Como se diz me apaixonei em Espanhol?

Capítulo 7

- Vai sozinha Má.

Disse Karol ela sempre que pode fica defendendo o Natan.

- Valeu, não vou esquecer essa.

Fui sozinha.

A corridinha estava chata sem ninguém pra conversar, mas talvez seja melhor correr sozinha assim eu vou no meu ritmo, mas sem conversar o pensamento vagueia e eu acabo viajando e sonhando acordada com o Professor, agora mesmo eu imagino ele na frente da casa dele, lavando o carro dele sem camisa de bermuda jeans tem imaginação melhor, mas tá real de mais ... Droga, eu não estou sonhando é ele mesmo.

E eu estou quase chegando na frente da casa dele com sorte ele não vai me ver, queria ser invisível.

Não deu certo ele me viu.

- Má, que novidade é essa, correndo sozinha?

Que novidade é essa ? Você tá sem camisa! A-do-ro!

- Pois é, Miguel...

Soou triste, e foi mesmo.

- Poxa que pena.

Dei uma paradinha e quase não conseguia falar estava ofegante, e com muita sede e vendo toda aquela água jorrando da mangueira, me deu mais sede ainda.

- Posso beber um pouco dessa água?

- Claro que não né, eu vou pegar uma água geladinha pra você.

Que lindo, que gentil, que impossível para mim... Não demorou muito e ele voltou com minha água, como a água tem um sabor diferente quando você está com sede, bebi quase num gole só.

- Mas diz ai, por que você está correndo sozinha hoje.

- Natan não queria correr eu que o obrigava por assim dizer, então ele se cansou de correr e eu corro sozinha, mas acho que não vou correr muito tempo, sozinha é meio chato.

- Eu já me acostumei a correr sozinho, eu bem que aceitaria uma companhia, e eu até te convidei pra correr comigo, mas você não aceitou.

- Correr de madrugada não parece uma boa ideia acho que minha Mãe não aceitaria.

- Se você quiser eu peço a ela.

Não parecia certo, eu não devia deixar uma coisa dessas acontecer, eu acho que não estou pronta para me aproximar dele assim, afinal passar um tempo correndo com ele iria nos forçar a ter um diálogo, assim fica difícil de eu parar com a loucura de gostar dele.

Poxa, eu queria correr para pensar menos nele, correr com ele seria um perigo eu ia ficar tão atrapalhada que iria tropeçar nos meus pés, não ia prestar, mas ele está querendo ser gentil como sempre, nem que eu quisesse eu conseguiria dizer não a ele.

- A que horas você corre? Miguel.

- Cedo, às 5:30 da manhã até as 6:30.

- Muito cedo, é mais ou menos a hora que a minha Mãe sai pra trabalhar, e depois eu tenho que ir para escola.

- Bom, não sei se você lembra, mas eu vou a escola também e correr logo cedo me dá mais disposição, eu trabalho e depois a noite eu consigo dormir a noite toda, é revigorante.

- Dormir a noite toda, me parece bom.

Eu me sinto bem correndo, e consegui perder medidas me sinto bem melhor, e talvez se eu correr de manhã eu posso dormir bastante a ponto de não ter aqueles sonhos, ou de não me lembrar deles, como se fosse possível esquecer desses sonhos.

Entreguei o copo a ele agradeci e voltei a correr, corri todo o tempo que ele levava o carro, não sei quanto tempo foi, mas com toda certeza foi mais do que o tempo de costume, ficar vendo ele sem camisa é um ótimo incentivo.

Mais tarde depois que jantamos era hora de pedir a Mamãe para correr com meu Professor.

- Que carinha é essa?

Mãe sensitiva.

- A de sempre Mãe.

- Não é não, eu conheço minha filha.

Super-sensitiva, Natan estava passando para pegar algo na geladeira e se juntou a nós, brevemente .

- Mãe, ela quer correr e eu não quero mais acompanha-la na corridinha, e ela não quer correr sozinha.

Natan se entregou, e se foi.

- Filha você pode correr sozinha.

- Mãe eu vou parar de correr.

Apelei na carinha de triste... O plano estava quase dando certo.

- O Professor da nossa escola corre no horário que você sai pra trabalhar eu podia correr com ele, mas não quero levantar tão cedo.

Quero sim Mãe! Só estou fazendo doce...

- É realmente, é muito cedo e eu não conheço esse Professor.

Ela já esta quase não deixando... Eu preciso agir rápido!

- Também acho Mãe, deixa para lá essa conversa de correr, eu até que estava gostando, mas é só desgostar.

Psicologia reversa mais carinha e voz de triste, e já teve efeito, ela me olhou com aquela cara que ela sempre faz quando está mudando de ideia, ela olha pelo canto dos olhos e morde o lábio inferior... Natan ouvindo tudo resolveu voltar para tirar de vez o dele da reta.

- Mãe o Professor é gente boa ele dá aula pra gente de espanhol e qualquer coisa eu fico de olho, eu só não quero voltar a correr, se eu emagrecer mais eu vou ter que tomar banho de braços abertos pra não passar no ralo do banheiro.

- Não sei não, ele mora perto? Eu nem o conheço...

Ai meu Deus ela está quase deixando...

- Hora Mãe, ele é nosso vizinho o que ele vai fazer? Raptar a Margot? Claro que não né.

Disse a Karol ela surgiu do nada como sempre está ajudando Natan.

Eu odeio manipular a situação, mas as vezes é preciso, Natan não quer se sentir culpado por não correr comigo, mas minha Mãe não ia me deixar correr de madrugada com o Professor que ela nem conhece.

- Mãe eu nem quero mais correr, eu desisto, apesar deu ter resolvido meu problema de falta de sono com as corridinhas.

E isso foi um golpe de mestre... Parabéns Dona Margot.

- Ah! Então você estava correndo por causa daquela sua falta de sono, sendo assim filha eu permito que você corra se você confia nele, vejo que esse tal Professor tem uma fã clube aqui em casa.

Deu certo, ela nem lembrou do cara que tem idade pra ser meu Professor, ela só lembrou do fato de eu não dormir por estar tendo uma paixão não correspondida...

Nem dormi direito, e quando peguei no sono não consegui acordar...

- Filha acorda.

Acordei assustada com o som da voz dela, eu tinha o hábito de acordar sozinha, e pelo visto eu estava atrasada, pois a Mamãe já estava pronta para trabalhar.

- Mãe você já está saindo?

- Sim filha, eu pensei que você tinha desistido.

- Imagina, adoro correr.

E adoro meu Professor também.

Me levantei e vesti minha roupa de correr que já estava no canto da cama, escovei os dentes correndo, prendi os cabelos esticando ele todo pra não parecer que eu não penteie, depois bebi um pouco de água...

- Vamos filha.

Mamãe me apressou, saímos juntas pela rua escura e de repente o Professor sai da casa dele.

- Mãe ali está o Professor.

- É ele?

- Sim, Você o conhece?