo, para ver se consigo controlar este meu lado que desconhecia até pouco tempo.

Acho que se não fosse às palavras do Sandro que há dias teima em reverberar em minha cabeça, talvez eu tivesse indo a diante com o meu plano sem noção e não teria me arrependido dos meus atos como agora.

Por falar nele, não consigo parar de pensar também em seus braços fortes me amparando. Não sei o que está acontecendo comigo. Só não quero me iludir novamente.

Assim que ponho os meus pés no prédio da companhia de dança, olhares hostis e especuladores pousam em cima de mim. Sinto-me diminuída na situação. Porém fui eu que provoquei tudo à cena. Sem falar nas piadas de mau gosto ao meu respeito, do tipo: "Cuidado para ela não te trancar no banheiro"; "Durante um teste não se afaste muito se a Emma estiver, ela e traiçoeira" ou até mesmo "Fique longe dela, mau caratismo pode contagiar".

Em outras ocasiões até responderia à altura. Mas reúno todo o meu alto-controle, pois não estou na posição e muito menos com disposição para entrar em discussão com alguém. Ao menos que realmente seja necessário. O que não é o caso.

Vou em busca da Carolina e a encontro em um dos corredores do prédio. Com cautela e receio aproximo-me devagar.

- Carolina, eu sei que fiz muita besteira ultimamente. Desde que nos conhecemos na verdade. Porém podemos conversar só por alguns instantes? Eu preciso me retratar com você e devo-lhe explicação – ela encara-me durante poucos segundos, parece ponderar minhas palavras. O que aumenta o meu nervosismo.

- Tudo bem – fala somente.

- Vamos para um lugar mais reservado. Eu prometo que não irei tentar nada desta vez – mais alguns segundos de silêncio.

- Tudo bem. Vai na frente que estou logo atrás.

Seguimos a diante, do corredor, e entramos em uma saleta no final do mesmo. Que normalmente está vazia.

Sem esperar muito, começo à falar desenfreada.

- Antes de tudo quero e devo te pedi desculpas. Com toda minha sinceridade. Sei que nada justifica a minha falta de compostura, decoro e caráter que demostrei desde que nos conhecemos. Não quero virar à sua amiga do dia pra noite, ainda mais depois do que fiz. Mas eu me arrependi de tudo. E quando digo tudo, é tudo mesmo. Você já deve saber o que aprontei contra você, e o que tentei fazer também. Estava fora de mim, nem me reconhecer estava reconhecendo. Sinto-me muito envergonhada pelas minhas atitudes. Sei que pode não acreditar, mas no dia da apresentação, antes do Marcos me ver com a tesoura e o seu figurino nas mãos, eu já tinha desistido. Resolvi segui o conselho de alguém. Pode descontar sua raiva em mim, se estiver sentindo, eu irei entender. Até porque busquei isso. Novamente peço desculpas – abaixo à cabeça, já esperando o sermão.

Balanço Da Vida (Concluída)Where stories live. Discover now