01.

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Acordando de um transe, a garota abre os olhos atordoada, sentindo o metal gélido em contado das suas costas. Uma poeira metálica atinge seus olhos, fazendo-os lagrimejarem. Sua cabeça pesava sempre que tentava se levantar, enquanto procurava por um apoio. Um ruído irritante a rondava, juntamente com a inquietude dela mesma.

Onde estou?, ela se questiona enquanto tenta enxergar em meio à escuridão. Quem sou eu? Como não consigo me lembrar disso?

Aliás, ela não se lembrava de nada.

Quando finalmente acha algo em que se apoiar, uma caixa grande de metal, ela vasculha por toda a sua mente. Nada. Não achou nada, nenhuma lembrança ou memória, nenhum rosto, nenhum nome, apenas uma terrível dor de cabeça. E uma frase.

"A única coisa que é importante nesse momento é você avisar a Thomas."

Mas quem diabos era Thomas e o que ela deveria avisá-lo ela não sabia, o que apenas aumentava seu desconforto.

A dor que a garota sentia nem se comparava com a de alguém que fora esmagado por um elefante. Como eu sei o que é um elefante se nem sequer sei meu nome?, ela se pergunta totalmente perdida.

Um pânico enorme a atingiu e as lágrimas custavam a sair de seus olhos. Soluços secos saiam de sua garganta quanto ela tentava gritar, o barulho apenas parecia aumentar a medida que a garota tentava abafa-lo tampando os ouvidos com as mãos, agachada em um canto do local.

Mas por que tanto barulho? Essa enorme caixa de metal estaria se movendo? Indo para cima ou para baixo, como um elevador?

As perguntas surgiam rapidamente, enchendo sua cabeça de dúvidas, a deixando mais incomodada e sem forças.

Mas de repente tudo parece se silenciar e ela ouve uma voz de mulher, suave e calma.

"Se acalme Anne", a voz dizia, "Tudo ficará bem". Estranhamente a garota sente um aroma, como se estivesse caminhando por um campo de flores, e ela começa a se acalmar.

A garota levanta a cabeça, que estava entre os joelhos, confusa. Então era esse o seu nome?

O elevador para com um solavanco, deixando Anne ansiosa para seu próximo passo.

O teto parece se abrir e um clarão atinge toda a superfície da caixa, fazendo a garota semicerrar os olhos até se acostumar com a visão. De repente algo bloqueia o sol e Anne parece finalmente conseguir enxergar algo.

Olha para o local que está, ele é totalmente feito de metal e há caixas e latões também de metal, de diversos tamanhos mas em todos escrito a mesma coisa. C.R.U.E.L.

Se era alguma sigla ou a própria palavra ela não fazia ideia, nem ao menos de como ela conseguia ler, não se lembrava de ter aprendido a ler. Seus olhos se desviam dos objetos e focam no ambiente acima.

Pareciam dois mundos completamente diferentes, o de metal e o azul, um cheiro forte de eucalipto irritava suas narinas. Tudo que ela via acima era um céu límpido e...garotos?

-É uma garota! -Diz o que havia bloqueado a luz do sol. 'O que' na verdade era 'quem' e Anne se deu conta tarde demais, levando um susto ao ouvir a exclamação do garoto.

-Uma garota? -Os garotos murmuram acima, confusos.

O garoto que estava junto a Anne no elevador de metal se aproxima da mesma, que tenta se afastar, assustada.

-Onde estou? -Ela questiona com uma voz rouca, mas se era de tanto gritar ou de não ter falado por muito tempo o garoto não saberia.

-Você está no que chamamos de Clareira, eu sou Newt. -O loiro responde. -Consegue se lembrar do seu nome?

De início ela achou a pergunta um tanto esquisita, então era normal entre eles não se lembrar do próprio nome?

-Anne. Meu nome é Anne. -Responde aceitando a ajuda de Newt para se levantar.

-Vai com calma, Fedelha. -Ele diz ao ver a dificuldade da ruiva.

-Ela está bem? -Diz alguém acima deles.

Anne se lembra então dos garotos que vira, realmente eram muitos. A mão que o garoto oferecera agora estava sendo apertada de um jeito desconfortável por uma Anne nervosa, como se ela ja estivesse acostumada a praticar tal ato.

Então eu sou a única garota?

Newt de repente sente a necessidade de confortar a garota, retribuindo o aperto.

-Não se preocupe, eles não vão te machucar. Eu vou te proteger- Ele diz, como se lesse os pensamentos da garota, que cora instantaneamente ao perceber o sotaque que o garoto tem. -Vamos sair daqui. -Continua parecendo estar envergonhado por não saber lidar com garotas de rosto vermelho.

Eles saem da caixa de metal enquanto outros garotos tiram as outras 'encomendas' que estavam na mesma. Todos os olhares estavam nela, como se ela fosse algo de outro planeta ou galáxia.

Ao movimentar as pernas saindo da caixa, Anne sente algo em um de seus bolsos. A curiosidade de saber o que era foi maior do que a paciência de esperar e descobrir depois em um lugar sem público.

Sentindo todos os olhares nela, ela procura o bolso da calça e tira de lá um papel dobrado.

-O que é isso fedelha? -Um garoto mais velho se aproxima.

Anne faz uma careta. Fedelha por acaso era uma gíria entre eles?

-Eu não sei, eu... - Sem esperar respostas ele toma o papel de suas mãos. -Ei, isso é meu!

-Ah é? -O mais velho diz, arrogante. -E o que a garotinha vai..?

Sem esperar ele terminar, Anne fecha os punhos e acerta um soco na lateral da face do garoto, se distanciando logo em seguida. Preciso de um tempo sozinha.

-O que foi isso seu trolho?- Diz Newt irritado, vendo a garota se distanciar rapidamente do grupo de clareanos que havia se acumulado ao lado da Caixa- Gally, ela mal chegou é você já a quer como inimiga?

-Inimiga? Eu gostaria que ela fosse bem mais que uma amiga.- Ele ouve algum idiota, tentando bancar o engraçadinho- Vocês viram que gata?

-Calem essa voca de mértila! -Newt diz, sessando quanquer barulho que os garotos estavam emitindo. -Já que pegou o papel, o que diz ai?

Gally abre o papele começa a ler, vários garotos se atropelam para ler também.

-Ela é a última de todos.

~°❀°~

Olá amorees! Tudo bom?

A única garota da Clareira está na área, muita confusão vem aí. Apenas aguardem kkk

Isso aqui tá até parecendo um comercial da sessão da tarde, mas né.

Eu sei q o capítulo foi curto, to ligada.

Estão gostando? Espero que sim! Vou atualizar sempre que puder.

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Bjs até a próxima att

when the glade burns || tmr Where stories live. Discover now