- Eu? - Stavo indignou-se enquanto David falhava em mais uma tentativa de abrir a porta.

- YAS! - ele me cumprimentou com um sorriso imenso. Parecia muito perto de dormir em pé.

- Shh! - pedi, tomando-o dos braços de Stavo e conduzindo-o para o meu apartamento.

- STAVO! Achei Yasmine! - apontou.

- Percebi, irmão.

- Aqui. Você está bem? - coloquei David sentado no meu sofá e tentei confirmar sua integridade física.

- Yas, olha... - Stavo começou, mas eu lhe dei as costas e me enfiei em meu quarto.

Só saí de lá quando encontrei uma bengala curta que me satisfizesse.

- Você vai morrer! - avancei para ele, armada.

Stavo deu três passos para trás, mas não conseguiu escapar de um dos meus golpes.

- O que você fez com ele? - rugi.

- Yasmine, se acalme! - gritou - Ele está bêbado! Tequila! - sibilou - Nunca ouviu falar? É um líquido que adultos estão autorizados a beber na quantidade que lhes interessar.

- E por que ele está caindo e você não?

Stavo começou a rir.

- Porque o Dav é um cara ótimo, mas tem um estômago de passarinho. - gargalhou - O cara não aguenta a bebida, Yas.

- Stavo - eu me aproximei, irritada, embora tivesse desistido momentaneamente de acertá-lo com bengala ou o que quer que fosse - Explica para mim onde está a graça disso. - rosnei - Porque eu estou tendo muita dificuldade de enxergar.

- Relaxa, Yasmine! Tenho certeza que não é o primeiro porre do cara. Meu Deus, com uma tolerância dessas ele deve ficar embriagado só com o cheiro de posto de gasolina. - riu e apanhou - Ai!

- O que você deu pra ele?

- Tequila! E vodka. Talvez cerveja. Não me lembro.

- E o que mais? - espremi meus lábios. Eu queria chorar. David era uma entidade pura na minha vida. Se Stavo o tivesse quebrado, eu...

- Está querendo saber se lhe dei drogas? - seu olhar ficou sombrio e eu percebi que ele não estava nem um pouco bêbado. Apenas se divertia com o alcoolismo do outro - Em um clube bdsm? Eu mal bebo nesses lugares, Yasmine. Não é seguro e eu sei disso.

- Você nunca ligou para limites.

- Você fala como se eu fosse um maluco irresponsável.

- QUE É O QUE VOCÊ É!

Belisquei seu braço levando-o para perto da porta.

- Ai! - soltou-se do meu beliscão - Yasmine, cresce! David é um adulto! Foi só um clube de bdsm e tequilas demais. Vai dizer que nunca fez isso?

- Eu já fiz. - enterrei o dedo em meus peitos - Mas David não é como eu, Stavo! Nem como você! - gesticulei, colérica - Essa vida, esses hábitos... isso não funciona para ele.

- Quer dizer que já o viu experimentar de tudo e recusar? - observou-me com incredulidade.

- Quero dizer que eu o conheço melhor do que você.

- Melhor do que eu, mas menos do que imagina. - apontou para meu David semi-acordado no sofá - Ele ainda vai te surpreender. - prometeu.

Eu senti um arrepio descendo-me a espinha.

- O que ele fez? - congelei - Stavo! O que você o forçou a fazer?

- "O que o forcei a..." Você se escuta quando fala essas coisas?

[Degustação] MalíciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora