Capítulo 42 - 2 de agosto (Sofia)

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2 de agosto de 2016

Olá meu fiel amigo.

Ontem, ou melhor, hoje, deitei-me super tarde. Ok! Não era de madrugada, mas o ponteiro já passara, largamente, do algarismo três quando me deitei na cama. São nove e vinte e quatro da manhã e bem que podes perguntar-me o porquê de ter despertado tão cedo. E a razão é simplesmente uma: o Pedro.

Foi só quando me deitei que lhe consegui dizer algo e, até agora, estou a sentir-me mal. Sentir-me mal por tê-lo feito esperar tanto tempo. Teoricamente, a culpa também é das gémeas que me arrastaram para um jantar seguido de cinema tardio e, depois, um café, na Praça, que se revelou demorado por encontrarmos colegas do nosso curso. Depois, entre chegar a pé a casa e não chegar, mais uns quarenta minutos...

Ao escrever isto sinto-me ridícula. Poderia ter tirado uns cinco minutos para lhe dizer algo. Para dizer que ansiava pela nossa corrida... (Ok, como não quero riscar as tuas belas páginas, deixa-me reformular)... Para lhe dizer que poderíamos ir correr pela manhã. Poderás perguntar-me o porquê desta minha demora. Poderia dizer-te que era por estar entre amigos, após a ida ao cinema, e querer aproveitar estes momentos finais antes do último ano e os stresses começarem. Mas não. Foi, simplesmente, pelo medo de ir meter conversa com um rapaz praticamente desconhecido. Sei que poderia ter vagueado pelo seu Facebook. Ver os seus amigos, as suas músicas, ou até se tinha lido ou visto algo ultimamente. Mas não me sentia bem em fazê-lo! O cansaço foi quem me ajudou nas palavras usadas. Palavras simples e um convite sincero foi tudo o que seguiu até ao seu Messenger.

Agora estou aqui, enrolada numa manta (apesar de não estar frio nenhum), a olhar para o telemóvel. Feita parva. Feita dependente. Como se a minha vida dependesse já dele. De uma resposta sua. De alguma palavra, ou um smile engraçado que pudesse mandar. Isto diz que ele esteve online há sete horas. Pergunto-me se terá adormecido à minha espera, enquanto fazia o oposto de mim na altura de lhe mandar a mensagem.

Bem, parece que o feitiço se vira contra o feiticeiro, não é?

A única coisa que sei, diário, é que o sono se volta a apoderar de mim. E acho que vou mesmo dormir. Preciso de voltar a adormecer. Preciso porque anseio, quando acordar, ter algo dele. Uma simples palavra. Algo... algo que alimente este estranho sentimento que se apodera de mim à medida que me deixo vencer pelo cansaço.

Até logo,

Sofia

P.S.: Ficas Comigo? (Nova Edição)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora