- Eu sabia. 

- Nathi você pode nos deixar sozinhas, por favor, filha? 

- Claro Mamãe, mas depois Dona Margot, você vai me explicar tudinho.

- Tá bom, depois eu explico.

Ela saiu da cozinha, e eu fiquei sozinha com a Mamãe, ela estava com a cara séria, fiquei apreensiva. 

- Filha, você está namorando com o Miguel? E não disse nada? Por que?

- Bom, eu não sabia que estávamos namorando, e eu queria que fosse um segredo.

- Segredo para mim? Eu sou a sua Mãe. 

- Desculpa Mãe. 

- Desde quando vocês estão namorando? 

- Acho que desde ontem, mas a alguns meses nós estamos nos entendendo. 

- E você gosta dele? 

- Sim, sabe aquele homem mais velho com idade pra ser meu Professor? Então, é ele! 

- Eu desconfiei disso, se é isso que você quer, tudo bem, só tome cuidado pra não se magoar. 

- Imagina Mãe, o Miguel jamais me magoaria. 

- Vá tomar banho pra jantar. 

Obedeci a Mamãe e depois do banho fui me trocar no quarto, a Nathi já estava ansiosa para me ver, contei algumas coisas resumidamente a ela, e depois fomos jantar, quando eu estava saindo do quarto eu vi o Miguel na sala. 

- Bom, sua Mãe me chamou para jantar. 

- Que bom.

Depois fomos para a mesa, ele não tinha que me explicar nada, desde que nos entendemos ele não tinha ido mais a minha casa, jantamos e ele me ajudou com a louça. 

- Você lava e eu seco. 

- Tudo bem.

Todas vez que ele ia pegar a louça no escorredor ele se encostava em mim, e às vezes me dava beijinhos no pescoço, eu quase quebrei um prato nessa brincadeira, ele parou com as gracinhas depois que a Mamãe se juntou a nós e fez um tradicional café.

- Então vocês estão namorando. - Disse a Mamãe.

- Pois é Vera.

- Quem diria, eu nunca imaginei vocês juntos. 

- Mas essa é a realidade, de hoje em diante. 

- Miguel, minha filha é uma boa menina, por favor, não a faça sofrer. 

- Nunca faria isso com ela. 

- Mamãe, é só um namoro, quando eu trouxe o Beto aqui você não fez nada disso.

- Filha, o Beto era um namoradinho, eu percebi que não era nada sério.

- Tá bom Mamãe, você pode se preocupar, afinal, sou sua filha. 

Depois disso eu ganhei um olhar úmido da Mamãe, percebi que ela sentiu vontade de chorar, mas logo ela disfarçou, então tomamos um café, e eu fui levar o Miguel no portão dessa vez sozinha. 

- Então você nunca para com seus mistérios. 

- Você se refere ao jantar de amanhã? Bom, você se prepare, por que eu tenho uma surpresa para todos vocês, mas principalmente pra você.

- Nossa, eu nem vou dormir. 

- Durma, e sonhe comigo. 

- Já sonhei muito com você, agora quero que você seja real, chega de fantasias. 

- Que história é essa? 

- De ser real? 

- Não, essa história de você sonhar comigo. 

- Ah, é uma longa história, outro dia eu te falo. 

- Vai falar mesmo, mas agora eu vou pra casa, eu tenho que acordar cedo amanhã, tenho uma coisa pra resolver. 

- Nem vou perguntar, eu sei que você não vai dizer nada. 

- Você já me conhece bem. 

Nós beijamos e ele foi pra casa dele, eu me deitei, e dormi, quando levantei de manhã fizemos a tradicional faxina de sábado, depois eu fui ajudar a Mamãe a preparar o almoço, eu odiava os finais de semana, porque aí eu só via o Miguel um pouquinho, eu dizia que ia correr e eu passava na casa dele, tinha que ser bem rapidinho, geralmente ele me ligava a noite no domingo, eu chamava ele de Maria, pra ninguém perceber que era ele. 

Já estava anoitecendo, eu tinha corrido, mas eu não vi ninguém na casa do Miguel, achei estranho ele demorar tanto pra resolver a tal coisa que ele disse. 

Nos arrumamos, e depois de alguns minutos o telefone tocou. 

- Alô? 

- Oi amor. 

- Oi. 

- Vocês estão prontos? 

- Sim. 

- Então venham. 

- Tá bom. 

Fomos até a casa dele, quando chegamos lá ele já estava no portão para nos recepcionar. 

- Oi. 

Depois de sussurrar meu oi ele me deu um leve beijinho, afinal tinha muitas testemunhas. 

- Entrem por favor.

Todos entramos, e ele me levou até a cozinha. 

- Margot, me ajuda aqui. 

- Não acredito nisso, você comprou a comida. 

- Eu não tive tempo de fazer nada. 

- Era só falar aí nós faríamos alguma coisa. 

- De jeito nenhum, eu faço questão. 

- O que você quer que eu faça. 

- Despeje a comida dentro dessas travessas. 

Despejei a comida dentro das travessas, e depois arrumamos os pratos na mesa, eu não tinha reparado na noite anterior, mas ele tinha comprado uma mesa maior, assim como a da minha casa. 

- Venham todos comer. 

Todos vieram para a cozinha, e depois de comer ele pegou a sobremesa, essa não precisava por em travessa, pois já vinha numa embalagem individual. 

- Eu peço-lhes desculpa por não ter cozinhado nada, por isso tive que comprar a comida de um restaurante, eu espero que vocês tenham gostado.

Ele se desculpou, coisa mais linda esse homem, e é meu, minha família não ligou, estava tudo bem pra eles...

- Então Miguel, o que é tão importante, por que você nos trouxe aqui? - Disse a Mamãe.

Enquanto ela perguntava o Miguel fazia cara de mistério, e eu comia minha sobremesa, era um pavê de chocolate, eu adorava essa sobremesa e ele sabia disso, enquanto eu comia percebi que tinha alguma coisa dura na sobremesa, então cutuquei com o garfinho de plástico, era brilhante, o que é isso... 

- O que foi Margot, achou alguma coisa na sua sobremesa? - Disse ele.

Como se diz me apaixonei em Espanhol?Onde histórias criam vida. Descubra agora