A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)

A Mesma Dor

Capitulo 54 | Liz

Alguns dias depois...

Depois que Dean saiu para a empresa, fui para o terraço e me acomodei em uma poltrona abraçada aos joelhos.

- Trouxe um chá quentinho pra senhora. – dona Dulce apareceu com uma bandeja nas mãos.

- Obrigada. – meneio um sorriso. – Precisa parar de me chamar assim. – ela coloca a xícara diante de mim. – Só Luíza ou Liz, por favor.

- Eu não consigo senhora. – sorriu. – Me permita continuar a trata-la assim.

- Como preferir. – digo vendo que não adiantaria retrucar.

-Antes que eu me retire... – começou e eu lhe dou atenção. – Posso dizer algo senhora?

- Claro. – permito pegando a xícara sobre a mesinha de centro.

- Notei que há dias, a senhora não sai de casa. - coloca a mão sobre o peito. – Me desculpe não quero que pense que estou interferindo em sua vida.

- Não se preocupe dona Dulce, não estou pensando nada. – tomo o chá.

- É que a senhora anda tão triste, e eu pude perceber que é uma pessoa muito alegre. Mas nesses últimos dias não está assim.

- Dá pra notar não é? – pergunto desviando o olhar. – Não tenho sido uma boa companhia para o Dean ultimamente. – olho para ela outra vez. – Ele reclamou sobre algo?

- Não senhora! – negou. – Ele não disse nada, só me pediu para estar sempre á sua inteira disposição.

- Sou grata por isso. – estendo minha mão e ela pega surpresa. – Obrigada dona Dulce.

- Não tem porque agradecer senhora, estou aqui para servi-la.

Desde quando Dean e eu nos casamos, comecei a nutrir um carinho especial por aquela senhora. Que estava sempre tão dedica e disposta a cuidar do Dean e de mim. Percebi que depois que soube que esperávamos um bebê sua atenção para comigo havia aumentado um pouco mais.

Dona Dulce era uma mulher de poucas palavras. Dedica-se ao que faz e percebo que tem um carinho muito grande pelo Dean. Isso me faz lembrar da Nana. Depois do que havia acontecido eu não voltei á mansão. Ela ligava todos os dias desde então e sempre falava com o Dean, já que eu não queria falar com ela por enquanto.

Saber que ela havia olhado em meus olhos e mentido pra mim não ajudava em nada. João Lucas havia voltado no dia do meu casamento e escondido isso de mim juntamente com a pessoa em quem eu mais confiava. – suspirei magoada.

João Lucas... – penso com um aperto no peito.

Há alguns dias atrás eu havia recebido um ramo de flores em seu nome. Acompanhado de um cartão que dizia:

"Sei que precisa de tempo. Leve o tempo que for eu estarei esperando."

Depois disso ele se manteve afastado. Respeitando meu espaço e meu silêncio.

Aquele dia eu não pensei direito. Pedi que se afastasse e que não voltasse outra vez. O que eu poderia ter feito? Era muita coisa de uma única vez. A confirmação que eu tanto temia de que minha irmã pudesse não ter sobrevivido ao acidente. Um amigo que havia desaparecido e reaparecido sem que eu esperasse. – toco minha testa ao sentir uma leve dor de cabeça.

Dou por mim e percebo que dona Dulce se retirou. Pego minha xícara de chá agora morno. Sovi um generoso gole e me lembrei de ouvir uma vez a Mel dizer que só gostava de chá gelado.