capítulo 6 - Aladdin

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     No dia do grande evento menti a minha família. Dizendo-lhes que tinha conseguido um emprego. Era vendedor de rua. E o meu patrão exigia pontualidade.

Minha mãe quase se emocionou. O seu filho mais novo era o sustento da casa. Passei a ser visto como o pai de família. Era em mim que estava o poder. Se ela soubesse... Que o seu filho amado se tinha tornado num criminoso. E que em breve se tornaria no rei dos ladrões.

    Assim que entrei no palácio do sultão fiquei completamente rendido a sua riqueza. As peças de tapeçaria eram todas decoradas com a cultura da nossa nação. As armas de guerra dos antepassados. E os vasos chineses que pareciam ser muito valiosos. 

Eu tencionava roubar um desses vasos. Conseguiria uma fortuna por eles, possibilitando-me uma vida de luxo. Contudo uma jovem me impede. Seu rosto tinha os traços de um anjo. E seu corpo despia uma sensualidade inocente. Só podia ser uma escrava.

" Não toques nesse vaso!"

" Que dizes, menina?"

" O vaso está amaldiçoado!"

" Eu preciso dele! Minha família está passando fome."

" Roubei outra coisa."

" Não direis ao teu senhor?"

" Será o nosso segredo."

     A escrava levou-me ao quarto do seu senhor, e me ofereceu um dos seus muitos anéis de rubi. E ainda uma espada antiga.Quando voltei a gruta secreta, a quadrilha aceitou-me no seu bando. Mas exigiu absoluto sigilo. Passei a viver uma vida dupla.

Minha mãe continuava a acreditar que eu tinha um trabalho honesto. Não quis apoquenta-la. Seria uma vergonha se minha família descobrisse que eu era um ladrão. A sua reputação ficaria para sempre manchada. 

    A quadrilha arriscou-se a se aproximar do palácio. Minha estratégia deu-lhes coragem para arriscar no seu grande esquema. No entanto, necessitavam da minha ajuda para entrar. A única forma de conseguir entrar era através da escrava. Soube mais tarde chamar-se Maya. E seria ela a causa da minha desgraça.

Só ela tinha as chaves do quarto do sultão, e tinha acesso a todos os seus segredos.

" De novo aqui? É perigoso viveres estes esquemas. Volta para a tua família! O que te dei foi mais do que suficiente."

" Não para ter fortuna, e viver confortavelmente."

" Não sejas ambicioso! Quem cobiça o que é dos outros, acaba por ser castigado."

" Eu não serei apanhado. Tu me és leal!"

     Confiei em Maya. Acreditei nela, e me desiludi. Ela nunca me foi leal. Nem me amou. Se tivesse lhe ouvido nessa noite... Minha vida não se teria transformado nessa tempestade de areia. 

Contudo, a noite revelou sendo lucrativa. A quadrilha conseguir roubar meia dúzia de vasos chineses, e uma dezena de tapetes persas. No meio desses vasos encontrava-se o amaldiçoado. Seria esse vaso que mudaria a minha sorte para sempre!

A princesa escrava ( completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora