-Tudo bem. –Andrew olha para a mãe mais uma vez e sai.

-Então querida, como prefere seu café? – Elisa anda até a cozinha e eu a sigo, a cozinha diferente do resto da casa, é moderna e planejada.

-Com açúcar, por favor.

-Açúcar? Não está de dieta? – Ela diz enquanto vai até um dos armários e tira alguns pãezinhos doces.

-Não, na verdade nunca fiz dieta. – Eu preciso de dieta?

- Andrew disse que você não é modelo nem atriz, fiquei surpresa, o que você faz?

-Andrew não te contou?

-Creio que não. –Isso não me parece bom.

-Eu trabalho para ele, na lavanderia.

-Ah, sim. –Ela me encara e abre um sorriso.

-É estranho, é a primeira namorada dele que não é ... rica.

Ah não, era exatamente isso que estava com medo.

-É, mas meu trabalho dá o bastante para sobreviver. –Digo tentando me defender.

-Não, não querida, isso nunca será um defeito. Que Andrew me desculpe falar, mas as anteriores eram bem frescas. Gostei de você, na verdade gostei de você a partir do momento que salvou Isobel, nunca tive a oportunidade de agradecer.

-Não foi nada, ela é um amor.

-Você gosta dela?

-A senhora nem imagina o quanto.

-É muito bom ouvir isso. –Ela aumenta o sorriso e coloca alguns bolinhos e xicaras em uma bandeja e pede para que eu as leve para a sala enquanto ela pega o bule de café.

-Andrew, venha se servir. –Andrew aparece pela porta e se senta ao meu lado no sofá.

- Achei os documentos, semana que vem eu devolvo pra senhora.

-Sem pressa, não costumo utilizá-los.

Depois de tomar uma xícara de café e jogar conversa fora, Andrew me chama para ir embora. Por um momento pensei que a mãe dele ia trancar as portas para não sairmos.

-Você nunca vem aqui, quando vem fica cinco minutos só. Charlotte o chame-o mais vezes para me ver, e traga minha neta.

-Claro, semana que vem nós voltaremos. Não é Andrew?

Ele me encara com uma sobrancelha levantada.

-Sim?

-Sim.

-Está bem, até mais, mãe.

-Até querido.

... ... ...

-Não foi tão difícil, foi? -Andrew me pergunta. Estamos sentados em uma poltrona da varanda do quarto dele, esse que por sinal é maior do que eu imaginava.

-Não, sua mãe é ótima.

-É, ela é. –Andrew olha para o céu pensativo. –Como era sua mãe? –Ele pergunta baixo.

Me aconchego mais em seu colo encostando minha cabeça em seu peito. Me sinto meio desconfortável em contar da minha mãe para ele, ela não é um assunto fácil de falar. Considero que seja porque eu nunca conversei com alguém sobre ela. Na verdade, quando ela se foi, não me sobrou ninguém para conversar sobre nada.

-Minha mãe era estranha, quer dizer... ela era legal, mas era muito impulsiva, não pensava muito antes de fazer algo. E é exatamente por isso que estou aqui.

Meia Noite e Um - Completo ✔Where stories live. Discover now