Capítulo 17 - Giulliana

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Capítulo 17 – Giulliana

Acordei com muito calor. Senti minhas costas encostarem-se a algo rígido, e um braço me segurando de forma possessiva.

Ai meu Deus, quantas taças de champagne eu tomei?

Tirei bem devagar e delicadamente o braço de cima de mim, e me virei o mais silenciosa possível para saber com que eu dormira na noite passada. Mas nem foi necessário me virar, ao sentir o perfume eu já sabia quem estava deitado ao meu lado.

Bernardo.

Abri um sorriso que até os astronautas que estão dando voltinhas por marte viram. Eu não estava acreditando, ele estava dormindo profundamente, seu semblante estava despreocupado, calmo, sereno.

Ele é bonito até dormindo.

Delineei as sobrancelhas dele com o dedo, passei a mão pelo seu cabelo, afastando de sua testa, mas vacilei com a mão perto de sua boca. No fim, resolvi arriscar.

Afinal, quem não arrisca, não petisca.

Encostei meu dedo indicador no seu lábio inferior, depois contornei com meu dedo seus lábios. Ele se mexeu um pouco e eu me assustei e me afastei tão rápido que caí da cama, derrubando a caneca de vidro e o abajur que estavam em cima do criado-mudo. Bernardo também acordou assustado e levantou da cama em um salto. Quando me viu estatelada no chão, ele pendeu a cabeça para o lado, analisando a situação e com toda certeza estava se perguntando o que eu estava fazendo sentada no chão e porque eu tinha quebrado tudo.

– Você está bem? – Ele perguntou meio sonolento.

– É... sim. Claro. Aham. – Me levantei do chão, batendo a mão na roupa como se estivesse tirando a poeira do meu corpo.

– Você se assustou né? Por acordar com um cara ao seu lado, por isso caiu da cama? – Se aproximou de mim.

Não, não se aproxime. Você está tão lindamente encantador de bermuda e regata branca. Posso derreter caso se aproxime demais. Meu cérebro não consegue racionar e me obedecer tão cedo da manhã, não depois de uma noite tenebrosa.

– Não me assustei por isso. Tem outro motivo. – Ri. – Bem, não vem ao caso agora. Quero te agradecer por ficar e cuidar de mim nessa noite. Foi extremamente doce da sua parte.

– Sempre que precisar estarei totalmente ao seu dispor princesa. – Sorriu. – Mas você está bem? Está com dor ainda? Por que se for o caso, eu posso levar você no hospital e ver se tem algo de errado... – Ele falava tão rápido que despejava as palavras uma atrás da outra.

– Shii, calma. Eu tô bem. – Abri os braços e dei dois tapinhas na barriga. – Sem dores.

– Fiquei preocupado ontem à noite.

– Eu aprecio muito isso.

Ele continuou me avaliando, para saber se eu estava realmente falando a verdade. E aquilo me deixou com calor, muito calor.

– Eu vou tomar um banho, pode ficar à vontade, se quiser tem café no armário da cozinha... só... – Eu perdia a fala, toda vez que olhava para o peitoral dele. – Só... vou... tomar banho. – Indiquei o banheiro e caminhei de costas até a porta, mas na metade do caminho bati no armário. – Aii.

– Você é uma figura. – Se virou e começou a arrumar a cama, e eu corri para me trancar no banheiro.

Após fazer minha higiene completa, saí do banho e peguei a toalha. Mas percebi que eu não havia pegado nenhuma roupa. Ou seja, teria que enfrentar Bernardo somente com uma toalha curta que mostrava quase toda minha coxa, pensei por um tempo se deveria sair de dentro do banheiro, ou ficar ali até sei lá, para sempre.

Você e EuWhere stories live. Discover now