A Noite da Festa - Parte II

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– Ele chegou quando? – perguntou Hector, sem demonstrar muito interesse.

– Hoje à tarde – respondeu Fabiola – e ele já veio perguntar de você.

– Agora ele quer saber sobre mim?

– Ele sofreu um acidente.

– Não importa – respondeu espontaneamente, sem conseguir filtrar suas palavras – Ele parou de falar comigo antes disso e sem motivo algum.

– Porque você não conversa com ele? – persistiu Fabiola.

– Estou em outra agora.

– Ferdinan? – Fabiola soltou uma gargalhada, chamando a atenção de todos – você sabe que isso não vai dar certo.

– Você é uma paspalha, mesmo - Hector bebeu o restante do vinho no seu copo – vou para o meu quarto.

Deu as costas para Fabiola, sem se importar com o que ela diria em seguida, ignorou o olhar curioso de Victor também e seguiu para o dormitório masculino. Precisava espairecer, parecia que tudo estava acontecendo ao mesmo tempo, portas para o futuro se abrindo e o passado voltando com tudo, parecia que sua vida estava sendo narrada por uma Gossip Girl mequetrefe. Ao chegar em seu quarto encontrou Caio enrolado em sua toalha de banho, os outros garotos não estavam lá e o fato de ficar sozinho com ele fez o coração de Hector disparar, ele era gostoso demais para evitar que isso acontecesse.

– E ai, H? – Caio o cumprimentou, sem demonstrar vergonha alguma.

– Ah, oi – Hector o cumprimentou de volta, tentando não fixar seu olhar nele – Não sabia que estava aqui.

– Bom, esse é meu quarto também – ele sorriu e tirou sua toalha.

Hector sentiu seu rosto esquentar instantaneamente ao se imaginar indo na direção de Caio, jogando-o sobre sua cama e experimentando seu beijo, sentindo seu corpo. Mas, teve que interromper seus pensamentos ao sentir o enrijecimento lá embaixo.

– Algum problema? – provocou ele.

Balançou a cabeça em negativa, obviamente não havia problema algum, ele adorava o fato de Caio ser um exibicionista e sabia que nada entre eles aconteceria e por fim, deu de ombros, andando em direção ao seu armário.

– Você vai esperar Fabiola comigo? – perguntou Hector.

– Ela vai? – respondeu Caio com outra pergunta.

– Fabiola sempre vai.

– Então acho que não – respondeu ele secamente – ela sabe o caminho, levará você com segurança.

O rapaz concordou, abriu seu armário e escolheu as roupas que usaria naquela ocasião, pegou sua toalha e produtos de higiene pessoal e foi para o banheiro, diferente de Caio, Hector preferia se vestir com privacidade, dentro de algum box do banheiro. Acabou seu banho pouco antes do toque de recolher, se arrumou e foi para o quarto, fingir que estava dormindo enquanto os monitores faziam a vistoria noturna.

As vinte e três horas e trinta minutos Caio abriu a janela e desceu pela escadaria de incêndio. Quinze minutos depois Hector levantou de sua cama e seguiu para a janela, a abriu e olhou para fora procurando pela escadaria, apenas para constatar que ela estava a dois metros de sua janela e que ele teria de se esgueirar por uma estreita viga de concreto para chegar até ela. Ao chegar na escada já estava com os nervos à flor da pele e a desceu rapidamente, enquanto seu corpo tremia de nervosismo.

Fabiola o esperava na lateral esquerda do bloco, então seguiram para o prédio abandonado, que ficava na extremidade esquerda do terreno da escola, levaram cerca de quinze minutos de caminhada para chegar no local. A construção antigamente funcionava como um matadouro, por esse motivo foi construída o mais longe possível dos prédios escolares, para evitar que o mau cheiro chegasse até lá. Mas, devido às novas normas sanitárias, o matadouro teve de ser fechado e consequentemente abandonado e hoje, mesmo decrépito, serve para a reunião dos alunos delatores de regras.

E se eu for o Próximo?Where stories live. Discover now