Capítulo 25

351 42 8
                                    

- Olá Miguel, me sinto com dores, e você. 

- Eu e toda sua família sentimos sua falta, que bom que você está de volta. 

Me calou. 

- Miguel a Margot  tem um comunicado a fazer.

Me fez falar... 

- Bom, Mãe, depois de tudo isso que aconteceu, eu não quero mais morar em Florianópolis, quero me mudar, o Diego ainda está solto, e eu tenho medo que ele me encontre.

- Eu tinha medo de ouvir você dizer isso, mas se você quer mudar, tudo bem, vou cuidar de tudo, eu vou vender a casa, e vamos para outro lugar, quem sabe para São Paulo, talvez eu possa voltar para o meu emprego anterior.

- Ótimo, vamos voltar para São Paulo, nunca devíamos ter saído de lá.

Foi um pouco de egoísmo da minha parte, minha Mãe trabalhava numa clínica particular horrível, ela estudou muito para o concurso público, chegava todos os dias morta de cansada e ia estudar até o dia clarear, e quando ela consegue um emprego bom eu decidi que meu medo vale mais que nossa estabilidade financeira, enquanto isso Miguel dirigia, quando eu olhei para espelho retrovisor ele estava olhando pra mim, Florianópolis não é tão ruim, ela me trouxe ele. 

- Mãe, deixa pra lá, eu não tenho o direito de fazer isso com a nossa família, agora que estamos bem, eu não posso pôr tudo a perder, não vamos sair daqui, e seja o que Deus quiser. 

Ele sorriu, eu vi, ele sorriu... 

Paramos na delegacia e eu fiz o retrato falado do Diego, e prestei depoimento de novo, eles queriam ver se eu lembrei de algum novo detalhe, depois disso fomos para casa. 

Os dias se passaram, eu tinha um atestado que me deixava quinze dias longe da escola, a Nathi estava trabalhando na Dona Ana no meu lugar, afinal ela não podia ficar na mão, eu não saí de casa, a não ser para ir às reuniões e as consultas, eu vi o Miguel só algumas vezes durante os quinze dias, ele foi convidado pela minha Mãe pra jantar lá em casa, como eu sabia que ele viria eu fiz lasanha, meu rosto já estava normal, meu olho desinchou e eu enxergava normalmente, na escola pedi para a Nathi dizer que eu tinha uma virose, e pra diretoria minha Mãe disse a verdade, eu passo todas as horas disponíveis olhando pela janela, eu tinha medo do Diego aparecer, sempre que meus irmãos saiam pra escola eu trancava tudo, até as janelas, e qualquer barulhinho que eu ouvia eu ficava em alerta, mas nunca vi nada de estranho. 

Dos cortes no meu rosto ficaram apenas riscos finos que com maquiagem desapareciam, eu usava maquiagem todos os dias, meus irmãos estavam adorando o fato de eu estar em casa, afinal sempre que eles chegavam da escola eu tinha deixado o almoço pronto, a Nathi se encarregou de pegar a matéria com a July nem ela sabia o que tinha acontecido, e como a diretoria estava a par dos acontecidos avisaram aos Professores, então eles me mandavam trabalhos pra fazer em casa, pra eu não ficar com notas baixas, mas acabou os quinze dias de atestado e eu tinha que voltar a escola, Dona Ana já tinha fechado a lojinha, mas ia ficar em Florianópolis por mais uma semana pra poder ajeitar as coisas, e amanhã já é segunda feira, dia da minha aula predileta, por isso vou dormir pra chegar logo segunda... 

...

Estou em um lugar escuro, e estou deitada em um lugar e  é um pouco confortável, sinto a sensação de lábios deslizando pelos meus tornozelos até minha canela, olho para baixo, é o Miguel, então eu fecho os olhos e sinto, só sinto... Sinto mordidas, olho para baixo e... Não pode ser... É o Diego, já está na altura do joelho e subindo até minha coxa, então eu fecho os olhos e suplico pra isso ter logo um fim, e suplico... Mas volto a sentir a sensação de lábios, olho pra baixo... É ele, Miguel meu amor, me beijando já está na altura da minha coxa, me causa arrepios, e eu sinto, só sinto, mas as mordidas voltaram cada vez mais forte, eu olho pra baixo é ele... Diego, e está com a cara de monstro que eu vi no terreno abandonado ele termina de rasgar meu vestido e morde minha barriga, ele arranca pedaços da minha pele e da minha carne, eu sinto a ardência e a dor, e vejo meu sangue jorrar, então fecho os olhos e choro...

Como se diz me apaixonei em Espanhol?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora