Trilogia A Seleção (CASS, Kiera)

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Título: A Seleção, A Elite e A EscolhaAutor: Kiera CassTipo: Série de LivrosClassificação Indicativa: livreEditora: Seguinte

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Título: A Seleção, A Elite e A Escolha
Autor: Kiera Cass
Tipo: Série de Livros
Classificação Indicativa: livre
Editora: Seguinte

Quando você começa um livro novo, existem muitos fatores que afetam suas chances de gostar do que vai ler. E o pior de todos eles é a expectativa que você tem.

Não digo só em questão de ver a capa, ler a contracapa e imaginar o que lhe aguarda. Sim, isso já é ruim o suficiente. Forte o suficiente. Pode quebrar ou criar uma história, quase independente do que está escrito em cada uma das páginas. Mesmo quando o livro é ainda melhor do que você esperava, só de não acontecer como tinha imaginado pode ser o bastante para ele acabar amargo em sua mente.

Mas a expectativa que descobri recentemente, aquela que realmente me incomoda e que deve passar despercebida por praticamente todo mundo, é aquela do que o livro vai significar para você. O que você quer dele? Não importa o personagem principal, o que ele enfrenta e como chega até o final. Só o que tudo isso vai significar para você. O que você quer da história? Quer que mude a sua vida? Ou vai se contentar com uma pequena distração da sua vida real?

Eu comecei A Seleção em 2014, quando dois livros já tinham sido lançados. Era Março e a única coisa que me esperava nos próximos dias era minha formatura da faculdade. Naquela época, eu ainda pensava em meu curso como minha carreira, um futuro já praticamente escrito, senão por interesse, então só pelo fato de eu já estar naquele caminho mesmo. Quando peguei o livro A Seleção na minha mão, meu único interesse era ver aquela capa. A capa linda, histórica, que até hoje eu amo. Nem tinha parado muito para pensar no que estava lá dentro. A capa sozinha era o suficiente para me fazer querer ler. Sempre me considerei bem chata para comerciais e propagandas, praticamente impossível de ser convencida. Mas a capa da Seleção me convenceu.

O fato era que eu não esperava nada além da própria foto, da cor, da pose, da menina ruiva. Eu não lia um livro naquele estilo há tanto tempo, que nem parei muito para pensar no que me esperava. Já tinha lido a saga toda do Diário da Princesa e - por mais que nunca tivesse me identificado com a Mia Thermopolis, - sempre senti falta daquele tipo de história.

E me satisfez. Eu gostei do castelo, dos costumes, ignorei a distopia porque não me importava, e me concentrei no romance. A falta de acontecimentos, profundidade e até mesmo a escrita da Kiera me passaram completamente despercebidas. Faz mais de um ano que li e agora eu sei que eu gostei de verdade, mas só porque não esperava realmente nada demais.

Entre o segundo livro e o terceiro, muita coisa aconteceu comigo. Eu comecei a escrever a minha própria história - sem distopias, mas com castelo, alguns segredos e um diário. E, a partir daí, qualquer frase que eu lesse da Kiera e da Seleção me dava a impressão de que estava faltando alguma coisa. Não só por eu pensar no que eu faria diferente, mas por já estar esperando algo mais. O glamour, a realeza e tudo que a capa mostra ainda estão lá. Mas é praticamente tudo que tem nessa história.

O terceiro livro é o pior, na minha opinião. Ainda que seja por eu ter começado a escrever antes, por já ter a expectativa, o fato é que deixou muito a desejar. Não pouco, muito. Praticamente o tempo todo. O primeiro livro tem muita promessa, muita coisa começando a se desenvolver. Algumas coisas caem no cliché, mas nada que não funcione. E até os personagens são mais interessantes, menos esteriotipados. Dá para ver que foram criados de verdade.

Mas, quando chega ao último livro, cada um deles parece perder seu propósito. Não só em questão de personalidade, mas de acontecimentos mesmo. Os segredos relevelados são feitos de modo a deixar até um pouco insignificante. E toda a promessa da história do primeiro se resolve fácil e rápido. Tudo que poderia ter sido? Não foi. Simplesmente acabou. As dificuldades desapareceram quase sem precisar da protagonista ali. E, mesmo que tenha acabado como eu queria, preferiria um final desatroso a algo tão indiferente.

Se pudesse, apostaria que a Kiera Cass não estava pronta para escrever. Teve que escrever. Tinha sua data limite e simplesmente terminou a história, sem se preocupar, sem nem pensar no que ela devia, não só a nós leitores, mas às suas próprias personagens. A pressa realmente fez a história passar longe da perfeição. Eu teria esperado mais alguns meses, talvez um ano, por um final que fizesse todo o resto valer a pena. Ao invés disso, tive que me contentar com A Escolha.

Mas esse era o problema. Eu já não estava disposta a me contentar com qualquer coisa. Eu já sentia a falta de interesse da própria autora, já sentia sua preguiça de desenvolver a própria criação em cada uma das linhas. Eu já queria mais. Esperava mais.

E talvez a maior culpa seja da minha expectativa. Mas não me sentirei mal por esperar que a história pelo menos me fizesse apaixonar de novo. Mesmo depois de um terceiro livro desapontador em todos os níveis - salvo a cena do julgamento - ainda indicaria a saga para muitas pessoas que eu conheço. A leitura é leve e não vai te fazer se arrepender no final, por mais que você acabe como eu. Porque, quem quer que eu fosse quando comecei a ler o primeiro livro, eu me envolvi com ele. E com a história. E, de vez em quando, me agarrava a ele, segurando a respiração para chegar na próxima palavra, brigando comigo mesma para não me deixar ler várias frases abaixo, tentando ao máximo aguentar minha própria ansiedade para saber o que ia acontecer.

Não é das melhores sagas no mundo - mas, em si, é bastante única. E apesar de todos os defeitos que eu poderia listar do desenvolvimento dos personagens e dos acontecimentos (todos eles com spoiler - razão para eu não escrever aqui), adoraria que fosse possível ler o primeiro livro de novo pela primeira vez. Foi um convite maravilhoso demais para entrar no mundo de uma realeza incrível que eu, como era antes, não poderia ter negado. E que, por bem ou por mal, mudou a direção da minha vida. 

Com toda a sinceridade,

de Vossa Majestade,

de Vossa Majestade,

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