Entrei na cafeteria e me sentei em frente ao balcão mesmo, sem ter intenção de ocupar em uma mesa qualquer sendo que estava sozinho e provavelmente só teria a companhia de apenas uma pessoa daqui uns minutos. Fiz meu pedido brevemente a uma das atendentes e ali esperei, aproveitando o tempo livre para colocar os documentos do meu "trabalho" em dia, mesmo que não tivesse muita coisa já que eu buscava sempre deixar tudo devidamente preparado para não ter problema algum, assim que saísse porta a fora daquele QG.

"Malik?" Perguntou a garçonete a colocar o prato com biscoito e a xícara de café a minha frente no balcão, com um aceno eu confirmei a ela e em seguida comecei a comer sem algum tipo de pressa, podendo assim, degustar dos biscoitos e do delicioso café naquela tarde fresca.

Meu ombro logo foi tocado e meu cenho se franziu enquanto eu me virava para ver quem era; um homem robusto e de cabelos grisalhos estendia sua mão a mim e educadamente, eu fiz o mesmo ainda estando confuso. Até finalmente me lembrar que ele era o homem que iria me encontrar hoje.

"Desculpa a confusão mas, você é o Lerman?" Perguntei enquanto me levantava e estendia a mão ao homem, que me cumprimentou educadamente e acenou negativamente com a cabeça.

"Quase isso. Vaerman, prazer em te conhecer, Malik." Ele sorriu com sarcasmo e eu dei de ombros sutilmente, sem a intenção de que ele visse e levasse como um ato "desrespeitoso" e acabasse dando para trás com todo o meu plano para encontrar a morena. "Então Malik, o que queria comigo?"

"Preciso de uma localização de um homem chamado Armin Picatche. Ele é casado com Ava Smith VanKirk a mais ou menos 3 meses, ou menos... Preciso achar a garota." Conforme as palavras saiam por meus lábios, a expressão do homem caia e seu rosto tomava um tom avermelhado como se estivesse irado com algo e isso me deixou mais uma vez confuso. "O que foi? Não é capaz do serviço?"

"O que você quer com essa mulher, Malik? Existem pessoas demais atrás dela... Vou ter que te afastar mais uma vez, não é mesmo?!" Ele bufou e eu franzi todas as possíveis linhas de expressão que haviam em meu rosto, até que eu entendi o que havia dito e foi como se houvesse um clic que puxou toda a minha atenção para o homem a minha frente. Minha cabeça voltou logo as lembranças de quando eu tinha passado pelo "ataque" no qual roubaram quase toda a mercadoria que eu estava vendendo sem contar meu carro que eu tive logo que comprar outro.. Só não entendia como ele havia chegado tão rápido a essa mercadoria, sendo que eu não deixava rastros.

Eu me afastei do homem com certa agilidade e com um sorriso a brincar em meus lábios de forma debochada; eu não o deixaria sair por cima sendo que eu poderia me fazer de forte a sua frente, de uma maneira que ele iria se irritar ainda mais.
Suas mãos tocaram meu ombro e tentaram o apertar mas, como um deslize, eu rapidamente juntei suas mãos com um só punho e o virei de costas para mim sem a intenção de machuca-lo, já que o local em que nos encontrávamos era um tanto cheio e eu não pretendia chamar alguma atenção em especial hoje.

"Sinceramente, você poderia ter usado seu nome real e evitaríamos eu ter que gastar meu precioso raciocínio com uma coisa tão estúpida." Disse a revirar meus olhos e o soltei não querendo mais atenção do que já estávamos recebendo. Ele se virou para mim com raiva em seu olhar e sua mão logo subiu à altura do seu queixo, o que me fez agradecer internamente por ser mais baixo e relativamente mais ágil que um homem da sua idade."Então, quem mais está atrás da Ava? Por que você ficou tão mordido com essa história?!"
Questionei a ele que parecia insultar minha inteligência força e rapidez enquanto tentava me acertar discretamente naquele canto do restaurante. Aos poucos, mais olhares eram atraídos a nós e mais gente se aproximava. Neguei com a cabeça e me aproximei e graças a distração do homem tentando me acertar, consegui então colocar minhas mãos contra seu pescoço, o sufocando com a força que eu tinha. Meus olhos rodaram o local e eu suspirei ao ver a garçonete com o telefone no ouvido, provavelmente ligando a polícia. "Sua sorte é que eu não posso continuar aqui mas, quero te avisar que: Eu vou atrás de você e vou achar a minha Ava e se eu souber que ela está em mais lençóis e você se recusa a me ajudar a ajudá-la, eu vou te torturar três vezes pior." Sussurrei ao pé do seu ouvido e em seguida me afastei o dando espaço enquanto eu saia do lugar a piscar para a garçonete que por poucos segundos teve sua atenção a mim, atenção suficiente para que eu então sumisse daquele local, indo rapidamente para a minha moto.
Comecei a rodar sem pressa pelas ruas do Brooklin até chegar na ponte onde atravessava para chegar a Manhattan, o que não demorou muito para ser atravessado e então eu estar próximo a grande estátua. Estacionei minha moto junto as motos dos turistas e deixei o capacete ali, enfiando a chave da moto no meu bolso junto à minha carteira, enquanto começava minha caminhada - que eu posso apelidar como "rara"- em volta da ilha.

Vozes e mais vozes se faziam ouvir e elas estranhamente me acalmavam; era difícil ficar sozinho com meus próprios pensamentos e imaginar o quão suicida minha mente pode ser, quando esta carente.

Sem duvida alguma, Ava é de longe uma das pessoas mais importantes da minha vida e eu querendo ou não, tenho um instinto para protegê-la que eu acho que nunca passará... Mesmo com ela me traindo a maioria das vezes, só para eu assumi-la. Tenho que confessar que seria um bom plano, se eu fosse algum Zé mané e se eu não gostasse tanto de frequentar boates de prostituição.

4 anos atrás

"Você acredita? Vamos pra Colúmbia!" Ela pulou animada em meu colo, deixando suas pernas rodarem minha cintura enquanto meus braços envolviam a mesma em um abraço. A quanto tempo eu não a via. Posso facilmente sentir meu coração saltar no meu peito.

"Estou tão feliz quanto você, amor. Estamos um passo mais próximos de sermos tão ricos quanto aquelas crianças mimadas da College."  Minhas mãos desceram por suas pernas e agarram-nas com precisão, meus lábios foram até o queixo da garota e beijei ali, subindo para seus lábios. "Sabe, podemos comemorar agora... Daquele nosso jeito..." Sussurrei chegando com os lábios em sua orelha, nos virei para o lado da cama e nos deitei, me mantendo em meio às suas pernas. "Você pode ficar quietinha e só me deixar te fazer feliz..." Desci os lábios até seus seios e ela colocou seus dedos de maneira manhosa no meu peito me afastando da mesma, deixando-me confuso.

"Eu não acho que devemos. Sabe, eu quero parecer 'pura' para o Kevin e se transarmos hoje, ele vai sentir quando transar comigo mais tarde... Ele parece meio sensitivo." E foi nesse momento que eu senti vontade de afundar a cabeça da Ava no colchão até ela se afogar no próprio veneno.

Afastei meu corpo bruscamente do dela e a mesma me olhou confusa, como se não tivesse acabado de dizer a maior atrocidade do mundo. Ela sabe muito bem o que eu sinto por ela e nunca está ligando para esse fato.

"Vai se foder, Ava! De verdade, vai se foder!" Andava de um lado para o outro e Ava já tinha se levantado de maneira preocupada, passado seus cabelos para trás dos ombros e vindo em minha direção, até que eu a parei mostrando minha mão. "Eu já te disse que se você continuar com toda essa merda, vamos para a Columbia separados e você nunca vai conseguir chegar a lugar nenhum. Porque você sabe, não é? Eu acabo com você muito antes e eu, de jeito nenhum, vou deixar você chegar perto de mim ou de qualquer um que tenha dinheiro." Olhava ela sério e ela devolvia esse olhar, porém, parecia que iria vomitar a qualquer momento.

Comecei a pegar minhas coisas que estavam espalhados pelo quarto da garota e arrumei dentro da mochila, tinha algumas horas que havíamos saído da escola e finalmente estávamos livre. Até que ela vem com essa história do Kevin, mais uma vez. Ela começou a namorar com ele a umas semanas na tentativa de conseguir algum emprego em um dos escritórios do pai dele em Manhattan, o mesmo era um advogado renomado e ela tinha certeza que se pagasse de boa virgem para o filho do chefe, ela conseguiria chegar lá mais rápido.

Nessas horas eu pergunto se ela não tentou ir direto ao pai...

"Estou fazendo isso por nós! Não consegue ver?" Ela exaltou do outro lado do quarto e eu ri, não acreditando na ladainha que ela era capaz de jogar para cima de mim toda vez. "Quer saber, Zayn? Eu te odeio!" Ela gritou quando me viu próximo à porta e ainda a ignora-la. Eu parei ao lado da porta e antes de sair, finalmente me acabei para ela.

"Quer saber, Ava? Eu infelizmente te amo."

Most Wanted - zjmOnde histórias criam vida. Descubra agora