Ulisses não se lembra mais do nome da sua professora do primário.
Nem da primeira vez que viu o mar.
Ou da gravata que usou na sua formatura.
Mas nunca se esqueceu do dia em que viu Nayara pela primeira vez.
Era uma tarde de agosto e uma chuva fora de época caía sem cessar.
Ulisses vinha passando por uma rua desconhecida quando decidiu entrar em uma lanchonete se escondendo dos grossos pingos d'água.
Sentou-se próximo do balcão ao lado de uma bela loira de aparência triste.
Chamou a garçonete e pediu café para os dois.
A conversa fluiu como se os dois já se conhecessem há anos.
A loira precisava mesmo desabafar e Ulisses sempre fora um excelente conselheiro.
Foram horas que pareceram minutos.
Quando a chuva passou, cada um retomou o seu caminho, e de alguma forma, a vida de ambos mudou naquele dia.
Ulisses nunca foi de ter boa memória, mas daquela tarde ele nunca se esqueceu.
Foi a primeira vez que ele viu a mulher que mudou sua vida.
O destino é mesmo um menino travesso.
Se Não fosse a chuva, se não fosse a lanchonete, não fosse a loira, ele provavelmente jamais a teria conhecido.
A propósito, a loira ele nunca mais encontrou.
Nem ao mesmo se lembra o nome dela.
Ulisses casou-se com Nayara, que terminou seu curso de culinária e deixou de ser garçonete.
Rafael Margalhães
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Precisava Escrever ✏️💭
RandomNão Prometo Sorrisos Nem Lágrimas, Mas é Provável Que Aconteçam.. O Livro Não é da Minha Autoria, Mas de Um Autor Excelente, e Que Eu Gostaria que Todos Os Conhecessem, Rafael Magalhães !