PART 10 - DO NOT GO

2.9K 312 65
                                        


— O que você está fazendo aqui? — disse eu enquanto fazia sinal pra que ele entrasse.

— Bom, é que... — gaguejou.

— É que?

— Eu fiz isso pra você. — trouxe uma carta até o alcance das minhas mãos. Elas tremiam. — Mas só quero que leia quando eu sair tá? — ele nem deixou que eu dissesse qualquer coisa, saiu pela porta, entrou no elevador e nem se quer olhou para trás deixando-me ali com aquela carta na mão e uma imensa curiosidade. Decidi que só iria lê-la após o jantar. Levei a carta até o meu quarto e retornei a sala onde a minha mãe já estava com o Bruno.

 — Oi, amor. Tem muito tempo que tá aí?

 — Não. Na verdade eu acabei de chegar. Vem cá. — puxou-me, fazendo com que eu desse um selinho nele.


Fiquei meio desconcertado em fazer aquilo na frente dos meus pais. Tudo bem que eles já estão cansados de saber da minha orientação sexual, mas não queria que eles se sentissem mal ao ver. Ao menos minha mãe pareceu não se importar, até vi um sorriso no rosto dela. Ela deve ficar feliz vendo que alguém está me fazendo tão bem.

 O jantar aconteceu como esperado, e não, meu pai não matou o Bruno, até disse que gostou muito dele. Acho que isso aconteceu porque os dois torcem pro mesmo time, amam futebol e até marcaram uma "peladinha" pro final de semana lá no prédio do Bruno. 

—Você tem que ir mesmo? Fica mais um pouco aqui comigo. Vai, por favor. —implorei.

— Não é que eu tenha que ir, mas acabei de conquistar os seus pais. Não quero abusar. Entende?

— E abusar de mim, topa? —aproveitei que meus pais já estavam no quarto e desci minha mão para o membro de Bruno. 

— Para pô, não provoca assim. Você sabe que não resisto.

—Essa é a intenção caso não tenha percebido. 

— Eu já vou. Abaixa esse teu fogo aí. Depois te recompenso.  

 Com a saída do Bruno aquela carta voltou a tomar conta da minha mente. Corri pro meu quarto e abri, nem pestanejei em abrir com cuidado. 

"É tanta coisa pra escrever que eu nem sei como organizar os meus pensamentos. Vou começar dizendo que te amo e não é um amor de amigo ou irmão como você pensa ou omite saber. Várias vezes eu tentei esconder isso por medo de te perder, por não me conhecer, mas eu amo e não é pouco. Estou escrevendo essa carta porque eu não saberia te ouvir dizer que ama aquele cara, e é por te amar tanto que não vou mais interromper os seus planos. Se a sua felicidade é com ele devo te deixar ir. Estou indo pra São Paulo amanhã passar uma temporada com os meus tios. Assim penso melhor. Não esqueça de se cuidar. Adeus. 

  - Erick"


CONTINUA...

𝙼𝙴𝙼𝙾𝚁𝙸𝙴𝚂 (𝚁𝙾𝙼𝙰𝙽𝙲𝙴 𝙶𝙰𝚈)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora