Pedidos

1.3K 101 12
                                    

Capítulo 15 | Dean / Liz

Dean

Entrei no meu apartamento larguei as chaves e o celular sobre a mesa de centro na sala. Tirei o blaser e joguei sobre o sofá com mais raiva do que deveria.

- Mais que droga! - rosnei passando as mãos sob os cabelos.

Peguei uma garrafa de whisky, um copo e me direcionei para o terraço. Olhei para a maravilhosa imagem do Arpoador ao Leblon a minha frente. Eu tinha uma vista privilegiada do Rio de Janeiro.

Respirei fundo e olhei para o céu em busca de paz interior, sempre que venho aqui no terraço e olho para o céu me sinto um pouco mais próximo da minha mãe. Com isso eu sempre me sinto melhor, então vim direto pra casa, queria me sentir mais próximo dela. Queria sentir um pouco de paz me envolver na tentativa de amenizar o caos dentro de mim.

Lembrei pela milésima vez do rosto da Luiza. A expressão de tristeza dela ficaria gravada pra sempre em minha memória.

Quando entrei na sala de jantar e a vi sentada senti uma alegria imensa, a noite anterior tinha sido tão perfeita enquanto eu á tive em meus braços.

- Ela me ama mãe, Luiza me ama! - olhei para o céu. - Eu não deveria ter feito o que fiz com ela agora a pouco. - coloquei uma dose dupla de uísque no copo e virei de uma vez só. - Eu deveria ter dito não ao pedido do Samuel, eu deveria ter inventado uma desculpa ou qualquer coisa parecida sei lá... Mas eu não deveria ter aceito quando ele propôs que eu levasse a Melany para jantar! - Voltei a olhar para o céu. - Agora a Luiza está lá me odiando com toda a razão, ela pensa que eu só queria me divertir com ela.

Me servi de outra dose dupla, o líquido desceu queimando a minha garganta. Me levantei e comecei a andar de um lado para outro.

- Eu não posso dizer a ela que estou apenas cumprindo um pedido do Pai dela, Luiza não acreditaria em mim.

Voltei a lembrar do que aconteceu depois que me despedi dela na biblioteca.

Noite anterior

- Agora eu tenho que ir! - dei um beijo em sua testa. - Você vai ficar bem?

- Vou! - ela respondeu sorrindo, seus lábios ainda vermelhos dos beijos que havíamos acabado de trocar.

Sem sombra de dúvidas... Eu a amo! - pensei mais não falei.

Eu nunca diria isso a ela. Um relacionamento entre nós não daria certo.

Saí da biblioteca e fui até a mesa chamar Rebeca e me despedir dos demais. Samuel me chamou a um canto e me disse que havia consultado um médico e que as notícias não eram boas.

- Estou fazendo de tudo para que as meninas não desconfiem. - ele parecia abatido. - O médico me disse para ter mais cuidado, meu estado não é dos melhores.

A notícia foi como um balde de gelo sobre mim.

- Como assim? O seu estado não tinha melhorado? - perguntei.

- O médico achava que sim, mas não passou de um engano.

- O que eu posso fazer por você Samuel? Me diz o que tenho que fazer pra te ajudar! - a sensação de impotência diante da situação era horrível.

Samuel era como um pai, ele foi tudo o que meu próprio pai não tinha sido para mim. Se ele me mandasse pular eu perguntaria de qual altura, não tinha nada que eu não fizesse por ele!

Foi um choque saber de sua doença, eu busquei os melhores médicos. O convenci a se consultar com especialistas de toda parte do mundo. Mas o diagnóstico era sempre o mesmo e Samuel não quis se dedicar a um tratamento. Dizia apenas que sentia por suas filhas que ficariam órfãs, mas não podia se submeter a um tratamento porque assim suas filhas ficariam sabendo da verdade.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora