Sweet | Matze Ginter

566 40 14
                                    

O recesso de inverno finalmente tinha chegado. A maioria dos jogadores do Borussia Dortmund estavam preparado viagens para lugares quentes, fugindo o frio alemão enquanto pudessem. Outros estavam viajando para as festas de família. Teriam quinze dias para curtir os pais, irmãos, primos, sobrinhos e filhos.

Matthias Ginter não queria ir para um lugar quente. Muito menos ir para sua casa barulhenta com primos correndo para todos os lados e fazendo perguntas sobre como era ser um jogador de futebol. Ele não queria responder nenhuma delas.

Sempre gostara de ficar sozinho. Nunca se importou de ter um apartamento de três quartos para ele. Sua cozinha sempre tinha algum material para suas receitas criativas. Desde criança ele gostara de cozinhar. Havia sido a única tranquilidade de sua mãe quando ele resolveu ir morar sozinho.

Mas não podia dizer o mesmo de sua namorada. Carol Bömmer não sabia cozinhar. Era bem provável que ela deixasse até água queimar. O que não a impedia de sempre querer inventar alguma receita e Matze ter que correr para a cozinha seguido de diversos "por favores" e "obrigadas".

E não foi diferente naquela véspera de Natal.

Bömmer inventou que queria cozinhar os tradicionais biscoitinhos de Natal alemães.

Ao invés de esperar ele chegar em casa, ela entrou no apartamento procurando todos os ingredientes que sabia que teria na despensa. O açúcar, a farinha, o leite.

Abriu a receita no celular e foi aos poucos seguindo o passo a passo.

Estava orgulhosa de si mesma quando viu a massa finalmente tomando forma. Justamente nessa hora, Ginter chegou em casa.

Era normal Carol invadir seu apartamento quando ele não estava, mas geralmente era para assistir a Netflix uma vez que ela não tinha acesso ao streaming no alojamento da faculdade.

Ele nunca se importou, afinal, se não confiasse em Carol Bömmer, em quem mais confiaria?

O problema foi encontrar a sua cozinha coberta de farinha. De alguma forma que ele não queria nem se quer perguntar, Carol havia conseguido fazer com que resto de massa fosse parar no teto.

E conhecendo as habilidades culinárias da namorada, ele não queria nem saber o gosto que teria o biscoito.

- O que você está fazendo, Car?

- Oii Matze, você chegou! - Ela foi até ele lhe dar um selinho mesmo com o rosto todo sujo de farinha, como uma criança que sabia que estava fazendo arte tentava disfarçar a façanha de seus pais. - Estou fazendo biscoitos. Quer me ajudar?

- Carol, minha dúvida é o que você está fazendo na cozinha uma vez que mal consegue cozinhar um ovo.

Ela cruzou os braços se fingindo irritada.

- Não posso querer brincar?

- Claro que pode! Só tenho medo de você colocar fogo no meu apartamento.

Ela abriu a boca para tentar retrucar, mas sabia que ele tinha razão. Matze sempre fora o especializar em cozinha, ela era a especialista em comer de tudo um pouco e elogiar.

- Me ajuda! - Bömmer fez um biquinho implorando para o namorado.

A verdade era que ela não tinha ideia do que estava fazendo. Receitas pareciam mais complicadas do que as equações químicas que precisava resolver na sua faculdade de biologia. Poderia perguntar o Ciclo de Krebs que ela saberia a ordem de cor, mas quando o assunto era diferenciar se uma colher era de chá ou de sobremesa, Carol olharia para a gaveta de talheres e com certeza escolheria a errada.

UnnamedWhere stories live. Discover now