30.01.2013
Meu celular tocou as 19hrs.
Guilherme.
- Já saaaio – já fui falando assim que atendi, correndo até meu quarto pegar a bolsa.
- Estou de taxi. Vem logo.
- Você precisa tirar a carteira, menino. Onde já se viu?! – brinquei.
Me olhei no espelho rapidamente. Meus olhos correram pelo meu cabelo preso num coque solto, meu vestido de verão, minha sapatinha. Ok. Tudo certo. Vamos lá.
- Faltam quatro meses para ser mais exato. Só isso o que tenho para falar – ele respondeu.
- Mas noooossa senhor "vou-ser-maior-de-idade-em-breve-e-tirar-minha-carteira" – tirei o celular da orelha e gritei para minha mãe, que estava fazendo alguma coisa na cozinha com minha irmã: – Mãe, tô indo! Daqui a pouco eu volto! Beijo!
- Ok. Se cuida! – ela respondeu da cozinha antes de eu sair.
Quando voltei para o celular, para continuar minha piada, Guilherme tinha desligado. Revirei os olhos e ri. Eu não cansava de achar ele meio idiota.
A noite parecia ter armazenado todo o calor que fez durante o dia. Estava abafado e ventava pouco. Ao fundo, enquanto eu andava até o portão de casa, eu conseguia ouvir o barulho que a noite começava a trazer. Ainda não estava totalmente escuro, e era por isso que eu adorava o horário de verão, mas o sol já estava se pondo e até o movimento nas ruas era diferente.
O taxi estava estacionado logo na entrada. Entrei sorrindo.
Eu não estava nervosa, mas havia uma ansiedade e uma animação em mim que eu vinha guardando desde o início da semana.
- Oi! – exclamei assim que entrei no automóvel – Tudo bem?
Ele me observou com um meio sorriso e se aproximou para beijar minha bochecha.
- Você está realmente bronzeado! –comentei um pouco debochada, tentando desviar a minha atenção da sensação que o beijo deixou em meu rosto.
- Da cor do pecado – ele zombou fazendo uma careta engraçada, fingindo seduzir.
- Para onde vamos?
Ao ouvirmos a pergunta, olhamos para a taxista, que nos observava através do retrovisor.
Olhei para o taxímetro correndo, depois voltei para a taxista e então para Guilherme com a mesma pergunta estampada no rosto.
- Onde vamos? – perguntei.
- Pro centro – ele falou incerto.
- Você não pensou em nenhum lugar? – perguntei balançando a cabeça.
- Abriu um bar novo no centro – A taxista falou, ao perceber nossa confusão – Já ouvi falar bem, mas nunca fui. É meio jovem, tipo vocês. Tem nome de comida o lugar...
- Nome de comida... – repeti já imaginando como seria o tal lugar, que eu nunca tinha ouvido falar.
- Pode ser! – Guilherme concordou, animado – Vamos para lá.
A taxista deu a partida antes que qualquer um de nós falasse qualquer outra coisa, então só me restou aceitar.
Me recostei melhor no banco do carro e voltei a olhar para o taximetro.
- Da próxima vez, vamos de ônibus – Sussurrei.
Guilherme riu e me empurrou com o ombro.
Pub do Brownie. Era esse o nome do bar que tinha nome de comida e, ao contrário do que eu havia imaginado, o ambiente era confortável e bastante jovem.
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Nossos 12 meses
Short StoryTodo mundo adora aqueles feriados que aparecem para te dar uma folga (merecida) da rotina. No entanto, não há nada pior do que vê-los chegar e não ter absolutamente nada para fazer-ou ler. Passe o ano conosco, acompanhando momentos de romance, coméd...