Capítulo 9

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Fake Number - Último Trem – CD Contra o tempo.

"Não me faça
Querer voltar eu preciso fugir
Me faça querer estar
Bem longe, bem longe daí".


Eles voltam até o túnel do metrô e caminham por entre os ratos. A conversa é interrompida quando uma porta é aberta e a figura salta por ela, atacando Marcos. Ele salta sobre o assassino, para dentro da porta e fecha-a.


As meninas, enquanto correm, perguntam-se:

— O que vai acontecer com ele? Vai ficar bem? - elas diminuem o passo depois de duzentos metros percorridos e param para descansar.

Bianca reclama:

— Se tivéssemos gastado um pouco mais, não teríamos passado por nada disso!

Natália teoriza:

— O assassino só pode ser alguém daqui de dentro!

Daniela retruca:

— Ou ele pode ter a ajuda de alguém!

— Você está sugerindo que existe mais de um assassino?

— Eu não sei. Mas ele deve ter um comparsa... Você o viu de perto, o que percebeu?

— Eu não vi nada! Estava com uma máscara de palhaço, um casacão preto, luvas e botas. Completamente assustador! – descreve Natália.

— PALHAÇO? Eu morro de medo! São muito assustadores! - Daniela sente uma agonia vir do fundo da alma e segura forte a medalha em seu pescoço.

Uma sombra sai de lá de baixo, em meio à fumaça. A temperatura abaixou e o sereno piora a sensação térmica, mesmo estando mais quente dentro do túnel do que na rua lá fora.

— Será o Marcos? - elas se perguntam.

Mas para o seu desespero, não dá para identificar as formas instáveis, oscilando por causa dos gases.

— É o assassino misterioso? - é a probabilidade maior que se passa na mente de todas elas.

Bianca diz:

— Eu, não serei aquela que vai ficar para ver! - ela corre e é acompanhada das outras duas sobreviventes.

A sombra corre atrás delas e o desespero atrapalha o pensamento lógico das meninas, que correm sobre os trilhos. Cada uma delas tem uma visão dos seus sonhos passar diante dos seus olhos, devido ao alto grau de adrenalina que percorre os seus corpos. Daniela vê a sua faculdade de biologia, dentro do laboratório; Natália se vê em um escritório de advocacia e Bianca se vê em um centro de recuperação de atletas lesionados, como profissional em educação física.

Elas estão muito cansadas e a respiração é forte e pesada. Bianca, que estava para trás, tropeça entre os trilhos e cai no chão, ralando os joelhos. Daniela olha para trás e desacelera instintivamente ao ver a sua amiga caída.

Ela volta e pergunta:

— Consegue se levantar?

— Eu não sei. Os meus joelhos doem... — A sua amiga a puxa pelo braço e a apoia no ombro.

Bianca olha para trás e vê "a pessoa" bem próxima delas e em outro descuido, cai mais uma vez, derrubando a sua amiga também.

O perseguidor as alcança e grita:

— Por que estão correndo? Sou eu, o Marcos!

— MARCOS? Você está vivo? - ele as ajuda a se levantarem e Bianca o abraça rapidamente.

— Sim, eu estou...

— O que aconteceu com você? E esse sangue todo?

— Bem, o sangue é meu, mas estou bem e consegui me livrar do assassino! Vamos dar o fora daqui!

Daniela briga com ele:

  Por que não disse nada? Eu quase enfartei droga!

Bianca pergunta:

— Você tem as chaves?

— Melhor. O controle do metrô! Vamos para outra estação, para bem distante daqui! - elas andam abraçadas com ele até chegarem ao terminal.

Ao chegarem lá, Bianca senta-se em um dos bancos, abre a bolsa e coloca band-aid's nos ferimentos. Natália não está por ali, o que causa desconforto em Daniela. A jovem abre a sua bolsa, um pouco nervosa, retira a embalagem do bombom de chocolate de trufa e o coloca inteiro, dentro da boca.

Bianca pergunta:

— Me consiga um...

— Era o último!

Ele pergunta:

— Onde está a outra?

— É verdade, ela disparou na frente, deve estar escondida no banheiro...

Enquanto o grupo caminha até os sanitários, Marcos conta um mito:

— Me cotaram a história de que uma jovem de cabelos escuros morreu durante a construção da plataforma deste metrô, ao cair pelo fosso mal sinalizado em um dia de chuva forte e o seu corpo nunca foi encontrado, de forma que ela ainda vaga por aqui durante a noite assombrando o terminal até que façam o seu funeral.

Bianca retruca:

— Isso é lenda urbana, algo totalmente infundado! - as jovens entram no banheiro e não encontram ninguém.

Daniela pergunta:

— O que aconteceu com a Naty?

Marcos responde:

— Eu não sei, mas precisamos sair daqui!

— Eu não posso sair sem ela!

Bianca diz:

— Deixa isso para a polícia, vamos sair daqui! - ela abraça a sua medrosa amiga.

— Vamos. - responde com as lágrimas descendo dos olhos.

O sentimento de desconforto atinge a todos, que estão sem saber do paradeiro, tanto de Natália, quanto do assassino. Marcos as puxa pelo braço e ao retornarem à plataforma, dão de cara com uma equipe de quatro policiais, que colocam as lanternas em seus rostos. As jovens estão muito abaladas para qualquer coisa e Marcos é chamado à parte, para dar o seu depoimento.

As meninas aguardam até que ele seja liberado pelos policiais, que apenas confirmaram as suas identidades. Depois de alguns minutos, Marcos gesticula para elas o seguirem e liga o metrô; o motor da máquina liga de primeira, gerando euforia nas meninas. A grande carruagem ruge e balança um pouco, mas rapidamente fica estável e começa a partir. Elas não conseguem conter o riso, de tamanho nervosismo que estão passando. Sentem que estão livres de tudo isso, que a longa noite finalmente acabou.

Enquanto a equipe de policiais adentra pelos túneis à procura do assassino misterioso, algo vai rapidamente pelo outro lado da plataforma e salta para dentro do vagão, antes que as portas se fechem completamente. O barulho do corpo atingindo o lastro desperta o medo e a atenção das duas garotas que não acreditam no que veem.

O Terminal (2018)Where stories live. Discover now