Capítulo 06- Lost

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STEPHANIES POV

Depois de parar, continua a andar e bufa. Concluo que ele não vá responder à minha pergunta.
-Estava a pensar alto.-Afinal enganei-me.
-Isso sei eu. Mas o que é que estavas a pensar?
-Não te vou dizer. Se estivesses acordada, saberias.-Responde seco e decido não tocar mais no assunto.
O caminho parecia mais comprido do que realmente era. Avanço do lado dele, o pôr do sol ilumina o seu rosto pálido, e os seus olhos tornam-se ainda mais claros, deixando-o ainda mais belo do que o costume. O que estará ele a pensar enquanto olha em direção do sol que desaparecera e dava lugar à noite?
Porque é que tudo aquilo aconteceu?
Porque é que eu tinha que correr mais ontem e desmaiar, dando origem à tortura vivida pelo Christian, o que levou ao fim da minha relação com o Michael, que por sua vez fez com que eu passasse aquele tempo maravilhoso com o Christian. Talvez tudo tenha uma razão. Gostava era de saber qual.
A lua está cheia e ilumina os nossos corpos, a nossa respiração está acelerada e assim que chegamos à porta do meu prédio arrependo-me de termos andado mais depressa.
Coloco a mão no bolso para tirar as chaves e quando as retiro, caem e ambos nos baixamos para as apanhar, as nossas mãos tocam-se quando agarramos as chaves. As suas mãos quentes fazem contraste com as minhas, que estavam geladas, e com o as pedras do passeio, que estão ainda mais frias do que as minhas mãos. Os nossos olhares cruzam-se por longos momentos, que apesar de longos, não parecem os suficientes. Os seus olhos, apesar da noite escura se refletir neles, continuam verdes e intimidantes.
-Bem...-Coça a cabeça e demora para continuar a frase-...É melhor eu ir andando. Não te quero arranjar problemas com os teus pais.-Levantamo-nos-Até amanhã, Steph.
-Eu mando-te mensagem. Pode ser?-Pergunto com receio.
-Eu mando primeiro.-Os nossos olhares não se desviam nem por um segundo.
-Ótimo.-Desvio o olhar para os seus lábios carnudos, por uns segundos apenas, e volto a olhá-lo nos olhos.
-Para de ser assim, Steph.-Faz uma pausa-Não dependas de ninguém. És capaz de brilhar sem pessoas a infuenciar-te.
-Obrigada Chris. Eu acho que sei cuidar de mim. Até amanhã.
Ele olha para a minha boca, coloca uma mão no meu rosto e eu mordo o meu lábio inferior. Olha-me nos olhos e aproxima-se mais de mim. Sinto a respiração dele no meu rosto. O meu corpo reage à proximidade dele e arrepio-me, fecho os olhos e colo o meu corpo no dele. Sinto o seu calor, as nossas respirações aceleradas em perfeita sintonia, a minha boca abre-se um pouco para receber a dele. Os lábios dele tocam os meus e sinto uma energia, nunca antes sentida, a percorrer todo o meu corpo. Coloco as minhas mãos entrelaçadas na sua nuca e deixo a sua língua percorrer a minha, e subitamente parece que somos só nós no mundo. Não há nada mais. Eu e ele, no frio da noite, com a iluminação da lua e a luz fraca dos candeeiros da rua, a beijarmo-nos. Puxo os seus cabelos e gemo quando ele morde o meu lábio e o suga.
-Christian...-Sussuro entre os beijos, sem fôlego.
-Steph...-Responde da mesma forma e geme. Apenas com os beijos.
Alguém abre a porta e ambos paramos embaraçados com a situação.
-Boa noite!-Diz o meu novo vizinho da frente, carregando os sacos do lixo
-Boa noite.-Dizemos em uníssono.
O homem desaparece e ele vira-se para mim e despede-se:
-Até amanhã Steph, tem uma boa noite.-Beija a minha bochecha, que está quente e corada devido ao nosso beijo anterior.
-Boa noite Chris.-Aproveito a porta aberta e subo as escadas lentamente, temendo a conversa que ia ter com os meus pais.
Ao abrir a porta deparo-me com eles a jantar calmamente. Como se nada tivesse acontecido.
-Senta-te filha. Colocámos um prato para ti também.-Diz a minha mãe.
-Não tenho muita fome...-O meu pai interrompe-me.
-Mas come alguma coisa.
Sento-me e retiro um pouco de carne e batatas assadas, com um monte de salada.
Quando já estava quase a acabar de comer, ela interfere:
-Podes explicar-me porque tudo aquilo aconteceu?-Pousa os talheres e eu acabo de mastigar o que tinha na boca.
-Eu fui correr, corri demais, desmaiei com falta de ar, o Christian socorreu-me e trouxe-me para aqui...
-Quem é ele?-Interrompe
-Era nosso vizinho da frente. Que agora também está na minha turma e se senta ao meu lado.
-Não tem muito bom aspeto.-Desaprova.
-Não é nenhuma comida para ter "aspeto". Ele trata-me bem, ao contrário do Michael, que, caso não saibam, bateu-me.
-Tu traíste-o. É compreensível.-Foi a gota de água.
-Achas compreensível um rapaz bater na tua filha? Esta família está mesmo mal. Não esperem por mim para dormir. Levanto-me e vou embora.
Ando sem rumo, na verdade, vou a caminho da casa do Christian, mas só me apercebo disso quando já estou quase a chegar.
Um vulto suspeito aproxima-se de mim e tento acelerar o passo, mas em vão. Ele apanha-me e encosta-me à parede.
-O que estás aqui a fazer?-Reconheceria aquela voz rouca e grave em qualquer lado.
-Christian? Que susto!
-Responde à minha pergunta!
-Os meus pais não prestam.-Olho para baixo com as lágrimas prestes a sair.-Tive um dia pesado.
-Shhhh...Não chores, linda. Está tudo bem, eu estou aqui. Ainda bem que vieste ter comigo. Mas podias ter ligado, eu ia-te buscar.
-Não tinha bateria.-Uma lágrima escapa do meu olho e ele limpa-a, e beija esse sítio.-O que estás aqui a fazer?
-A apanhar ar. Arejar as ideias.-Sorri, fazendo-me fazer sorrir também. Pois sei bem o motivo para ele estar a arejar as ideias.
-Podemos ir para tua casa?-Procuro refúgio.
-Claro. Anda.-Dá-me a mão, e não a larga até chegarmos a sua casa.
-A minha mãe já deve estar na cama, ela janta sempre cedo. Eu vou só comer uma sandes, podes esperar no meu quarto se quiseres.
-Está bem.-Dirijo-me ao quarto pequeno dele e observo algumas coisas. A única foto que ele tem é uma em que está com os pais, ainda em pequeno, e todos estão a rir. Pensava que ele não tinha pai. Mas não vou tocar no assunto.
Deitei-me e algum tempo depois reparei que a janela estava aberta, daí eu estar com frio.
Levantei-me para a fechar e quando me virei para a cama ele entrou na divisão que agora parecia mais pequena e quente.
-Ham...tencionas ficar a noite? Quer dizer...dormir cá?-Noto o nervosismo no seu tom de voz e largo um pequeno sorriso.
-Se não te importasses...Eu posso dormir no sofá. Não quero incomodar.
-Não não. Nada disso, eu durmo no sofá, e tu aqui.
-Não, a cama é tua. Eu sou a intrusa.
-Não és nada. A gente logo vê isso. Já jantaste?
-Sim. Ham...tens alguma coisa para eu vestir?-Pergunto envergonhada.
-Posso emprestar-te uma sweat e umas calças moletom.-Abre o armário e tira de lá as duas peças.
-Se não te importares. Visto-me onde?
-Na casa de banho.-Sorri.
Volto ao sítio onde chorei há algumas horas atrás, faço as minhas necessidades e visto a roupa dele. Tinha o cheiro mais maravilhoso do mundo: o dele.
Volto ao quarto dele, ele já está vestido e prepara a cama para mim.
Eu agradeço-lhe e deito-me. Quando ele já vai na porta, chamo-o:
-Chris...Podes ficar aqui um pouco?-Ele volta e deita-se encostado a mim, passando um braço por baixo de mim e abraçando-me.-Ela disse que o traí, e que se compreendia ele ter-me batido.
Ele fica chocado e diz:
-Foda-se. Explicaste-lhes tudo?
-Mal ela disse isso eu vim-me embora.
-Mas o que é que lhe disseste.
-A verdade. Depois ela perguntou-me quem tu eras. E desaprovou.
-Típico.-Bufa e deixa de me abraçar.
-Chris?-Continua de braços cruzados, a encarar o teto.
-Se calhar é melhor ires-te embora. Eu sou má influência. Os teus pais não gostam de mim. Vai-te embora.
-Não.-Meto-me em cima dele. Ele olha para mim e agarra as minhas mãos.
-Porque não vais, como todos os outros?-Faz força
-Porque quero estar aqui, contigo, e não noutro lado qualquer.-Coloco as mãos dele na minha cintura e aproximo o meu rosto do dele. As mãos dele agarram com força o meu corpo e sinto-o a puxar-me mais para ele.
-O que é que queres?-Sussura, e antes de lhe responder beijo-o, e assim que os nossos lábios se tocam, tudo o que senti na primeira vez volta com mais intensidade. Uma das mãos dele sobe para a minha cabeça e agarra os meus cabelos, comandando ele os beijos. Dou entrada à sua língua e quando o faço sinto energia no meu corpo todo e cada vez fico mais excitada. Roço a minha intimidade na dele e sinto o seu alto. Agarro os seus cabelos, puxando-os também e gememos em conjunto quando me roço outra vez. Quero continuar. Mas estaria errado.
Saio de cima dele, mas mesmo depois dele, encostamos os nossos lábios em vários beijos que trocamos até adormecermos. E quando chegamos a esse ponto, respondo à pergunta dele:
-Quero perder-me.

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