Capítulo 2 - Prazer, timidez.

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Parecia que mesmo quando eu tentava chegar na hora, alguma coisa acontecia e eu acabava me atrasando de qualquer forma, talvez fosse algo do destino e eu não gostava nada disso.

Após receber a mensagem, comecei a correr de volta pra casa, incrível como eu conseguia me esquecer das coisas e só lembrar quando ja é quase tarde demais.

Ao chegar na minha rua, consegui avistar uma garota esperando na frente do portão e que provavelmente ia me dar um sermão em poucos minutos.
Legal que ela achava que eu ia sair de casa quando eu nem havia chego ainda.

- Alice! - Chamei.

- Mas hein...Você não estava em casa? - Perguntou ela.

- Ah, é uma longa história, eu estava na aula e aí perdi a hora e depois...

Naquele exato momento senti algo estranho vindo do céu caindo no meu ombro.
Alice começou a rir e eu ainda não havia entendido o que acabara de acontecer.
Quando olhei para meu ombro percebi que os pombos que geralmente ficam no telhado de casa deixaram um presente lá.

- MAS O QUÊ? - exclamei.

Péssimo pra mim, legal pra ela que não parava de dar risada.

- Parece que está com sorte! - disse ela.

- Se isso é sorte, não quero nem saber o que é azar. - respondi.

Alice continuava rindo e eu adorava fazer ela rir.
Seu riso era contagiante e logo eu estava rindo de mim mesmo, seus longos cabelos ruivos e olhos verdes sempre me encantavam.
E eu achando que ela ia ficar brava pelo meu atraso.

- Desculpa o atraso, espera eu me arrumar?

- Vai rápido garoto. - Disse ela, ainda rindo da minha cara.

Fui correndo pro banheiro, tomei um banho de 5 minutos, depois me arrumei no estilo "The Flash".
Vestia uma calça preta, camisa e blusa brancas, tênis preto e claro, meu chapéu que eu adorava.

Pela segunda vez no dia, minha mãe me perguntava porquê a pressa e eu como sempre dizia que estava atrasado pra um compromisso.
Disse a ela que ia sair com Alice e ela ainda me descolou uma grana.
(Valeu mãe 👍)

Disse pra mim tomar cuidado e voltar logo.

Saindo de casa, Alice disse:

- Adorei seu chapéu.

- Também adorei o seu. - Ela também usava um chapéu, da cor vermelha, enquanto o meu era cinza escuro.

- Então, onde quer ir hoje? - Perguntei.

- Que tal um açaí? Depois vamos no lago. - Sugeriu ela.

Assenti e fomos andando até o açaí.

Alice nunca foi muito fã de açaí, ela dizia que tinha gosto de terra.
Mas depois de várias tentativas, consegui fazer ela experimentar.
E claro, depois que ela descobriu que podia colocar leite ninho e leite condensado no açaí, acabou adorando e me chamando pra tomar açaí todos os dias.

Começamos a conversar sobre o dia de cada um, desde a escola onde haviamos combinado de sair. Falei a ela como foi meu atraso na aula de manhã, também falei sobre o atraso no ensaio e ela sempre me dava uns sermões acompanhados de gargalhadas por causa das minhas babaquices.

Atrasado, de novo.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora