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Filipa sentou-se no sofá, levando as mãos à cara. Alonso não parava quieto, stressado com o que a namorada acabava de lhe contar.
Como assim a Rita pensava que a Filipa e o Jos estavam outra vez juntos?!
De repente, na mente de Alonso, surgiu a grande dúvida. Se a Rita pensava aquilo, era porque tinha motivos para ter chegado àquela conclusão, certo?
Depois de muito pensar e andar de um lado para o outro na sala, Alonso acabou por se sentar ao lado da namorada.

- Filipa... - começou ele, sem saber muito bem como dizer aquilo – Não há mais nada que me queiras contar?

Filipa olhou para ele, confusa e sem perceber o que o Alonso queria dizer com aquela pergunta.

- Como assim?

- Não te faças de desentendida – refilou – Para a Rita pensar uma coisa dessas é porque tem motivos para isso...

Filipa ficou sem reação, olhando para ele quase sem pestanejar. Mal podia acreditar que o namorado estava a desconfiar dela. No fundo, ela sabia que aquele assunto iria criar uma grande confusão.
Jos encontrava-se sentado na biblioteca com o Bryan, com a Alba e com o George, que entretanto também tinham chegado. Encontrava-se nervoso e abatido pois, acima de tudo, não queria arranjar confusões à Filipa.

- Eu não tenho nada com o Jos, acredita em mim – pediu a Filipa, mostrando-se o mais sincera possível – Não sei por que é que a Rita começou a pensar essas cenas, eu e o Jos somos só amigos.

- Mas ela não ia começar a pensar nisso se não tivesse motivos – respondeu ele, levantando-se novamente.

Filipa também se levantou e agarrou-o na mão, fazendo-o olhá-la nos olhos.

- Eu juro que não tenho nada com o Jos. Ele é só meu amigo.

Alonso fez um ar confuso e indeciso, sem saber em que acreditar. No entanto não desviou os seus olhos dos dela, num olhar inquietante.

- Eu sei que tu te sentes muito inseguro por saberes que eu e o Jos namorámos durante tanto tempo... - concluiu – Mas tu já me conheces o suficiente para teres a certeza de que eu era incapaz de estar contigo sem te amar.

Filipa viu no olhar do namorado uma ponta de esperança.
Ele suspirou e depois abraçou-a.

- Desculpa estar constantemente com desconfianças... - pediu ele – Mas é difícil para mim estar nesta situação...

- Eu sei amor, mas tens de confiar em mim tal como eu confio em ti – disse ela com uma voz doce – Ao início eu também tinha medo que tu e a Rita ainda gostassem um do outro mas depressa percebi que tinha de confiar em vocês.

Alonso concordou, afagando-lhe o cabelo. Sentia-se culpado por causar tanto transtorno no seu namoro com a Filipa. Devido a todas as suas inseguranças, estavam os dois constantemente a ter conversas sérias sobre o mesmo.

- Eu amo-te tanto miúda – murmurou o Alonso, sem desfazer o abraço.

- Eu também te amo muito – retribuiu a Filipa.

rita

Cheguei ao jardim, um pouco mais calma. Olhei em volta, procurando o Abraham e o Alan, pois tinha combinado ir ter com eles.
Encontrei-os sentados num banco não muito longe e não perdi tempo em me juntar a eles. Como é óbvio, eles perceberam logo que eu não estava bem.
Sem escapatória possível, abri o jogo com eles e contei-lhes o que se passava.
O Abraham, para minha surpresa, não acreditou em nada do que eu disse.

- É impossível a Filipa e o Jos estarem outra vez juntos – disse logo, pasmado a olhar para mim.

- Não acreditas em mim?! – perguntei, transtornada, pois ele já me devia conhecer minimamente para saber que eu estava a falar a sério.

- Não tem nada a ver com isso. Apenas acho que estás a falar de cabeça quente. É demasiado óbvio o quanto a Filipa ama o Alonso.

- Já para não falar de que o Jos está apanhadinho por ti – concordou o Alan – Eu não os conheço muito bem, mas do pouco que vi... é o que eu acho.

- Estás a ver Rita? – perguntou Abraham, como se fosse muito óbvio – Até o Alan, que não conhece muito bem o pessoal, concorda comigo.

Senti-me revoltada, com vontade de explodir. Até o meu melhor amigo não me levava a sério, mesmo depois de lhe ter contado os motivos que me levavam a pensar que a minha prima e o Jos estavam novamente juntos ou que, pelo menos, ainda gostavam um do outro.
O que é que eu podia fazer? Acabava de me aperceber que estava sozinha, ninguém me percebia.
Por quanto tempo é que iria conseguir lidar com esta situação? Até quando é que a Filipa e o Jos iriam enganar toda a gente?

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