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Por breves segundos, a história da ligação tinha passado como apenas um erro, até eu me lmebrar da existência inoportuna de Ava.

Coloquei a prancheta sobre minha mesa, onde eu costumava deixar minhas coisas para "trabalhar", soltei um suspiro por meus lábios e em seguida olhei para os lados verificando se não seria algum tipo de brincadeira da espertinha da garota, que mesmo que não soubesse onde eu ficava a essa hora do dia, poderia muito bem descobrir isso.

Era de se admirar o modo que todas as vezes em que a mesma sumia e voltava, ela de alguma forma me trazia enormes problema sem nem mesmo eu ter algo envolvido. Ela arrumava formas inacreditáveis de me colocar no meio das merdas dela apenas para que eu a ajudasse e a arrancasse de suas próprias confusões, que não eram poucas.

Peguei meu celular, a suspirar, mais uma vez e busquei o antigo contato da Ava na minha agenda, pensei em discar o mesmo mas, logo me lembrei que se essa hipótese fosse real e o pedido dela fosse de fato, sobre algo perigoso, eu poderia trazer problemas a ela, então tratei de fazê-lo com pressa. O resultado demorou e foi o mínimo eficiente, porém, já era de se esperar. O resultado foi Seattle, Califórnia. Não poderia ser Ava, ela tinha ido para Londres, não fazia nem sentido ela estar tão perto a tanto tempo sem dar um sinal de vida.

Deixei o celular mais uma vez em meu bolso e suspirei a olhar as caixas que sobraram para conferir, eu o faria mais tarde. Caminhei com a prancheta em minhas mãos para fora da sala enquanto ouvia reclamações e especulações admiráveis dos homens que ficavam ali embaixo cuidando das mercadorias diversas.

[ ...]

Sorri aliviado assim que cheguei finalmente a minha casa, não conseguia explicar o alívio que era chegar na minha casa, coloquei o carro na garagem, peguei minha jaqueta no mesmo e troquei o carro por minha antiga Harley Davidson -que entre nós, eu cuidava mais que a minha própria vida se pudesse. Coloquei o capacete sobre minha cabeça e liguei a moto saindo da garagem, seguindo imediatamente para o café onde marquei de me encontrar meus "contatos".  A algum tempo estou atrás da garota Smith e acho que esses homens podem realmente me ajudar a encontrá-la. Meses atrás comecei a me preocupar com ela e o fato de a mesma não dar notícias. Nunca tinha acontecido e agora tem quase dois anos que não a vejo.

Era de se admirar o modo que as pessoas na qual, eu depositava todo o meu tempo, tinham o dom de ferrar com tudo e me deixar minimamente frustrado com cada ação que elas fazem. Meus pais, pessoas que me colocaram para fora de casa na primeira oportunidade que tiveram -vulgo, faculdade.- típico, não? Meus amigos, depois de conseguirem drogas o suficiente, ficaram com dívidas enormes e eu acabei tendo que deixá-los um bom tempo em uma cama de hospital, pois, tinham se tornado minha responsabilidade diante do Adam, que tinha depositado toda sua confiança em mim... E por ultimo: Ava Smith VanKirk. A garota dos infernos que conseguia virar minha cabeça para baixo mesmo comigo estando no controle de toda a situação, chegava a ser insuportável -claro, usando o mais puro exagero da minha parte-. Ela possuía manias ridículas e que me enjoavam.

Sem passar muito tempo já estava em frente à uma das cafeterias daqui do bairro mesmo, onde logo podia ver carros, motos, bicicletas e até mesmo pessoas a caminhar ali em volta, em busca de mínimo sossego para inútil vida que tinham.

"Cuidado onde anda!" Exclamou a garota assim que eu esbarrei "sem querer" em seu ombro enquanto segurava a porta do café em que eu estava abrindo, um sorriso cresceu aos cantos dos meus lábios e eu mandei uma piscada a garota que mesmo revirando os olhos, conseguiu rir dessa espécie de cantada que eu tinha direcionado a ela. Olhei para dentro do café e pude ter a visão de algumas mesas vazias ao fundo, o homem que eu esperava ainda não estava ali e isso me fez bufar baixo, deixando em seguida minha atenção cair pela garota loira que já tinha sumido da minha vista, porém, ela havia deixado um rastro logo atrás de si, um cartão estava ao chão e no mesmo o seu nome com seu número de telefone, o que me fez sorrir pelo ato da mesma que saiu como uma bela jogada da parte da mesma. Clichê, darling. Respirei fundo e voltei a me concentrar no meu verdadeiro objetivo dentro daquele café.

Most Wanted - zjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora