Capítulo 05-Treason

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STEPHANIES POV

Talvez ele tenha razão. Talvez eu esteja com o Michael por não ter mais ninguém, ou talvez não, eu não tenho a certeza.
Mas, estou a poucas horas de estar com ele e fortalecer a nossa relação.
Levantei-me, comi e tomei um longo banho enquanto ouvia música. Troquei algumas mensagens com as minhas amigas e com o Michael e quando me senti demasiado relaxada saí do tubo. Decidi vestir algo casual, apenas uma camisola de malha branca e umas calças de ganga mais escuras com umas sapatilhas.
Estava a acabar de me arranjar quando recebo uma chamada do Michael.
-Alô?-Digo, intrigada.
-Stephanie​! Estou a chegar, podes descer.-Ele diz num tom não muito simpático.
-Okay!-Tento demonstrar entusiasmo.
Ato a sapatilha, pego na minha mala e saio de casa despedindo-me dos meus pais.
Chego lá a baixo e em vez de ter apenas um rapaz à minha espera, estavam dois.
-O que raio se passou? Porque é que ele está aqui? Meu Deus! Estás bem? Devias ir a um médico! Vamos!- Michael encara-me com o maxilar para fora demonstrando raiva. E agarra a gola da camisola de Christian.-Que merda, Michael! Não fiques aí parado! Ajuda-me aqui.-Sem dizer nada, ele atira-o para o chão como se fosse um objeto.-Estás parvo?-Christian solta um gemido de dor e tenta respirar.
-Realmente, eu fiquei parvo quando vi este...-Para por um momento apontando para ele-...esta coisa no teu quarto! Planeavam contar-me quando? A ele já o deixas-te enfiar?-Cruza os braços e para bem à minha frente.
-Que raio estás para aí a dizer? Ele apenas me ajudou! Eu estava a...-Interrompe-me a meio.
-Não quero saber! Porque é que não me ligaste? Eu! Eu é que tenho que te ajudar!
-O meu mundo não gira em torno do teu umbigo Michael! Existem mais pessoas que sabem que eu existo. Mas tu sempre me fizeste de coitadinha, fizeste-me ver que ninguém servia para mim, apenas tu não é? Bem...FODA-SE!- Mal acabo de dizer isto, ele bate-me. Ele tem força. Os nós dos seus dedos marcam-me a face e, nesse preciso momento, sinto o Christian a levantar-se e ir para cima do Michael.
-Nunca mais lhe toques. És nojento! Como te atreves a bater numa mulher? Fraco.- Admiro-me com as suas palavras.
-Fraco? Eu? Pelo menos não ando a comer as namoradas dos outros!
-Abre os olhos! Achas mesmo que eu a comi? Comer é para fracos! Amar é mais bonito. E eu não lhe toquei. -Para um momento- Por acaso toquei. Eu salvei-a porque tu falhas-te. Não estavas lá. Eu estava.
-Chega!-E bate-lhe outra vez abrindo as feridas que já começavam a secar.
-Fraco.-Christian continua a provocar, e num momento vira-se para mim, movendo os lábios, dizendo "Foge".
E assim o faço. Corro o mais depressa possível, apesar de a minha casa estar atrás de mim, mas aí seria um esconderijo fácil.
Como será que ele entrou em minha casa a meio da noite?
Continuei a correr, sem parar, e quando já não sabia onde estava, parei. O meu telemóvel não tinha bateria. Ótimo.

CHRISTIANS POV

Os meus músculos latejavam a cada pancada que ele dava. E eu apenas assentia, até chegar a um ponto em que ele se cansou e aproveitei essa falha para o mandar ao chão. Já não via a Steph, ela já estava bem, por isso apenas dei 3 pancadas nele. E foi o suficiente. Não gosto de violência.
-Eu não a comi. E ela não tem culpa de ter asma. Não lhe batas outra vez, eu juro que não me controlo da próxima. Ela não fez nada. Mas ela não te ama, a culpa não é dela, porque ela pensa que sim. E tu fazias-lhe bem, até hoje. Não sei se ela te perdoa. Eu não perdoaria.-Digo e vou na mesma direção dela.
-Vai-te foder.-Oiço ao longe.

Era impressionante como aquela discussão se desenvolveu ali à porta da casa dela e os pais não vieram ver o que se passava, como toda a gente com mais de 40 anos fez.
Já estava a andar há quase meia hora, não havia sinal dela, e eu sentia-me fraco.
Quando pensei em desistir, vi-a, no fundo de uma rua, a abraçar-se, com frio, ao pé de um vendedor de rua que, com certeza, a estava a chatear. Gastei as minhas últimas forças para correr até ela e a poder levar para o lugar mais seguro que lhe podia oferecer.
-Steph! Estou aqui!-Grito quando já me estava a aproximar, fazendo-a assustar-se.
-Como é que me encontraste?-Agarro-a para a aquecer mas ela solta-se-Larga-me! Por tua causa perdi-o! Perdi o amor da minha vida.-Reviro os olhos e vejo os seus olhos escorrerem lágrimas.
-Ele bateu-te! Como é que podes tolerar isso!? Quem bate não ama! És tal e qual a minha mãe, porra.-Arrependo-me da confissão que fiz e viro-me para o vendedor, em pânico.
-Ele bateu-me porque eu o traí!-Ela acalma-se e coloca uma das suas mãos no meu braço-O que disseste?
-Nada! Deixa-me.-Começo a andar e oiço-a a vir atrás de mim.
-Eu...eu...desculpa. Não tenho que descarregar em ti. Tu apenas me estavas a tentar ajudar, não foi?-O seu tom mudou muito desde que aqui cheguei.
-Foi. Mas parece que não acreditas muito nisso.-Continuo a andar em direção a minha casa.
-Eu acredito. Pronto. Satisfeito?-Rende-se.
-Não.-Digo, avistando o meu prédio
-Ham...esta zona não é muito segura...podemos voltar?-Abraça-se a mim quando avista uma mulher a fazer um oral a um homem bem mais velho que ela.
-Estás segura comigo, estamos a chegar.-Pego na chave e abro a porta.-Queres subir? Sei que não parece grande coisa...
-Não me importo.-Sorri fracamente.
-Ótimo!-Tento animar o clima, mas em vão.

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