I Am The Future (Sterek/ Romance Gay)

Capítulo 1 - Ohlemrev Oinômed O

"Sempre dói mais ter algo e perdê-lo do que não ter aquilo desde o começo."

                                                 — O Caçador De Pipas.

UM | O DEMÔNIO VERMELHO |

O futuro era nebuloso. Algo sem forma ou concepção. Era uma nuvem a se dissolver no céu. Uma gota a sumir no oceano. Não havia futuro, não havia amanhã para Derek. Não sem Stiles, não sem o calor de seus sorrisos e o amor de seus olhos.

O que seremos quando tudo isto acabar? O que sobrará de nós mesmos? – Perguntava-se em uma agonia constante. Havia prometido a si mesmo que jamais amaria novamente após a morte dos pais, e lá estava ele de novo, cometendo o mesmo erro de amar alguém tão intensamente e então perdê-lo para sempre. Havia sido assim com seus pais, com sua família, com Kate e agora o mesmo acontecia com Stiles.

Era como se estivesse amaldiçoado a amar apenas para sofrer, para ter o coração partido. E isto o fazia ficar nervoso, o fazia querer gritar com o universo, com os deuses por serem tão cruéis. Não desejava mais voltar a ser o Derek de antes. Não queria se fechar, não queria voltar as sombras. Queria o calor de Stiles, um calor que queimava e iluminava tão forte quando o sol. Queria o seu sol, seu Stiles.

Derek estava uma pilha de nervos. Até aí nenhuma novidade.

Todos podiam ver a maneira como ele torcia as mãos e as linhas tensas de seu maxilar apertadas como uma placa de metal sendo comprimida.

Não conseguia evitar. Tempo demais havia se passado e não sabia (não queria) pensar no que poderia ter acontecido. Pensar em Stiles doía, como se alguém houvesse envolvido arame farpado ao redor do seu coração. Queria que aquilo parasse, que aquela dor terminasse, queria deixar de lado todas as magoas e abrir aquela porta aos socos e abraçar Stiles, beijar seus lábios e sentir sua pele macia.

Sentia a angustia borbulhar em seu interior quando memórias do passado vieram à tona. Se lembrava com tamanha saudade e dor dos momentos (tão poucos e tão curtos) onde ficou deitado com Stiles. A maneira como suas pernas se encaixavam e os pés frios de Stiles se esfregavam em sua panturrilha em busca de calor. Os peitos nus e suados se tocando, o coração de Stiles batendo em cima do seu. Seu cabelo macio pinicando o seu queixo e a boca doce e molhada de Stiles a lhe beijar o peito em intervalos irregulares. Os dedos entrelaçados com os seus, o toque áspero e tão íntimo. Uma linha fina os conectando, os formando um só.

Lembrou de quando, certa manhã, Stiles despertou, erguendo a cabeça com seus olhos carregados de sono o encarando com carinho e então seu rosto se modificando em uma careta.

- Pare de me encarar Derek. Seu psicopata - brincou Stiles fingindo estar indignado.

Derek lhe lançou um olhar mortal e Stiles riu, balançando a cama com os espasmos que sacudiam seu corpo.

Como eu te amo, foi o que pensou, mas nada disse naquele momento sob o receio de parecer sentimental demais. Não gostava de expressar seus sentimentos, mas não negava a si mesmo o quanto amava as íris douradas e tão vivas como uma galáxia de ouro. Ou o quanto amava as pintas negras como pequenos soldados percorrendo os campos pálidos e ternos que eram o corpo de Stiles. Amava a aspereza de suas mãos. O modo como seu cabelo se enroscava em seus dedos pela manhã. A firmeza de suas coxas e o calor que pulsava entre elas quando transavam. Os dedos dos pés a beliscar sua perna. A língua a passear por entre seu pescoço. Os dentes a morder. Os abraços apertados quando se separavam. Os olhares casuais. O cheiro de Stiles que parecia grudar em sua pele, marcando seu território em Derek.