Capítulo 03- Getting inside

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CHRISTIAN'S POV

Não pensei ter de voltar a este prédio, incrivelmente bem arranjado de fora com uma entrada acolhedora, nada comparado com o prédio onde vivo agora. Subo até ao terceiro andar e sem querer paro na porta em que entrei durante 7 anos, e depois me lembro que vim aqui para entrar na porta que estava nas minhas costas. Devido à fraca consistência das paredes, ouvia ligeiros gemidos vindos de dentro, já pensando o quão empata fodas eu seria se batesse à porta. Pensei em voltar noutra hora, mas devido aos barulhos vindos lá de dentro cálculo que os pais dela não estão em casa. Por isso toco na campainha duas vezes sem exitar mais.
-Stephanie podes abrir a porta?
Deixo de ouvir qualquer barulho e penso que ela me vai ignorar. Quando estou quase a inverter a marcha, ela abre a porta. Viro-me e com a mão a coçar a nuca, nervoso, digo:
-Olá...posso entrar? - Ela olha para mim com os olhos bem abertos, ainda a concertar as alças do sutiã.
-Christian...Não esperava ver-te aqui. Está tudo bem?- Poderia chamar-lhe inocente e ingénua mas dado a situação em que a apanhei não diria que ela seja alguma dessas coisas, talvez ingénua.
-Ham...sim está tudo bem, eu estava a passar por aqui e lembrei-me de vir aqui passar os teus apontamentos para eu me manter a par da matéria. -Parte disso é verdade, mas na verdade passei por aqui de propósito.
-Eu agora estou um pouco ocupada...mas posso ir buscar os cadernos e depois devolve-mos na segunda. -Mostra um sorriso simples mas sincero e rendo-me.
-Tudo bem então. - Cruzo os braços e encosto-me na soleira da porta.
-Ótimo, volto já! -Deixa-me à espera e ouço-a a falar com o namorado betinho.
Passados dois minutos ela volta com os cadernos bem organizados.
-Obrigado, prometo não amarrotar nenhuma folha.- Solto uma ligeira gargalhada e ela acompanha-me.
-De nada! Se tiveres alguma dúvida podes ligar-me à vontade!- Demasiada simpatia, deve ser apenas cortesia.
-Okay! - Digo e quando me ia embora ela puxa-me.
-Não sejas mal educado.- E dá-me um beijo em cada bochecha.
-Tchau Steph. -Digo asperamente e acelero o passo até não ver mais aquele prédio.

Pelo caminho meti-me a pensar na semana que tinha tido, desde o momento em que entrei na escola, desde o momento em que entrei na sala, desde o momento em que a vi a ela...a Steph, a minha ex-vizinha, meu deus, o quanto eu fiquei feliz quando deixei de ouvir as diversas discussões que ela tinha com toda a gente, quando deixei de a ouvir a cantar, na casa de banho, GOD, eu ainda me lembro da santa rotina dela e do quanto ela a odiava, ouvi-a a chorar e a gritar nas noites em que ficava sozinha e em que pensava no quanto o seu coração estava despedaçado, até ao momento em que ela e o Michael começaram a namorar... Ela basicamente mudou, a rotina dela mudou, tudo tinha atrasado uma hora, ela parecia mais feliz, mas eu ouvia o que os pais dela não ouviam.
Nunca falámos muito, aliás acho que nunca falámos, trocámos apenas alguns olhares nas poucas vezes que nos cruzávamos no prédio.
Pensava na maneira como ela ficava sentada na soleira da porta, à espera dos pais, porque se tinha esquecido da chave, e o tempo que eu a observava a tentar arrombar a porta da sua própria casa, pelo buraquinho da porta, o quanto ela bufava a tentar que os seus cabelos voassem, mas em vão. Quando dei por mim estava na outra ponta da cidade.
-Hey, Christian!- Ouço uma voz extremamente aguda a chamar-me, acompanhada com o som dos saltos a bater na calçada da rua.
Apreço o passo no sentido contrário, mas já era tarde demais.
-Como tens andado? Há tanto tempo que não te via!-Jennifer diz como se fossemos muito próximos.
-Bem, adeus.-Tento prosseguir mas ela mete-se à minha frente.
-Deixa-te de merdas. Já lá vão 2 anos desde que acabámos! Nunca mais me falaste! - ela fala enfatizadamenfe.
-Nunca pensaste que deve haver um motivo para eu não ter falado mais contigo?-Olho e vejo ao longe uma saída para esta conversa.
-Desculpa? A última coisa que me disseste foi "Namorar com uma puta foi um erro" e nem me explicaste de quem estavas a falar!- Na verdade nem sei porque namorei com ela, burra, puta e manienta.
-O meu autocarro vem aí.-O autocarro para à minha frente.- E já agora, estava a falar de ti.- Entro e quando ela vai abrir a sua boca nojenta a porta fecha-se no nariz dela.

The Ex-neighbourOnde as histórias ganham vida. Descobre agora